A GLÓRIA NO SÃO CRISTÓVÃO
-Victor Giudice-

(in PASSEIOS NA ZONA NORTE (Antologia) - Edição do Centro Cultural Gama Filho, 1995)

As histórias impossíveis são apenas impossíveis. Não apresentam nenhum valor moral e, quando lidas, ninguém acredita nelas. Durante quarenta e cinco anos eu vivi uma história impossível. Contá-la é só o que posso fazer agora, mesmo sabendo de antemão que ninguém vai acreditar nela.

Nasci e cresci no bairro de São Cristóvão. Quando se nasce e se cresce em São Cristóvão, logo se aprende que em São Cristóvão todas as coisas são de São Cristóvão. Eu, por exemplo, embora tenha vivido a maior parte do tempo fora do Brasil, sou e sempre serei uma coisa de São Cristóvão, que morava no Campo de São Cristóvão, que ia todos os domingos na matinê do Cinema São Cristóvão, que dançava nas sabatinas do Clube Imperial de São Cristóvão e que, de segunda a sábado, estudava no Colégio Brasileiro de São Cristóvão. Foi lá que eu conheci Letícia, a garota mais bonita de São Cristóvão, e me apaixonei por ela. Estávamos na última série do curso científico, eu com dezoito anos, ela com dezessete. Além do Brasileiro, Letícia cursava o sexto ano de piano na Escola Nacional de Música. Foi aí que outra coisa de São Cristóvão se colocou entre mim e ela: Victor, meu colega desde o primário, um gorducho sabido que conhecia tudo que é música de frente para trás e de trás para diante. Numa conversa entre as aulas, Letícia ouviu ele cantarolar duas valsas de Chopin, ficou encantada e a cena passou a se repetir todo santo dia. Na meia hora do recreio, os dois me ignoravam e ficavam o tempo inteiro falando de piano e de pianistas. Ela contava que tinha ido ao Municipal ver o Brailowski, ele rebatia dizendo que havia comprado um disco do Cortot, ela confessava sua preferência pelo Rubinstein e ele vencia a discussão jurando que o melhor de todos era o Backhaus, por suas interpretações de Beethoven.

No dia 12 de agosto de 1950, um sábado friorento demais para o bairro, esse era o estado de espírito que me congelava quando cheguei ao São Cristóvão, para a sabatina dançante, das oito à meia-noite. Ainda faltavam quinze minutos para o baile, mas, como sempre, o Victor já estava lá desde as sete, debruçado na varanda da frente, com os olhos colados no Campo, na expectativa da aparição de Letícia. Nessas horas, eu trocava com ele olhares de rivais inconfessos e tentava disfarçar minha ansiedade, conversando com dois colegas a respeito da prova de química da terça-feira ou sobre a professora surpreendida numa sala de aula vazia, trocando beijos com o chefe da disciplina. Mas nada disso interessava. Meu olhar também vasculhava o Campo de dois em dois segundos, à procura de um ínfimo sinal de Letícia. Todo sábado era essa tortura. O pai dela, um viúvo inconformado, tinha casa em Petrópolis e fazia questão de passar os fins-de-semana lá, com as três filhas. Às vezes, quando lhe dava na telha, só subia a serra no domingo de manhã. Aí, era a glória no São Cristóvão.

Naquele 12 de agosto, quem viu o primeiro sinal de Letícia foi o Victor. Sem querer, meus olhos bateram nele no momento em que se descontraiu e saiu da varanda. Mais do que depressa olhei para o Campo e vi Letícia e a irmã mais velha, Lenita, caminhando já na altura do coreto. Nessas horas, meu coração recobrava o compasso, apesar de adivinhar todos os gestos antipáticos de Letícia durante suas entradas no São Cristóvão. Inicialmente, fingia não estar vendo nem a mim nem ao Victor. Depois, representava um encontro festivo com outro colega de colégio, como se não o visse há quinhentos anos. Enquanto isso, Lenita ia para o bar, e só voltava ao salão depois de reconciliada com três fatias de torta de chocolate e duas garrafas de guaraná. Assim que o baile começava, havia um preâmbulo de estudada timidez. O Victor e eu ficávamos encostados nas paredes do salão, a um quilômetro de distância um do outro, avaliando o humor de Letícia. Havia sábados em que ela ficava intragável. Mas isso eu só reconheço agora, quarenta e cinco anos depois, escrevendo essa história. Na época, eu engolia em seco, respirava fundo e ia tirá-la para dançar um dos mil e um boleros que a orquestra desfilaria até meia-noite. Quem cantava era o Merda, caixeiro de uma sapataria do Largo da Cancela, que dava aulas de dança numa academia da Rua São Januário. O apelido era um jogo cruel com as letras de seu nome: Demar.

Naquele sábado, eu dancei umas três vezes com Letícia e, como percebi que ela não estava num de seus melhores dias, tornei a me encostar na parede para ver o que aconteceria quando o Victor dançasse com ela.

 
A história impossível começou naquele instante. Olhei o relógio: eram oito e vinte. Os dois começaram a dançar. De longe, lá pelo terceiro bolero, notei que os lábios do Victor mexiam sem parar, como se estivessem reclamando de alguma coisa. às quinze para as nove, ele largou Letícia no meio do salão e foi para fora, em direção ao bar. Ela girou o rosto à procura de Lenita e, logo que a viu, correu para perto dela. Passei pelas duas com o máximo de naturalidade e notei que Letícia estava com os olhos vermelhos. Dei uma volta inteira no salão, sem saber que atitude tomar. Minha vontade era encontrar o Victor e conversar com ele a respeito do incidente. Saí pela porta que dava para o bar, mas nem sombra dele. Dei a volta pelo lado de fora e já ia entrar no salão pela outra porta, quando um homem caminhando à minha frente me deixou curioso. Se fosse hoje, o sujeito teria passado despercebido, mas em 1950, qualquer um se assustaria com um velho de jeans e camisa vermelha de manga curta, calçando um par de tênis brancos e com uma bolsa de couro a tiracolo. Não sei por que cargas d'água não tive coragem de passar sua frente e olhar seu rosto. Preferi segui-lo, como se pudesse decifrar suas intenções através de seu andar pausado, quase temeroso. Quando ele entrou no salão, o Merda estava cantando Dos almas. O homem parou e ficou olhando para as paredes, o teto, as pessoas. De repente, seu rosto se virou em direção à orquestra e fixou o olhar no Merda. Foi a primeira vez que o vi, embora de perfil. Além do cabelo, a barba também era branca, bem aparada. Ao ver o Merda, seus lábios se estenderam alguns milímetros num sorriso de admiração. Quem poderia admirar-se diante do Merda cantando Dos almas, com aquela voz de Gregório Barrios de São Cristóvão? Dei alguns passos, contornei o estranho e olhei-o de frente. Quando vi sua cara, levei um susto. Ele bem poderia ser avô, pai ou tio do Victor, ou até mesmo o próprio Victor, caso ele tivesse envelhecido cinquenta anos durante aqueles minutos em que se evaporara do salão. Assim que me viu, o homem tentou virar o rosto, mas depois arriscou um olhar sobre mim. Senti um arrepio quando se aproximou e me chamou pelo sobrenome, do modo como eu era conhecido no colégio:

- Cambraia.

Meu nome completo é José Antônio Muniz Cambraia. Logicamente fiquei marcado pelo sobrenome original e pelas brincadeiras consequentes: cambraia de seda, cambraia de linho, cambraia de algodão ou, simplesmente, Cambraia. Eu me lembro de não ter sentido medo, a não ser uma sensação confusa entre o susto, a curiosidade e uma certeza quase religiosa da existência de alguma coisa desconhecida.

- Eu sou o Cambraia. O senhor me conhece? Quem é o senhor?

O homem olhou para o salão:

- Aquele que está cantando é o Merda, o cara tocando bongô é o Aparício, aquela moça gorda com aquele vestido amarelo é a Lenita, e a que está perto dela é a Letícia. Acertei?

Não fosse a semelhança com o Victor, atestado de que o sujeito era seu parente, eu diria que o personagem era louco. Primeiro, porque não havia a menor dificuldade em identificar o Merda, o Aparício, a Lenita ou a Letícia. E segundo, porque só um louco poderia considerar isso uma grande façanha. Dei um sorriso e entrei de sola:

- O senhor é parente do Victor?

- Por quê? Está me achando parecido?

- Muito.

Agora, quando me lembro, poderia dizer que o homem me fitou com um olhar transcendental.


- Cambraia. Eu vou dizer uma coisa muito difícil de se acreditar. Confio em você. Posso falar?

Acho que minhas pupilas deram a resposta e ele soltou a bomba:

- Cambraia. Eu sou o Victor.

Minha atitude imediata foi olhar para os lados, com medo de que alguém tivesse ouvido aquela loucura. O camarada não parou de falar.

- Eu sei que é difícil pra burro, mas o que é que eu posso fazer? Você é meu ponto de referência. Você foi o primeiro que eu encontrei. Você também é louco por Letícia. Dá pra entender? Raciocina comigo. Você tem dezoito anos, fica apaixonado por uma garota de dezessete. Uma noite, num baile de sábado, você briga com ela, diz uma série de bobagens, ela fica ofendida e você... bem...

Nesse ponto ele fez uma parada e me olhou intensamente, como se estivesse massacrado pela dúvida. Depois continuou o discurso, como se estivesse escolhendo as palavras:

- Muito bem. E aí, você descobre que nunca mais... que nunca mais terá oportunidade de pedir desculpas. Não é horrível?

Sem saber por quê eu concordava que era horrível. Não sei o que fiz. O certo é que ele foi em frente:

- Um dia, quarenta e cinco anos depois, você está sozinho em casa, em outro 12 de agosto, mergulhado em recordações, e sente uma vontade irresistível de voltar atrás e fazer tudo que você deixou de fazer. Para refrescar a cabeça, você sai de casa, vai até a rua dar um passeio e aí, você anda até o Campo e descobre que o São Cristóvão ainda está lá, como antigamente. Um dia, Cambraia, você vai ver um filme idiota, onde um rapaz entra num automóvel inventado por um louco e viaja ao passado e ao futuro, como se estivesse num bonde São Januário indo para o Largo de São Francisco. Mas aí você entra no São Cristóvão e começa a ver as caras do passado. Quando você olha para o salão, vê a Letícia de quarenta e cinco anos atrás, três segundos depois de ouvir os desaforos de um sujeito enciumado. Eu. A princípio você não entende. Mas aos poucos, vai encontrando caras conhecidas, vai ouvindo a voz do Merda cantando Dos almas, até encontrar o Cambraia em sua frente, com dezoito anos, olhando para você.

Nesse ponto, o homem ficou patético, balançou as mãos entrelaçadas e me implorou:

- Por favor, Cambraia, acredite em mim. Olhe bem para mim. Uma pessoa quando envelhece não fica parecida com ela própria. Ela é ela própria. Entenda isso, Cambraia. Você ainda é muito moço, mas você sempre foi inteligente. Olhe para mim e raciocine sobre esse fato inacreditável. Eu não sou parecido com o Victor. Eu sou o Victor quarenta e cinco anos mais velho. Olhe bem.

Olhei bem e aí, sim, o medo se apoderou de mim. Aquele sexagenário, vinte quilos mais gordo que o Victor, meio barrigudo, com a testa dilatada pela queda de cabelos na parte frontal, de barba branca, era o Victor quarenta e cinco anos mais velho. Não podia haver dúvida. Eu estava presenciando o maior absurdo de todos os tempos. Na hora fiquei apavorado, senti vontade de correr, mas o homem não me deu tempo. Pediu que eu segurasse a bolsa de couro e invadiu o salão, passando entre os casais que dançavam, até chegar perto de Letícia. O movimento do baile atrapalhava minha visão e eu não tinha a coragem suficiente para me aproximar e ver o que estaria acontecendo entre ele, Letícia e Lenita. Só aí me dei conta de que o Victor havia desaparecido a partir do momento em que aquele estranho personagem havia entrado em cena. Meu Deus, o que era tudo aquilo? E aquela bolsa de couro preto em minhas mãos? Examinei-a mais atentamente e vi uma pequena plaqueta com a palavra Sansonite. Naturalmente era a marca. Nesse instante, tive uma ideia meio criminosa. Tornei a olhar para a outra extremidade do salão. O sujeito continuava lá, em frente a Letícia. Fui até a varanda, abri a bolsa e meti a mão para ver o que havia dentro. Senti um objeto retangular, como se fosse um estojo. Puxei-o para fora. Era uma pequena caixa preta com uma palavra gravada na tampa: Casio. Devia ser outra marca. Quando a abri, fiquei sem entender. Na parte interna da tampa, havia uma janela esbranquiçada, que se iluminava quando eu apertava um dos diversos botões localizados na parte de baixo. Apertei-os desordenadamente até que apareceram na janela vários nomes com os respectivos telefones. Eu nunca tinha visto nada igual. Fechei a caixa e joguei-a na bolsa. Em seguida, encontrei um livro. O nome era Conficções e o autor era o próprio Victor. Parecia um livro de contos. Um deles se chamava A glória no São Cristóvão e, só de passar os olhos, percebi que se tratava de uma história parecida com a que estávamos vivendo, sem as intervenções do futuro. A data da publicação era 1972. Quase em pânico, larguei o livro na bolsa, fechei-a e já ia voltar ao salão, quando o Victor sexagenário entrou na varanda. Não chegou a olhar para mim. Pousou as mãos no parapeito e ficou admirando o céu e o Campo. Era uma noite de lua cheia. Perguntei o que ele estava fazendo e a resposta veio numa voz que eu poderia classificar como do além, caso eu não tivesse a mais absoluta certeza de que vinha do futuro. Aliás, pensando bem, uma voz do futuro é prima-irmã de outra do além:

- Olhando os flamboyants.

Ao compartilhar a visão com ele, constatei que o Campo de São Cristóvão era um jardim de sonho, coberto de flamboyants vermelhos.

- Lá em mil novecentos e... quanto?

Ele riu:

- Mil novecentos e noventa e cinco.
 
Meio desajeitado, continuei:

- Onde você mora, em 1995?

O Victor do futuro não tirava os olhos do Campo:

- Na São Januário, 248.

Lembrei-me que o 248 era o palacete da família Barbeto. O Chico Barbeto era nosso colega.

- Na casa do Chico Barbeto?

Só aí ele me olhou:

- Na ex-casa do Chico Barbeto. E não disse mais nada. Pegou a bolsa, pendurou-a no ombro, fechou e abriu os olhos e saiu. Antes que ele entrasse no salão e se dirigisse à saída, gritei:

- Falou com ela?

Ele se voltou com um olhar perdido:

- Não consegui.

De repente uma curiosidade se apossou de mim e eu perguntei:

- Um dia você vai se casar com ela?


Balançou a cabeça negativamente. Cheguei mais perto:

- E eu?

Minha pergunta fez com que ele se virasse de corpo inteiro para mim:

- Nem eu nem você. E não pergunte mais nada. Mas pode ter certeza de uma coisa. Você é feliz. Eu sou feliz. E é isso que interessa. Agora vou ver se consigo sair daqui. Isso aqui está me fazendo mal. Volte para a varanda.

Voltei. A lua continuava a iluminar o Campo e os flamboyants. Entre eles eu vi Letícia e Lenita se afastando. Em menos de um minuto alguém surgiu ao meu lado. Era o Victor, meu colega de dezoito anos. Debruçou-se no parapeito e não tirou os olhos do Campo, até as duas irmãs desaparecerem na noite, muito além do coreto.

Convivi com ele até o final do curso científico. Poucos meses. Minhas tentativas de aproximação não foram bem sucedidas. Nunca me foi possível transmitir -lhe a idéia de que apesar de tudo, nós éramos felizes. Quanto a mim, aquele 12 de agosto foi um divisor de águas em minha vida. Dali em diante, meu espírito se animou com novas forças e eu aprendi a reconhecer as alegrias vitais. Em janeiro de 1951, minha família se mudou para a Espanha e eu me formei em Filosofia, na Universidade de Salamanca. No último ano, recebi uma bolsa e fui fazer o doutorado em Paris. Nessa época apareceram meus primeiros trabalhos sobre política internacional e eu fui convidado para dar um curso especial em Frankfurt. Em 1960, tornei-me cidadão espanhol. O Brasil ficou reduzido às parcas recordações de minha infância e juventude em São Cristóvão, a algumas notícias que me chegavam casualmente pelos jornais e ao episódio de 12 de agosto de 1950.


Em 1974, ao ler uma antologia de literatura fantástica publicada em Madri, encontrei um estranho conto do Victor sobre um cientista que recusava o Prêmio Nobel. Uma pequena nota biográfica falava de seu primeiro livro, Conficções, de 1972, que eu já conhecia desde 1950. Como é difícil escrever uma afirmativa desse tipo. De 1979 a 1988, fui patrocinado por uma instituição de Nova York e fiquei morando na África do Sul, a fim de observar de perto o apartheid e escrever sobre o assunto. Em 1989 publiquei minhas conclusões finais e fiquei famoso. Em 1991, ao ser indicado para o Nobel, senti-me na pele do cientista inventado pelo Victor. É claro que se eu ganhasse o prêmio, não iria recusar, mas percebi que nós dois, o cientista do Victor e eu, éramos seres solitários.

Finalmente, em julho de 1995, recebi um convite para algumas conferências em Campinas, São Paulo e no Rio. A idéia da volta começou a me excitar. Na verdade, eu gostaria de ir até a Rua São Januário, 248, pelo menos para fazer uma reclamação. Cheguei ao Rio no dia 12 de agosto, outro sábado, às oito da noite. Deixei a bagagem num hotel na Avenida Atlântica, peguei um táxi e fui para São Cristóvão. Levei um susto com as mudanças para pior. São Cristóvão era um imenso túmulo abandonado. Quando o táxi parou na São Januário, meu medo foi tão grande, que pedi ao motorista para me aguardar. O palacete dos Barbetos estava intacto. Lá estava a escadaria central que dava para a varanda cercada de pequenas colunas. Toquei a campainha duas, três, vinte vezes e ninguém atendeu. Eram nove e quarenta. Quando eu ia voltar para o táxi, vi alguém dobrar a esquina e entrar na São Januário, em direção ao 248. Era um homem de jeans, camisa vermelha de manga curta, tênis brancos e uma bolsa a tiracolo preta. Alguma coisa fechou minha garganta. Caminhei ao seu encontro. Quando me viu, ele parou e ficou me observando, me reconhecendo:

- Cambraia?

- Victor... não fale. Você está voltando de lá agora. Não é isso? Você acabou de ver todos nós.

Não dissemos mais nada. Abraçamo-nos e ficamos estatelados no fundo daquele absurdo. Quando consegui falar, olhei para ele fingindo cara de poucos amigos:

- Por que foi que você não me contou que ela ia morrer no dia seguinte, naquele desastre na estrada Rio-Petrópolis?

Victor olhou para o chão:

- Porque... porque... Sei lá por quê.
 
Victor Giudice
Enviado por Alexandre Coslei em 17/09/2014
Reeditado em 11/11/2019
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