Em que mundo eles vivem?
Nunca se sabe nada do futuro. Jamais imaginei retornar ao interior e aqui estou, atualmente sem qualquer previsão de retorno à capital. Estranho, muito estranho - em adaptação.
O tempo continua curto em função da minha fúria em adaptar-me o mais rápido possível. Envolvimento com várias atividades e, ao mesmo tempo, em casa, uma vista linda da janela lateral que me remonta lembranças maravilhosas. Dualidade.
Parece que até a lua é diferente por aqui. Quando aparece cheia, é serpenteada por matizes diversas e, como a vejo do alto da nossa casa, aproxima-se de mim como vizinha. O trânsito ainda não é caótico e consigo deslocar-me sem grande estresse para qualquer lugar.
Meus primos são acarinhados com maior frequência e, ao mesmo tempo, venho tentando curtir as pessoas que gosto de uma forma diferente.
Mas a sociedade em sí me irrita, não levando tal fato à extremos.
Como a cidade é antiga, os descendentes dos coronéis ainda se acham coronéis e utilizam-se de seus sobrenomes de forma arrogante.
Os títulos ainda são mais importantes que as pessoas, as roupas de grife de uma importância tamanha que o comércio local não atende, as conversas direcionadas para um concurso de viagens internacionais, a qualidade nos serviços esseciais péssima. E assim vai caminhando a humanidade sem sentar para ler um bom livro e mesmo buscar um bom curso de aperfeiçoamento.
Nesses momentos questiono em que mundo essas pessoas estão vivendo, quais são os seus valores e para onde pretendem ir. Provavelmente para uma cidade diferente da minha que, após a morte, é grande e todos são absolutamente iguais.