A Impunidade como lei das igualdades

Quase dezembro, os enfeites de natal já adornavam as casas, quando saindo de um plantão lascado Dr. Marcos vinha pensando no tempo de chegar em casa, abraçar seus três filhos, sua esposa, sua mãe e ficar um pouco no calor da família. Quando sem perceber, entre as barracas abandonadas da feira, quatro elementos empurravam para o meio da rua um imenso basculante, que o fez de imediato parar, para não bater o carro. E nesse meio tempo, de cada lado do carro chegou duas pessoas armadas tremendamente agoniados pedindo para que ele saísse do carro. Em pânico frente aquela situação ainda demorou uns segundo para atender. E nisso um dos elementos quebrou o vidro com a coronha do revolver e anunciou o assalto:

- Pora cara tu não ta vendo que é um assalto! Desce logo do carro ou eu te mato!

Completamente tomado pelo pavor, o médico quase não conseguia sair, não conseguia falar e mal conseguia tirar o cinto de segurança. Nessa confusão um dos elementos bateu varias vezes na cabeça e no rosto do médico. É quando conseguiram arrancar-lhe o cinto de segurança o jogaram no chão sempre ameaçando mata-lo.

Em pânico o médico ficou encolhido no asfalto, sem conseguir nem gemer de medo. Enquanto três elementos riam e roubavam o que podiam. Um dos quatro se aproximou do médico e disse:

- Ei verme eu vou te matar! E apontando o revolver para o médico, ouviu de um parceiro:

- Moleque, mata logo!

Do chão aquele senhor, médico teve forças e clamou:

- Menino, por favor, não faça isso. Tenho meus filhos, tenho uma família. Vocês já me tiram tudo. Se quiserem podem levar o carro, que eu não denunciarei.

Mal o médico terminou de falar e o garoto que era menor, sem qualquer piedade disparou seis tiros. E depois correu com a gang, que naquela escuridão não dava para identificar.

Aos poucos a multidão se aglomerou, a policia chegou depois do bombeiro certifica-se que o aquele cidadão morrera. A notícia ainda chegou aos meios de comunicação, cuja repercussão naquela cidade colocou mais uma vez em discussão a lei que ampara o menor infrator. Fazendo vir a público o Secretario de Segurança publica do Estado, postar condolências a família e prometer medidas severas para coibir o crime.

Muitas passeatas terminaram em frente a casa do governador, mas como o natal triste da família, em luto, as passeatas ficaram na falta de apoio. E dos quatro elementos, que fizeram o assalto apenas se pode dizer que até hoje, a justiça não sabe o paradeiro. Igualando assim, muitos e muitos brasileiros, que tem em seu dia a dia respostas silenciosas de uma democracia, cuja ideologia teima em dizer ordem e progresso. Fazendo a maioria crer que a liberdade é uma realidade diante de tanta desigualdade.