A Conta do conto
A badalação da cidade, naquele sábado era no Mele clube, onde Paula e suas amigas dirigiram-se para se divertir.
Lá chegando um bando de moças, todas bem vestidas, logo foram fitadas pelos rapazes, no entanto, quem chegou primeiro foi o garçom, que as dirigiu a uma mesa. Mas como eram mais de cinco, o jeito foi arrumar outra mesa e ajustá-la, para que todas ficassem acomodadas.Em seguida, quando o garçom perguntava para elas sobre o pedido da quantidade de cerveja que iriam tomar. Sem deixar o garçom e as moças falarem, um engraçadinho se antecipou e pediu oito cervejas. Em seguida, se apresentou e pedindo licença para fazer companhia a elas, presenteava-as com as bebidas.
Como o galanteio inicial parecia-lhe pouco, pediu uma delas para dançar. Entreolharam-se, porém uma das moças acabou aceitando.
A festa foi adentrando na madrugada e na mesa já não cabia de tanta cerveja. O moço, que se apresentara como Fernando, não descasava. Largava uma e pegava outra pra dançar.
Uns poucos rapazes se arriscavam e levavam uma ou outra moça para dançar, até que o clima foi ficando bastante convidativo e os rapazes foram se alojando na mesa das meninas.
Conversa vai e conversa vem. Piadas aqui e piadas ali. As moças já bastante descontraídas com o bacana da mesa curtiam a animação, que se instalou ali. De repente, Fernando levantou-se e disse com toda a intimidade:
- Paulinha querida, eu vou ao meu carro pegar a bolsa para pagar a conta, para que o garçom tire esse excesso de garrafas daqui.
Rapazes e moças entreolharam-se, viram nas mãos do tal Fernando a chave do carro, mas tudo bem. Ninguém falou nada e continuaram a conversar como na torre de Babel.
Por outro lado, Dalva cansada, quis ir ao “Toalete”. E seguindo, passou perto de um portão que dava acesso a rua e sem querer olhou e viu o tal Fernando lá fora desatracando uma corrente de uma bicicleta. Meio que curiosa resolveu chegar mais perto e viu ele montando e se aprontando para ir embora, quando ela gritou:
- Ei Fernando, aonde você vai?Cadê o teu carro?...
Disse ele:
- É moça assim a gente veve!...
E mais do que depressa, se atropelando o tal Fernando saiu em disparada sumindo na escuridão e nem deu bola pra moça que gritava, por trás das grades, com se estivesse pressa por engano.
De tanto gritar chamou a atenção de todos e veio a desfalecer sem conseguir explicar. Mas logo, logo a turma, depois que ambulância chegou para levar a moça, que teve uma queda de pressão, se deu conta do conto. E só saíram de lá depois que pagaram tudo, com a colaboração dos rapazes, que se achegaram para dançar.