Segunda braba

Numa bela madrugada - tá bom, nem tão bela assim - ela acordou suada e com uma preguiça danada de começar seu trabalho.

Estava descabelada, sem vontade de se arrumar. Se dependesse dela, o sol não nasceria naquele dia.

No dia anterior, havia discutido bravamente com seu superior. Insistia pedindo para que ele abrisse uma "excessaozinha de nada". Argumentava que depois de milhões de anos se dedicando tanto, não haveria problema em faltar um "diazinho" somente.

Mas não teve jeito!

Seu chefe foi irredutível.

Ainda meio nervosa por ter que trabalhar, lembrava-se de como estava bem nos dias anteriores, divagando por ai, devagar, saboreando cada pedaço da vida.

Neste instante, veio uma doce brisa sobre os seres viventes, tornando aquela madrugada um pouco mais agradável.

Mas seu bom humor não durou muito tempo. Como toda boa mulher, irritou-se rapidamente ao ver que estava trabalhando contra sua vontade e castigou a todos com um calor de matar.

O sol raiou mais forte.

O calor era tanto que os insetos ficaram inquietos, as baratas saíram desesperadas de seus escondeirijos.

Apesar do mal humor, ela era uma "pessoa" boa e, por isso, resolveu se acalmar. Enviou uma chuva no meio da tarde. Mas como estava desequilibrada, a chuva tornou-se tempestade.

Ao final do dia, ficou feliz por estar próximo o fim de seu expediente. Por isso, coloriu lindamente a lua, realçou algumas estrelas e tornou aquela noite super agradável.

Até fez a "gracinha" de enviar uma estrela cadente para iluminar algum sonhador apaixonado.

Por conta, o relógio bateu a meia-noite.

Seu expediente havia terminado.

Tomada de alegria, passou o posto para a terça e foi passear por ai...

Naquele dia, a segunda-feira tava tão "braba" que nem mesmo ela se aguentou.

Acho que era TPM!

Diego Dias
Enviado por Diego Dias em 07/08/2014
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