Lobo branco - pt 1 - Lagrimas na neve
O inverno havia chegado, as arvores sem folhas pareciam ter um tom assustador naquele breu que se estendia ante seus olhos. Ele não sabia como havia chegado àquele lugar. Não era a primeira vez que se via em uma situação assim, estava de ouvidos atentos e apertava mais os olhos tentando vencer o breu da noite, mas logo percebeu que seria inútil lutar contra a noite no estado em que se encontrava, despertou seus sentidos de lobo e farejou, mas o cheiro forte que chegou em suas narinas o fez tremer, um odor metálico tantas vezes sentido, fétido e podre que o fez cair de joelhos e levar as mãos à cabeça, e gritar como um uivo desesperado
.-O que eu fiz! - As mãos encharcadas, com o cheiro intenso de sangue não negavam a matança que ocorrera.
Seus olhos castanhos tao característicos, ganhavam lentamente um tom amarelado, e as costas curvas se atenuavam ficando mais largas, pelos irrompiam rasgando a pele, e as unhas enegreciam revelando a ponta de garras capazes de rasgar ao meio qualquer humano comum, ele já não sentia o frio da neve sob seus pés que ganhavam forma animalesca lentamente, afastando a neve branca que fora maculada com o sangue dos inocentes, e mais uma vez o grito solto como que um pedido inalcançável de perdão, porem não como o grito anterior, as lagrimas rolavam de sua face canina, e a expressão de ódio sobrescrevia a face tímida e chorosa de outrora.
-Auuuuu! - O uivo rompe a escuridão e a cor vermelha toma conta da noite escura e o faz enxergar um caminho entre os pinheiros sem vida.
Então ele rompe o vento com passadas ligeiras na direção de seu próximo alvo.