TESOURO GUARDADO

Esta noite eu sonhei que era de novo a menina que fui um dia.

Que alegria eu sentia!

Me balançava nos balanços dependurados nas frondosas árvores.

Era meu pai quem fazia.

Tomava de novo banho de bacia.

Pulava, saltava, corria.

Era tão azul o meu dia.

Descalça na grama coberta de geada eu pisava.

Pensa que eu me importava?

No fogão a lenha me dependurava.

Quanta arte eu aprontava!

Nos ninhos fuçava.

As cigarras com barbante amarrava.

Cantava, brincava.

No rio eu nadava.

Nas cachoeiras me banhava.

Era um perfeito moleque e minha mãe dizia...

Ela dizia que nunca conheceu um ser com mais energia.

Tudo de novo eu vivi esta noite num sonho tão bom.

A infância a gente guarda como um tesouro muito caro no mais fundo do nosso coração.