A Era do Casamento
Era uma vez uma linda donzela que vivia trancafiada em seu castelo de cristal, ela sempre fora uma criança especial para os adultos, isto porque seus pais eram donos de todas as terras em volta do palácio, tinham muitos servos, animais de estimação, dentre eles cavalos, búfalos, cachorros, tartarugas e pássaros, vários pássaros. Quando a donzela completou seus quinze anos seus pais fizeram uma enorme festa para comemorar a sua iniciação à corte, o que muito ansiava as moças daquela época, pois isto representava a permissão para iniciar um romance, ou seja arranjar um marido, casar e ter filhos. O que seus pais não sabiam era que a donzela nunca sonhara com o casamento tradicional , ela queria viver grandes paixões, conhecer vários pessoas, viajar,morar fora do seu país e ser professora de línguas, gostava de falar e de conhecer gente nova, gente diferente dela, gente que sabia mais do que ela, gente que tinha bom humor e era inreverente. Um dia ela se cansou de ser tratada como uma Princesa e quis viver um dia de plebeia, colocou sua pior vestimenta e foi a cidade mais próxima, onde não era conhecida, se sentiu livre de qualquer obrigação social, pode comer pela primeira vez uma pastel com caldo de cana, foi até um banheiro público, conheceu a rodoviária, perambulou pelas ruas da cidade sem se preocupar com os cabelos, que já estavam despenteados, não conversou com ninguém, mas conheceu várias pessoas pelo olhar, ela estava procurando algo, ela estava procurando ela propria, não sabia que existia um mundo fora do seu palácio , e que neste mundo as pessoas falavam com o olhos, ela estava acostumada em só receber, ela era cuidada, ela não tinha maldade, era ingênua a ponto de não saber dos seus proprios sentimentos. Neste dia quando já estava cansada de tanto andar ela se sentou em um banco da praça, a praça tinha um coreto e fontes de água, se chamava praça da Liberdade, lá nesta praça ela conheceu um vendedor de bijouterias que lhe chamou atenção pela beleza plástica, ele era lindo, tinha os cabelos loiros, olhos azuis, pele levemente morena e porte atlético, seu nome era Braúlio, ela nunca havia usado bijouterias, mas se interessou em conhecer o trabalho do rapaz. Pegou um brinco de penas de pavão e um anel de coco para experimentar e gostou das decorações, perguntou ao jovem se ele havia matado o animal para lhe retirar as penas e ele respondeu: - Você acha que eu teria coragem de matar? só se mata para matar a fome e mesmo assim nós temos a opção de sermos vegetarianos, eu sou vegetariano, só como frutas e verduras . A donzela ficou maravilhada e se sentiu inferior por comer carne de frango, eu vou lhe dizer uma coisa: Você tem razão, temos outras opções alimentares os vegetais são mais saudáveis e mais facilmente digeríveis. Eu gostaria de poder fazer sempre o que tenho vontade, somente coisas que me trazem alegrias,e que me façam me sentir bem comigo mesmo e com o meu corpo, pensou um pouco e logo perguntou ao rapaz se ele acreditava no poder dos astros e ele respondeu: eu acredito no poder do amor, o amor pode tudo, Você conhece aquela frase da bíblia que diz eu tenho fé naquele que me fortalece... Pois é o Amor. Ela olhou para ele com uma sensação diferente, ela se sentiu parente dele, como se já o conhecesse há muito tempo...
Belo Horizonte, 18 de Março de 2007