Um conto da vida real
Quando estive naquela casa era tudo tão diferente. Não havia flores na janela, nem um jardinzinho colorido perto da garagem. Nem havia aquela plaquinha que a gente compra nas lojas de um e noventa e nove com uma Joaninha vermelhinha carregando um balãozinho com os dizeres:- “BEM VINDO AO LAR”.
É...Não havia nada disto. Era uma casa triste. Sem flores, sem vida, sem amores. Era apenas uma casa e não um lar. Uma casa que abrigava uma única pessoa. Um homem. Sozinho. Um homem e seu passado. Era tudo o que ele tinha. Passado. Um passado de alegrias. Ainda podia ouvir o som de risos ecoando pela casa. Nas madrugadas quando sem dormir perambulava pelos cômodos vazios podia ainda ouvir as vozes infantis conversando e dando risadinhas baixinho quando ele se aproximava. Podia ainda ouvir uma voz miúda dizendo papai estou com medo. Podia ouvir a própria voz acalentando e até cantando uma melodia de ninar. Voltava tudo à mente. A esposa alegre cantando, a casa cheirosa, a comida gostosa. A alegria. Tudo era alegria. Quando foi que ele deixou tudo isto partir?
Fazia tanto tempo... Um dia ele achou que tudo era muito chato. A esposa sempre a mesma, a casa sempre a mesma, os filhos sempre os mesmo. Tudo virou rotina e chatice na vida dele. Queria mais. Queria aventura. Queria risos de amigos, queria noitadas com mulheres variadas. Começou a beber. A sair. A frequentar bares, motéis. Deixava a esposa e os filhos. A esposa chorava e pedia que voltasse a ser o que era. Os filhos amedrontados com aquele novo homem que gritava, bebia e era violento, foram se afastando. Ele não percebeu o abismo. Só quando despencou para dentro dele. Tarde demais. Todos tinham ido embora. Sozinho agora ele não mais vivia. Sobrevivia. Acabou-se a saúde. Acabou-se o dinheiro e os “amigos”. Foi definhando e sofrendo cada dia mais. Um dia Deus teve piedade e o recolheu na eternidade.
É... Esta casa não era assim. Mas um dia foi. Um homem, apenas um homem insatisfeito e uma família inteira se desmoronou.
Agora quando passo por aqui vejo a vida de novo. A casa tem vida. A vida que damos a ela.
Quando estive naquela casa era tudo tão diferente. Não havia flores na janela, nem um jardinzinho colorido perto da garagem. Nem havia aquela plaquinha que a gente compra nas lojas de um e noventa e nove com uma Joaninha vermelhinha carregando um balãozinho com os dizeres:- “BEM VINDO AO LAR”.
É...Não havia nada disto. Era uma casa triste. Sem flores, sem vida, sem amores. Era apenas uma casa e não um lar. Uma casa que abrigava uma única pessoa. Um homem. Sozinho. Um homem e seu passado. Era tudo o que ele tinha. Passado. Um passado de alegrias. Ainda podia ouvir o som de risos ecoando pela casa. Nas madrugadas quando sem dormir perambulava pelos cômodos vazios podia ainda ouvir as vozes infantis conversando e dando risadinhas baixinho quando ele se aproximava. Podia ainda ouvir uma voz miúda dizendo papai estou com medo. Podia ouvir a própria voz acalentando e até cantando uma melodia de ninar. Voltava tudo à mente. A esposa alegre cantando, a casa cheirosa, a comida gostosa. A alegria. Tudo era alegria. Quando foi que ele deixou tudo isto partir?
Fazia tanto tempo... Um dia ele achou que tudo era muito chato. A esposa sempre a mesma, a casa sempre a mesma, os filhos sempre os mesmo. Tudo virou rotina e chatice na vida dele. Queria mais. Queria aventura. Queria risos de amigos, queria noitadas com mulheres variadas. Começou a beber. A sair. A frequentar bares, motéis. Deixava a esposa e os filhos. A esposa chorava e pedia que voltasse a ser o que era. Os filhos amedrontados com aquele novo homem que gritava, bebia e era violento, foram se afastando. Ele não percebeu o abismo. Só quando despencou para dentro dele. Tarde demais. Todos tinham ido embora. Sozinho agora ele não mais vivia. Sobrevivia. Acabou-se a saúde. Acabou-se o dinheiro e os “amigos”. Foi definhando e sofrendo cada dia mais. Um dia Deus teve piedade e o recolheu na eternidade.
É... Esta casa não era assim. Mas um dia foi. Um homem, apenas um homem insatisfeito e uma família inteira se desmoronou.
Agora quando passo por aqui vejo a vida de novo. A casa tem vida. A vida que damos a ela.