Um conto de amor

Bem, vou tentar contar um conto. É a história que conta o amor entre um casal de poetas, acho que você vai gostar. E começa assim, com diálogo, mesmo porque esse casal de amantes poetas adorava conversar. Conversavam – e conversam ainda – muito e sobre todos os assuntos, e como conversam demais, nada mais justo que comece contando meu conto por um dos muitos diálogos que travam sempre.

O diálogo

- Oi,tudo bem contigo? Como foi seu dia hoje?

- Poetizei, poetizei muito... E poetizei você... Andei nossos caminhos e te sonhei em todos eles... Saudades, você nem imagina...

- Ah, para! Você está querendo poetizar comigo... Quero o homem agora, aquele que me ama e não ser a musa do poeta, não agora, que tal sermos um tiquinho só normais??

- (o poeta ri gostosamente) E pra que você quer tentar o impossível??? Então se quer grandes tentativas, tenta me amar mais, muito mais, lá no infinito... Tenta fazer esse amor maior e me ame na loucura do que somos.

- De novo poetizando, você não tem jeito... E é por isso que te amo tanto... Vem, olha, fica aqui, deita no meu colo que hoje sou eu que vou te contar uma historinha.

- Oba! Já não era sem tempo! Sou sempre eu que te carrego e conto histórias, hora de ser eu a criança e você a louca, ou melhor, a adulta... (ri de novo o poeta)

- Adulta eu não garanto, mas que estou louquinha pra te fazer um cafuné e contar a história, sabe, aquela história...

- Não, não sei não. Qual é?

- Então está bem. Deita aqui que vou contar. Era uma vez um casal. Amavam-se demais e não conseguiam ficar perto um do outro sem se tocar, se beijar...

(História interrompida.)

E o poeta beija a louca no grito do seu amor,

voa com ela até onde inicia o céu, virando paixão.

Grita a voz do tempo em frêmito rumor

e tudo ganha cor, nos versos do poeta,a louca perde a razão.

Cessa-se a conversa da louca com o poeta,

o silencio impera dando lugar apenas aos gemidos de prazer.

Poeta e louca pintando a vida na cor que é a mais bela:

A cor do amor que só poetas e loucas sabem fazer...

E a história segue o seu curso,

Poeta e louca seguem rimando, remando em rios de sonhos

Lançam-se em único vôo, desbravando horizontes confusos,

E nada querem, nada esperam, apenas se amam em “hojes” risonhos.

Bem, termino aqui meu conto, mesmo porque esse conto não tem fim. E além do mais, o diálogo entre o poeta e a louca sempre começa mas nunca termina. Estão sempre dialogando, novas conversas, novos risos, novos sonhos, novos vôos, novos olhares, novos toques, mas tudo isso dentro do mesmo amor, que dia-a-dia, renova-se em cores mais nobres, ganhando mais graça e força.

Aisha
Enviado por Aisha em 08/09/2005
Código do texto: T48812