O MENINO QUE VIU O PAPA
O MENINO QUE VIU O PAPA
Mário Osny Rosa
Manuel e Maria e seu filho Joaquim de apenas seis anos descendentes de Açorianos moravam no sul da ilha de Santa Catarina, ou melhor, na localidade de Ribeirão da Ilha um reduto que ainda conserva a arquitetura dos primeiros colonizadores, que chegaram naquela localidade pelo ano de 1748.
O trio acima resolveu ir assistir a canonização de Beato Antônio de Sant'Anna Galvão na Cidade de São Paulo, que era descendente de portugueses que nasceu em Guaratinguetá no ano de 1739, apenas nove anos antes da chegada dos Açorianos a Santa Catarina.
Várias romarias de Florianópolis tinham como destino a cidade de São Paulo nos dias da visita do Papa Bento XVI, para a canonização do Beato Antônio de Sant'Anna Galvão com retorno para a noite do dia onze de maio.
Manuel escolheu a excursão que tinha mais descendentes de Açorianos era a primeira vez que o casal e seu filho saia fora do seu estado seria essa uma viagem histórica para a família.
Pois, haveria entre eles um melhor relacionamento tinham os mesmos ideais, a mesma crença religiosa e a viagem seriam mais agradáveis.
A previsão da partida era dia nove à noite, pois queriam assistir a chegada do Papa Bento XVI na manhã do dia dez no centro de São Paulo, teriam que chegar bem cedo para conseguir um lugar bem bom para ver de perto o Papa.
Manuel e Mario e seu filho Joaquim, tinham preparado tudo para a viagem a São Paulo, só aguardavam o dia nove de maio de 2007, dia memorável para aqueles descendentes de portugueses da Ilha dos Açores viverem o maior dia de sua vida daquela família.
Joaquim comentava com seus amigos a viagem que ia realizar.
- Amigos no dia nove eu vou a São Paulo com meus pais assistir as festividades da chegada do Papa Bento XVI e ainda a Canonização de Frei Galvão e seguida vamos até a cidade de Aparecida assistir a grande missa Campal na frente da Basílica Nacional.
Seus amigos faziam pedidos a Joaquim queriam ter pequena lembrança da estada dele por lá.
Ele falou:
- Vou ver se tenho possibilidade de trazer pequenas lembranças desse grande acontecimento.
Joaquim era um menino estudioso e inteligente era o primeiro de sua turma na escola, por esse motivo seu pai o levaria junto na excursão.
Dia nove às dezenove horas todos os participantes da excursão estavam aguardando no Terminal Cidade de Florianópolis aguardando a chegada do ônibus, para embarcarem com destino a grande Metrópole paulista.
Quando começaram a chegar os ônibus cada empresa anunciava e solicitava o responsável pela excursão, foi quando foi chamado o responsável pela excursão do Seu Manoel e tinha como Dístico “Grupo de Manezinhos da Ilha”. O responsável pela, a excursão apresentou a documentação exigida pela empresa de ônibus e cada um começou a colocar seus pertences no bagageiro do ônibus. Recebendo as etiquetas e tomando o seu lugar no recinto do referido ônibus.
Quando tudo estava pronto para a partida com a conferência dos ocupantes das poltronas o motorista recebeu ordem para dar a partida.
Em seguida o guia da excursão tomando a palavra através do sistema de som do coletivo, cumprimentou a todos transmitindo o que tinha disponível no ônibus a todos os participantes da excursão, bem como convidou a todos para fazerem uma oração no momento da partida pedindo proteção ao Beato Frei Galvão.
Durante a viagem até a primeira parada para a janta todos cantavam hinos religiosos, pois depois da janta o pessoal ia dormir até a madrugada hora da chegada a São Paulo.
Quando o ônibus entrou na Avenida Francisco Morato que leva ao centro se São Paulo, aqueles que não conheciam São Paulo ficavam admirados com o movimento, e aquele emaranhado de prédios e pensavam a nossa selva de pedra é bem menor do que essa de São Paulo falava entre eles.
O ônibus tinha a parada final na antiga rodoviária de São Paulo perto da Estação da Luz, pois ali eram os locais destinados as excursões do sul do Brasil para aquele evento.
E ficava perto do Viaduto Santa Ifigênia que dava para a entrada do Mosteiro de São Bento e ainda mais era fácil para chegar indo andando a pé.
Todos rumaram a pé até o local da chegada de Bento XVI, passando pela Rua Santa Ifigênia à famosa rua das lojas de produtos eletrônicos da Capital paulicéia novidade para a maioria dos excursionistas.
Quando chegaram ao local previsto eram grandes os números de pessoas ali a espera do papa móvel, que já tinha saído do Campo de Marte.
Cada qual procurando o melhor local para ver a Sua Santidade Bento XVI.
Quando apontou o papa móvel foi grande a ovação da multidão presente e nossos manezinhos da ilha estavam presenciando naquele momento a entrada triunfante do Papa no Mosteiro de São Bento. Mosteiro este construído pelo Beato Antônio de Sant'Anna Galvão. Tudo isso lembra quando da eleição de Bento XVI quando na sacada da Basílica de São Pedro o Cardeal chileno Jorge Medina Estevez anunciou: Habemus Papa, e os brasileiros nesse momento sentiram a mesma euforia aqui no Brasil: Habemus Papa em nosso meio por alguns dias.
Depois daquele momento triunfante os excursionistas voltaram para o ônibus, para programarem os passeios daquele dia.
Os excursionistas visitaram o Museu do Ipiranga, local em que ”Dom Pedro” bradou o Grito do Ipiranga ao lado de um riacho naquela bela colina.
Conheceram as principais praças de São Paulo, e, a Rodoviária as margens do Rio Tiête vendo a grande poluição que inferniza São Paulo, e seus moradores.
À tarde os excursionistas se recolheram ao hotel das Bandeiras no centro da cidade, este hotel é propriedade de um português.
Dia onze era o dia mais importante para os excursionistas, como para todos os brasileiros, nesse grande dia seria canonizado o Beato Antônio de Sant'Anna Galvão, eles teriam que levantar cedo para chegarem ao Campo de Marte mais cedo.
E lá conseguir um bom lugar para assistir a grande missa de canonização celebrada pelo Papa Bento XVI, que declarou Santo o Beato Antônio de Sant'Anna Galvão.
Que desse momento em diante passou a ser chamado de Santo Antônio de Sant'Anna Galvão sendo que nesse instante o Brasil tinha seu primeiro Santo após quinhentos e sete anos e dezenove dias, do seu descobrimento pela Esquadra de Pedro Álvares de Cabral.
No final da cerimônia voltaram para o hotel e arrumam as malas e retornaram a bela Ilha da de Santa Catarina, com o dever cumprido de ter participado do maior evento do século no Brasil.
São José/SC, 14 de maio de 2.007.
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