Toda manhã.
Toda manhã ela levanta, se olha no espelho e murmura a si mesma: Sorria, você vai conseguir. E ela consegue, sabe? Ela sai de casa com um sorriso que não é dela, que mesmo belo, não chega na alma e não faz seus olhos brilharem, mas quem se importa? Ninguém nunca prestou atenção para ver que por dentro ela estava um caos. Seus olhos eram vazios, mostravam a sua alma, que há muito tempo morreu. Seu corpo era um túmulo, apesar de exalar um perfume tão doce que chega a enjoar, estava podre. Sentimentos decompostos fazendo-a sentir repulsa de si mesma. De tanto ela tentar engolir o orgulho, ele ficou preso na sua garganta, sufocando-a. Não importa o quanto ela queira, não importa o quanto ela tente, ninguém nunca vai ouvi-la. E então, ela percebe que talvez sua única saída seja enfim, o fim.