DÉVORA
Era por trás de todos
Que ela vinha
Garganta seca
Nada nutria
sede de atirar
contra paredes
Vivia
mais que ela
Podia viver
Em todos aqueles
Rostos robotizados
Apenas andarilhos
Fraquejados
Por um suor que
D’outro lado pertence
A outra vontade
Reticente
passos errantes
Reticências
Passos lentos
Vendo-se na multidão
Como folha seca
Que voa
Vira sujeira...
Apela pra abrir
Os portões antes da hora
Esqueceu algo!?
Traz um veneno etílico
Álcool
Suspira ele sente
Volátil
Não vê mais nada
Chave que abre
Outras portas
Pode dominar quarteirões
Fanfarrões
Meninas estúpidas
Desfilam mulheres
Nos andares
Olhando sempre acima
Nada vai quebrar esta ilusão
Vão continuar a andar
Pra cima...