Caso 06....
´´Me vejo atrás das grades dessa janela,refletido no vidro sujo, mamãe cozinhando, e de alguma maneira eu sei que alguém pode ver o brilho dos meus olhos de algum outro lugar por detrás daquela janela´´.
São lembranças infântis de quando minha mãe fazia mingal por que não tinhamos um pedaço de carne para comer, eu cresci assim.
Minha mãe adoeceu, a perdi a quase 2 anos, não sei quem é meu pai, mas só sei que sou fruto de um estupro, minha mãe tinha 14 anos quando foi pega a força, me pariu com 15 anos e me criou com dignidade.
Mas ela não sabia o que eu realmente pensava, o que eu realmente sentia em relação a minha história pois diferente das outras pessoas de classe baixa como a minha, eu não tinha ânimo para tentar entender o porque de tanto sofrimento para uma pessoa só: primeiro minha mãe foi violada, depois sentiu as dores de um parto não desejado, e passou a minha vida toda olhando pra minha cara de ´´estupro´´....sim, eu me sentia culpado, pois de nenhuma forma eu poderia mudar o passado, eu nunva vivi uma vida certamente,eu só sobrevivi, tentei ajuda-la no que pude, pois diferente de mim ela tinha ânimo, e me dava muito amor.
Muitas vezes escutei o choro dela em algumas noites e isso sempre me matava por dentro, então comecei a desejar encontrar quem começou com tudo isso, eu sempre desejei nem ter nascido, não assim...Comecei minha investigação a pouco tempo, já tenho algumas pistas, ao que tudo indica era o antigo padrasto da minha mãe que a violentou, só de pensar tenho uma fúria insâna dentro de mim, quero matá-lo!
Assim que minha mãe faleceu jurei para ela e para mim mesmo mudar o quadro de vida que eu levava, ela não podia, pois nem estudo tinha, abandonou a escola depois do ocorrido e dedicou a vida a me criar, então decidi que assim que o ensino médio acabasse eu iria fazer faculdade de direito, e iria defender vitimas como minha mãe, colocar esses estupradores, pedófilos atrás das grades, isso na minha opnião é gentileza do governo, pra mim uma cadeira de choque elétrico ainda é pouco, e se aqui no Brasil isso existisse, deveriam eletrecutar até o corpo todo ficar carbonizado e preto, só para termos certeza que a alma do infeliz foi para o inferno.
Ingressei então em minha tão sonhada faculdade de direito, estudei e consegui uma bolsa de 100% em umas das maiores universidades do País: A USP, localizada em São Paulo, enfim tive minha chance de mudar de vida, sai do interior e vim para a maior metrópole, me instalei em um muquifo qualquer onde poderia pagar a estadia com a grana que juntei esses anos todos da minha miseravel vida juntando papelão na rua, isso daria para uns 8 meses, ´´catava´´ papel desde os meus 4 anos de idade, tinha o suficiente até conseguir um emprego.
Estudava de manhã, e a tarde eu trabalhava em uma loja de convêniencia num posto de gasolina perto de onde me instalei, o governo me pagava uma micharia de pensão pela morte prematura da minha mãe, ela morreu de trombose, um belo dia ela descobriu uma mancha marron na canela, a mancha cresceu silenciosamente, e quando ela procurou um médico, estava com trombose avançada no osso da perna, não tardou para aparecer na outra perna também, isso foi resultado do estado emocional dela e de todos esses anos andando exaustivamente atrás de papelão e latinhas embaixo do sol, de chuva....a má alimentação contribiiu muito também....já era tarde...ela enfraqueceu e a cada dia que passava estava menos inconciente de tudo, a doença a derrubou depois de descoberta, e eu a perdi. Sendo assim recebo essa pensão do governo.
Me mudei do muquifo, e fui morar em uma republica, dividia o quarto com um rapaz.
Era tudo muito bom, ele não enchia o saco, não fuçava nas minhas coisas, e quase não conversava, raramente eu o via ou encontarava em nosso quarto. Comecei a fumar e beber nas horas vagas e nas madrugadas, afogando meu desgosto por tudo, mas eu continuava a lutar, chegou o momento do estágio, aprendi muitas coisas e vi que muitos não merecem ser defendidos, nem pelo próprio diabo. Logo fiz minha prova da OAB, e passei logo de cara! Essa foi a primeira vez que um sentimento tão forte de felicidade me invadiu, me senti pleno e pronto para começar minha tão sonhada vingança.
Comecei a frenquentar prostíbulos, zonas, clubes de strippers, ás vezes me distraia com uma ou outra, todas vagabundas gostosas, prontas para serem minhas bonecas.
Certa noite estava num canto do bar a observar o movimento, e estava atento a uma conversa que vinha da mesa ao lado, um grupo de cinco homens conversavam entre si sobre um plano de estupro em massa, isso mesmo, isso existe na internet também, e essa onda de estupro nos metrôs de São Paulo, iria ficar pior, eles queriam estuprar as mulheres de uma vez dentro dos vagões, até chegar de uma estação a outra, aqui, não tem devida segurança, vários vagões não possuem câmeras, e o plano era arquieteato da seguinte maneira: entrariam um bando de homens no vagão, as mulheres também, mas a maioria seriam eles, os da gangue, começariam a ´´chacina´´ entre as estações, estuprariam mulheres em frente as filhas e filhos e os que tentassem dete-los, iriam apanhar até a maldita porta se abrir e eles sairem correndo em meio a multidão que aguaradava o trem chegar, as mulheres com certeza seriam encontradas ao chão, com roupas rasgadas, com roxos nos olhos, talvez até sem dentes!
Isso foi a gota d´água para mim, enquanto riam eu chorava por dentro, passei a frequentar aquele lugar todos os dias, e sempre via os mesmos porcos planejando o tão esparado dia para seus pintos famintos.
Eu era advogado agora, já ganhei algumas causas em prol das vitimas, e consegui colocar bandidos na cadeia, mas não podia agir sozinho, coloquei a policia no encalço daqueles monstros.
Foram dias de investigações exaustivas juntando provas, até que chegou o grande dia. Não pudiamos envolver a imprensa, ninguém poderia saber, se não eles fugiriam como ratos pra dentro do esgoto.
Nosso plano foi muito mais arquitetado do que o deles, colocamos tropas e mais tropas de policiais nos terminais rodoviarios onde o trem iria passar, e colocamos policiais desfarçados em todos os vagões daquele trem.
Na hora marcada pelos estupradores, estavamos nós lá, eu estava disfarçado com barba e chapéu, pois me reconheceriam com certeza, os outros estavam a ´´paizana´´, tudo foi muito rápido, assim que as portas se fecharam, e o trem ganhou certa velocidade, os mal feitores começaram a agir, as mulheres começaram a gritar, eles pularam pra cima delas como gorilas, como galos querendo acasalar, com membros de fora, uns querendo faze-las ajoelhar e as que estavam de vestido, senhoras ou não, eram empurradas contra as janelas de ´´quatro´´.
Não esperamos mais nada para comerçarmos a gir, fomos pra cima dos safados, os jogamos no chão algemamos e até damos alguns chutes em suas costelas e sacos, eu olhei para todos os cantos para me certificar que todas foram salvas, mas nem todas foram, um dos filhas da puta rendeu uma moça com a faca no pescoço dela, começamos então a negociação, mas ele não se rendia, abusava da vitima na nossa frente, passando a mão pelo corpo dela sem parar, nada podiamos fazer, dentro do vagão não tinha nenhum ponto estratégico para algum matador de elite matar aquele desgraçado, o trem parou na próxima estação, e tudo o que eu não queria que acontecesse aconteceu: a imprensa foi acionada, repórteres vieram de todos os lados, helicópteros sobrevoavam o metrô mais movimentado do Brasil....
As horas se passaram, o cara estava cada vez mais louco, vários tipos de negociação foram tentadas, mas ele não cedeu. Planejamos tentar atirar dali mesmo, matá-lo e libertarmos a vítima, escolhi o meu melhor atirador, o estuprador, não sei como percebeu a movimentação, talvez os demônios que o rodeavam , o avisaram que logo ele iria morrer, ele percebeu o movimento do meu soldado, e em dois segundos cortou sem dó e nem piedade a garganta da linda moça, na nossa frente e antes que ele pudesse pronunciar uma só palavra, nós enchemos ele de bala....tinha tanto buraco no filha da puta, ele virou uma peneira!
Quanto a moça, não tinha mais o que se fazer, a equipe de paramédicos invadiu o vagão, ela foi levada pelo helicóptero da policia: o Águia, mas morreu no caminho, não tinha jeito de estancar o sangue que saia de sua garganta a fazendo engasgar e sufocar.
Me senti um fracassado, um inútil por ter estudado tanto, ter conseguido uma operação dessas junto a policia, juntado provas,um filme passou pela minha cabeça e então eu tomei a segunda decisão mais importante da minha vida.
CONTINUA.....