Turma da pesada III
Na resenha semanal, após o prazeroso baba do “Aldeias”, o comum era a velha guarda falar de futebol. Agora não. Agora se fala menos de futebol. Fala-se de variados assuntos, um desses tem atenção especial: a virilidade. Tecem loas a diversas marcas de “levanta moral” que disputam a preferência da galera. Até um azulzinho paraguaio entra nessa contenda e, nesse clima de campeonato erótico a prosa regada a umas cervejas geladas e petiscos, descamba noite adentro.
- É fim de mundo! Diria minha recém-falecida avó, do alto de sua rudimentar sapiência, aos cento e seis anos bem vividos. Mas, a verdade nua e crua é que, já não se vê como os mesmos olhares de ontem os modernos coroas. Esses PQGs (pensam que são gatinhos) são vaidosos. Vão aos salões de beleza e lá utilizam dos serviços de pedicure, manicure, cabeleireiro e podólogo. Vestem-se com os lançamentos da moda e discutem, sem qualquer cerimônia, onde e com quem estiver sobre personagens de novelas. Coisa impensada há algumas décadas passadas. Noutro dia me deparei com um grupo desses velhotes discutindo sobre o tipo de tinta que usava para pintar suas madeixas. Um alardeava que a tinta que ele usava era a “miseravona”, que em cinco minutos deixava os grisalhos, negros retintos. Outro que o shampoo que ele também usava, era o terror dos grisalhos, enegrecia os cabelos, após dez dias ininterruptos de uso. Completava sua informação fornecendo o nome do produto para os demais. A conversa prosseguia, onde cada qual enaltecia a fórmula milagrosa, que fazia uso.
Não sei não...! Sou do tempo que o homem que usava peruca, utilizava-se de mil malabarismos para não ser descoberto, pois, se tal acontecesse, ele virava motivo de chacota. Às vezes era até, impiedosamente, taxado de “morde fronha”. Hoje os tempos são outros. Os coroas estão se transformando em metrossexuais.
Viva a evolução!
Viva.