Noite que se apaga
A noite paga é uma barata: rasteja, caminha, fede. As estrelas iluminam o meu caminho, enquanto abro sozinho mais uma garrafa de vinho. O líquido é roxo, escorre pelo meu queixo, camisa e mancha minha roupa. Tiro a camisa, o cinto, a calça. Fico só de cueca — que é preta e amarela — e caminho apenas com ela.
A polícia me para, cuspo no chão: sou algemado, levado, preso.
Estou sozinho na cela, sem vinho e de cueca. Olho para o canto e duas lesmas fazem amor. Um sorriso se desprende do meu rosto. Gosto daquilo, me acaricio, ejaculo e deito no chão, mas não aprendo a lição. Sou burro, beberrão e andarei sempre perdido na minha solidão.
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