O diário de Jane- Parte 4
12 de Janeiro de 2011
"Eis que a alma deste homem se encaminha para os portões do céu. Sua consciência estará limpa quando seu nome for clamado pelo Todo Poderoso. Não matarás, não tentarás e não roubarás. Ele andou por esse caminho iluminado, seguindo tais formas de vida de maneira esplêndida. Por isso, declaro que Bill Taylor Howard está em paz e seguirá seu caminho até a luz". A chuva cai mais lento. Vários pessoas de preto, em luto, tentando acalmar a família Bill com batidinhas no ombro e palavras sentimentais, como se isso funcionasse. Isso apenas nos mostrar o quanto a dor é real, o quanto ela é vivida. Ela nos toca para o mundo real.
Quando cheguei em casa fui para o quarto. Me deitei e dormi. Acordei e o mundo ainda estava do mesmo jeito.
Me despi e fui para o banho. Olhei para o espelho por 30 segundos e me sentei no chão do banheiro. Nua, chorando,(Não se sabia se a água que descia pelo ralo era água ou lágrimas)já sentia vergonha de mim mesma por isso. Sai do banho, vesti minha blusa branca casual e a saia. Ouvi o barulho de companhia. Desci e vi minha mãe chorando disfarçadamente no sofá, enquanto ouvia o Reverendo Carter, que naquele momento era quem dava apoio indireto para ela. Abri a porta e vi um homem barbudo, trajado de um terno e calça jeans, além de um chapéu cocô. Ele carregava uma flor.
-Creio que está flor é para você, senhorita.
Olhei para aquele homem tentando buscar algum traço de insanidade. Falhei nisso.