Turma da pesada II
Volto ao tema Turma da Pesada para relatar mais algumas proezas deste grupo legal. Algumas até folclóricas. Desculpem-me o trocadilho, mas a turma já foi mais leve. Seus componentes quando chegaram ao condomínio eram senhores jovens e vigorosos, mas, com o decorrer do tempo, como apropriadamente diz Gildásio, a natureza tem sido ingrata com alguns deles. São as rugas que denunciam a PVC (Porra da Velhice Chegando), a artrose que estraga os joelhos, afastando-os das “peladas” (não confundam as coisas, gente. Refiro-me à prática esportiva) ou até mesmo a falta de preparo para correr atrás da gorducha, etc. Muitos até já abandonaram os esportes que exigem maior esforço físico e se entregaram à prática daquelas atividades físicas que demandam menos sacrifício, tais como: Levantamento de copo, copobol, halterocopismo, etc. Hoje sessentões, salvo algumas exceções, ainda continuam se achando sexys. Vão enganar outros. Sexys uma patavina, vocês são é sexagenários! Não vou nominá-los, mas convido vocês condôminos leitores a tirarem as suas próprias conclusões a respeito de quem se trata. Um deles, o Sete Ponto Zero é o mais folclórico da turma. Dizem que ele ajudou a colocar os animais na Arca de Noé, entretanto, vive a propalar, em alto e bom som, que só tem setenta anos. A mais de uma década que o velhote está empacado nos setenta. O Dr. Viagra, este já é por demais conhecido por abastecer uma clientela sedenta dos famosos azuizinhos. Entre os seus cativos clientes, há um (vou dar uma pista) é zagueiro, que pega o seu calhamaço de “motor de arranque” e, sem qualquer cerimônia, fala que vai levar par o seu velho pai. Coitado do velho! Vá ver que ele nem estar precisando desse reforço. Fugindo à regra etária descrita, há um quarentão que em razão da atividade empresarial que desempenha tem tentado ser politicamente correto e, no afã de sê-lo, acende uma vela para Deus, outra para o Tinhoso. Explico: numa semana ele aparece no condomínio vestido com a camisa do tricolor baiano, na outra com a do Leão rubro-negro, time com maior número de torcedores no “Aldeias”. “Vixe”, desta vez comprei uma briga feia! Duvidam desta minha provocação? Façam uma pesquisa e constatem o óbvio.
Mensalmente essa Velha Guarda promove um churrasco de confraternização. É quando todos os sessentões se entregam a esbórnia . E, para organizar os comes e bebes tem um que é Perito em assar carnes. Dizem as más línguas que são carnes lá do Nina. Em sendo verdade esse “baú”, não restam dúvidas que o condomínio está cheio de canibais. Para animar ainda mais a pândega foi criada a banda GASALEN, uma junção dos nomes de seus criadores: Gaspar e Alencar. O de mais interessante nessa banda é que, depois dos seus mais de dois anos de criada, o repertório não ultrapassa duas dezenas de músicas. Seus fundadores até que são afinados e tocam um violão plangente, mas o mesmo não se pode dizer dos coadjuvantes. Quando a noite já está virando uma criança e a maioria dos convivas já está pra lá de Marraqueche, vários coadjuvantes juntam-se à famosa GASALEN para dar uma palhinha. Aí o “bicho pega”: Meu Deus que coisa horrível! Ouvi-los é castigo demais para os meus ultrassensíveis ouvidos. Observe as figuras cantantes: o senhor do joelho bichado, o que tem o nome do Rio da Integração Nacional, o Dr. Viagra, o Perito do churrasco, o cunhado do perito, o que antigamente era o primeiro a chegar ao campo com a bola debaixo do braço, o que se encaixa na rosca, O xará do Homem que toma conta das chaves do céu, este depois de iscado por umas “cervas”, também se arvora a cantor e, muitos outros que não vou citá-los porque a lista é imensa, reúnem-se em volta da famosa GASALEN e abrem o berreiro. Os primeiros versos fluem maviosos e plangentes, parecem até que foram ensaiados. Quando você pensa que a coisa vai engrenar, os aprendizes de cantor se esquecem da letra da música e começam a cantarolar um tal de lá rá rá rá rá infernal. Para desespero do Barman Cabeça Branca essa cantoria coxa de retalhos vara a madrugada.
Êta turma porreta!.
Salvador, 16 de maio de 2013
Valmari Nogueira