A Morte do brilho Ocre
O suspiro veio do fundo do peito, provavelmente seu ultimo, e sentiu os olhos pesarem, mas apertou o meu pulso com mais intensidade. Eu me senti vazio por um momento, não que eu fizesse questão de ver a luz deixar seus olhos, mas a culpa e o receio me consumiria se eu não visse suas orbes cor de ocre mais uma vez, uma ansiedade me cobriu de pânico e minha voz saiu quebrada com as palavras que saíram como balbucios dos meus lábios "Abra os olhos" foi o que eu pensei ter dito, com a visão ficando turva e senti as lágrimas queimarem em meu rosto. Se ela entendeu, eu nunca saberei, mas seus olhos se abriram e ela sorriu, sorriso que desapareceu e foi substituindo por uma expressão contorcida em dor "Tudo vai ficar bem" tentei dizer de forma mais calma, tentando me convencer mais que a ela. Seus cachos louros ondularam enquanto ela maneava a cabeça e me puxava fraca para perto, olhando nos meus olhos de forma hipnótica e beijou-me pela ultima vez. Ela sorriu quando se afastou, tocando em meus lábios com os dedos. Ela morreu sorrindo.