professor de lógica - parte 2

enquanto esperava experimentou fazer uma palavra cruzada que estava no cesto, mas a ansiedade era insuportável. logo vinha imagem da esposa com outro. aquele corpo que sempre foi seu agora com outro sujeito. e a fila não andava, cada paciente demorava em média cinquenta minutos. foi até a area e ligou para o claudio.

- alô, claudio!

-fala, meu querido!

- que porra é essa que você me meteu

- ja foi atendido?

- não.

- então relaxa, depois você me fala. preciso desligar.

voltou à sala, pegou um revista, folheava. então finalmente chamou seu nome

- josê aparecido!

- sou eu.

- pode entrar.

entou na sala, meio desconfiado. avisou atrás da mesa, o tal do professor Parânio. homem franzino, cara de professor, bigode e óculos pequeno, camisa listrada e a mesa coberta de anotações bem desorganizadaslo nome do autor e titulo do livro.

- Bom, dia Professor.

- Bom, dia Aparecido. O claudio me falou de você.

- fiquei curioso em saber de onde voces se conhecem.

- tivemos alguma vida junto.

- como assim.

- não vamos nos alongar. esse tempo é seu. pode falar o que está acontecendo.

- bem, não se por onde começar.

- comece pelo o que esta sentido.

- com medo.

-isso, com medo. tem medo de perder sua esposa.

- como sabe?

- seu amigo me adiantou alguma coisa

-isso. quero me separar.

- não, você não quer.

-não?

-não, mas tem medo do que as pessoas vão pensar.

- não sei não.

-sabe sim.

- o que tem matemática a ver com isso.

-tudo.

- tudo?

- como você agiria usando a lógica.

- não se do que está falando.

-sabe sim. se agisse logicamente o que faria assim que soubesse que sua esposa tinha um caso.

- não sei.

- talvez matasse.

- matasse.

-sim, matasse.

- a vontade existe

- talvez lhe jogasse na rua de forma que ela passasse por essa vergonha.

-sim, talvez eu fizesse isso.

-talvez fizesse tudo para que ela não recebesse um centavo das coisas que vocês tem

- isso, isso, eu d...

- calma. destruí-la é o caminho moral

-moral?

- sim, moralmente você está ferido, por isso que devolver a ela o dor moral que recebeu.

- que raio isso tem a ver com matemática?

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 04/03/2014
Código do texto: T4715120
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