professor de lógica - parte 1
Quando José Aparecido descobriu que sua mulher estava tendo um caso. A primeira coisa que veio foi um desesperto terrivel. ligou para o melhor amigo, Claudio das Tabernas. e marcou um encontro. No começo da conversa, praticamente monopolizou todo encontro com frases do tipo, vou me separar, vou embora, eu não merecia isso. Das Tabernas, homem de bar desde moço, ex estudante de filosofia e um grande conhecedor da alma humana, pelo menos assim, ele se definia, logo começou a falar:
- Não é assim que as coisas funcinam.
- não?
-não! Quantas mulheres você ja teve enquanto estava casado?
-algumas, mas tenha paciênica, Claudio, é diferente. sabe que é.
- bom, não vou discutir isso aqui com você, mas tem um amigo meu matemático.
- você tem um amigo matemático
- isso, tenho, e quero que você vá conversar com ele.
- não posso acreditar que venho aqui desabafar sobre uma tragédia na minha vida e você me manda procurar um matemático.
- bom, aqui está o endereço. Pronto! dá pra entender?
- dá.
- amanha ele vai estar te esperando.
aquela conversa não animou muito as coisas. de todo modo, foi pra casa, fingiu que estava tudo bem. foi dormir mais cedo que costume. na cozinha sua mulher ainda preparava as coisas pro dia seguinte. colocou o despertador pra funcionar e apagou. no dia seguinte saiu cedo ao encontro do tal matemático.
a casa não era das mais feias. foi atendido por uma secretária muito bem arrumada. e chamou a atenção para a quantidade de gente que estava ali aguardando. aproximou da secretaria que aromava deliciosamente perto da mesa.
- desculpe,
- pois não senhor
- essa fila, tem algum consultório médico aqui.
- não. todos vão passar com o Professor Parânios
- professor?
- sim, de lógica matemática.
- e todos vão falar de contas ou dívidas, imagino.
- alguns sim, mas a maioria vem falar de seus problemas com esposas, filhos e trabalho.
- não entendo.
- dá licença, vou aproveitar que um paciente saiu, vou falar com o professor.