familia - parte 1
minha mãe era muito brava. Era assim, brava, quando ela dizia alguma coisa
sabíamos que era par valer, não tinha essa coisa de talvez, com ela. a ordem tinha quer ser obedecida, tanto a ordem de poder dentro de casa, quanto a
prioridade em fazer alguma coisa que fosse de seu desejo
. Tanto isso é verdade que até meu pai tinha medo dela. quando fazia um mal feito, puts, meu pai fazia mal feitos, mas não como a gente, de quebrar coisas
ou faltar na escola escondido, mal feito de gente grande, digo.
Toda vez que arrumava uma amante, era um pega par capar, porque ela sempre descobria. Teve uma vez
que quando ele chegou em casa encontrou todas as roupas dele rasgada. Ele
ficou louco de raiva, mas quem disse que tinha coragem de enfrentar. Porque uma coisa era certa, meu pai tinha culpa no cartório quando essas brigas aconteciam.
Me chamou e me levou até a outra rua, e levantou a camisa e pediu eu dizer se tinha mesmo alguma marca de mordida em suas costas. Não vi nada, mas parece, que minha mãe viu. Ele ainda me confessou que saiu mesmo com outra mulher, assim, de cara lavada, eu nem sei qual foi minha reação, apenas ouvi e perguntei se podia voltar par casa. Então ele sumiu por tempo, ficou na casa da mãe dele, nossa vó Jurema, que nunca deixava o filho sofrer se achando errado. Homem é assim mesmo, dizia em alto e bom som para que todos escutassem e meu pai se sentia melhor. lá pelas tantas, a saudade batia, tanto dele quando da minha mãe e as coisas se ajeitavam.