desfecho

e

as meninas estão lá quietinha. algum malfeito. a mae desconfiada. indaga, mariana,

o que está acontecendo. nada mãe. vai brincar na sala, e veste essa roupa. a mae vai a cozinha e dar rizada sozinha. prepara o jantar. o marido volta daqui a pouco. sabe que

ele tem uma amante. caso ja conversado. só depois das 22 ele chega. é só não falar no

assunto. homens sao assim mesmo, pensa, se consolando . vai ao banheiro. solta um sopro de choro, respira mais

aliviada, volta á mesa. quer escrever uma carta. pensa em se matar. mas gosta demais da vida

e tem as crianças. liga a tv, impaciente, olha á janela. pensa nas menimas, vai ver o que está acontecendo. as duas comportadas. o jantar no fogão, o vinho descansado, quer dar a boceta hoje. sente a dor vindo de dentro. hoje, espera que ele não gaste toda energia com a outra. filosofa sobre a criança da familia. leu num livro que é uma construção história, uma organização social. respirou com essa informação. mas a dor não passa. quer Juareza só pra ela.

pondera, sem ele a vida deve ser bem pior. ficar sem um homem. as amigas, aquelas nogentas, o que vai pensar, nem ferrando. não vai dar gosto algum pra aquelas feias metida a besta.

juareza chega desanimado, senta á mesa, dar um beijo repulsivo nela. sente que ele não gosta

mais da sua companhia. diz do jantar, do tempero que usou. ele vai tomar banho. quando deita na cama, vira para o lado e quer dormir. ela lhe esfrega a mao no pau. ele tira e logo está adormecendo. ela levanta, pega as crianças leva à casa da irmã. diz que foram convidados para uma festa de ultima hora. beija as meninas, e diz que elas são fofas. volta dirigindo, toda a sua vida é desconfortável. entra na casa. toma um banho demorado. á cozinha abre a gaveta, e abre o jogo de faca, um primor, os cabos bem talhados, feitos de artistas. vai ao quarto. e juarez assobia no seu sono de culpado. ela enfia a faca no seu pescoço. ele ainda arregala os olhos,

toca as mãos dela, sem força desfalece. ela acende um cigarro, liga na seção de gala. o filme

antigo mostra um casal apaixonado, que se olham de verdade. lembra da comida. o carneiro bem temperado. pôe um tanto no prato. e come com muito prazer.

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 16/02/2014
Código do texto: T4693629
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.