Farmacêutico Júlio Almeida, O Médico Dos Pobres.
Ao primeiro sintoma de esquecimento, o mais rápido possível, recrri ao doutor... Ah sim!... O doutor!...
- Doutor de quê mesmo?!...
- Doutor das amnésias...
- Ainda bem que me fizeram lembrar!...
- Não me pegunte quem foi.
No meu tempo de criança, lá já sevão alguns muitos anos, eramenos complicado, hoke são tantos doutores.
- Doutor disso... doutor daquilo... doutor daquilo outro... Ufa!...
O fato aqui narrado aconteceu no iinterior do município de Santo ANntonio de Pádua, estado do Rio de Janeiro.
Naquela época num pequenino vilarejo denominado Salgueiro, residia um renomado farmacêutico (médico dos pobres) de nome Júlio Almeida, proprietário de uma modesta botica. Por uma questão de escassez de recursos desse gênero, no local era o único para atender toda aquela extensa região.
Por volta do ano de 1943, com apena 2 anos de idade, fui acometido por uma doença denominada "Crupe", uma espécie de angina sufocante cujos os sintomas não foram identificados por meus familiares.
Então fui levado por minha mãe e uma das minhas irmãs a Conceição, até à botica do farmacêutico, Júlio Almeida, que ficava a mais ou menos uns cinco quilômetros de onde eu morava, todo esse trajeto era na maioria das vezes feito a pé.
Lá por ele foi feito o diagnóstico e constatado a doença, naquela época estava ocorrendo uma epidemia da doença. Em motivo do desconhecimento pela humilde população acaba causando o óbito de quem a tinha.
O crupe é mais comun em crianças de 6 meses a 3 anos de idade.
Ao chegar à botica e diagnosticada a doença, minha mão foi informada que devido à gavidade da mesmsa e acomplexidade do tratamento eu teria que ficar inernado. Internado onde?!... Devido ao emaranhado de dificuldades, até mesmo as pequenas e complexas doenças que necessitassem de internações, eses heróis, voluntariosos farmacêuticos, prontamente cediam suas residências, para que as pessoas ficassem acolhidas como se fosse num hospital e isso aconteceu comigo.
Por necessitar de uma acompanhante, minha irmã me acompanhou durante todo o tempo em que durou o tratamento.
Quando o farmacêutico Júlio Almeida diagnosticou a doença, chamou minha mãe num canto e disse: - Dona Suissa (esse era o seu apelido por ser muito branca de olhos azuis, seu nome verdadeiro era Vitória) não lhe dou um tostão pelo seu filho.
No exato momento passava em frente à famácia um enterro de uma criança mais ou menos da minha idade, vítima do CRUPE.
Devido ,à fragilidade causada pela doença, durante o tempo que lá permaneci, passei a chamar minha irmã de Mana, que por essa razão passou a ser o seu apelido no meio familiar.
Graças a Deus depois de delicado e intenso tratamento, obive o êxito da cura.
Poucos anos depois mudamos para Miracema, noroeste no estado do Rio de Janeiro, onde moramos até o meado de 1953, e daí fomos para Nova Iguaçu, na baixada fluminense.
Já na fase adulta, jóvem e saudável, retornamos em visita ao local onde nasci, e tivemos a idéia de procurarmos o farmacêutico Júli Almeida, no mesmo local e na mesma farmácia, atendendo os seus fiéis ou não fregueses com a mesma prestatividade e beneficência.
Ao chegarmos nos recebeu com um ar desconfiado, coisa de pessoas do interior. Em pouco tempo de conversa entre ele e minha mãe, a festa do reencontro aconteceu, visto que haviam se passado vários anos, e até então eu era um mero espectador, acompanhante de dona Suissa.
Depois de satisfazer todas as curiosidades, veio a melhor parte, antes mesmo de minha mãe fazero merecido agradecimento, ela o perguntou quanto ele daria naquele rapaz que a acompanhava, nocaso seria eu.
Um silêncio pairou no ar. E ele respondeu com uma outra pergunta querendo saber o motivo.Elaentão revelou, desvendando em alguna minutos todo o mistério da história, e disse mais: - Esse rapaz aqui é aquela mesma criança que o senhor disse que não daria nem um tostão por ela, e agoa quanto o senhor daria?
Um forte abraço aconteceu entre o farmacêutico e eu e nós choramos juntos. Mais tarde viia a conhecer um pensamento quediz: - A feliciade está tão próxima da dor, que muita vezes choramos de alegria.
Hoje em dia o que falta no mundo são pessoas como o farmacêutico Júlio Almeida, médico dos pobres, graças a ele hoje estou com 72 anos.
Essa é uma história da vida real.
Fim