PERALTICE NATALINA

Causa-nos sempre espanto a criatividade infantil, inconsciente ainda do que seriam "artes", e, no mais das vezes, nos divertimos com elas e com o aflorar ingênuo da inteligência.

Eis aqui um fato "inusitado" e pleno de criatividade, ocorrido ainda na tenra infância minha e de meu irmão. Era época de Natal. Andando pelas ruas com nossos pais, observávamos nas vitrines as árvores de Natal, adornadas com aquelas bolas coloridas e facilmente quebráveis. Sobre os galhos das árvores, a imitar neve, a decoração se completava com chumaços de algodão. Tudo era fascinante e mágico!

Em casa, minha mãe, católica fervorosa, sempre armava um presépio sob nossa árvore, um galho de árvore trazido do morro próximo. Era um conjunto de maravilhar os olhos infantis! No presépio havia até um lago pequenino, feito com um pedaço de espelho e dois patinhos azuis a nadar. Tudo se revestia de fé e singeleza.

Porém, em nosso entender, havia pouco algodão para simular neve. Meu pequeno irmão teve brilhante idéia: de posse do açucareiro, espalhou açúcar sobre os galhos e até o presépio ficou açucarado. Simples e eficiente! Ele fez isto às escondidas, na véspeta do Natal, bem tarde. Chamou-me para ver tal criativa obra. Tudo branquinho! Certamente nossa mãe gostaria!

No dia seguinte, qual não foi a surpresa! O presépio havia se tornado um grande formigueiro! Havia formigas até no pobre do Menino Jesus! Minha tão amorosa mãe transformou a bronca em boas risadas, e entregou-se à árdua tarefa de retirar formigas e açúcar...

Mas que ficou bonito, ah, isto ficou. Foi um dos Natais mais marcantes dos tempos em que a vinda do Menino-Deus era realmente festejada com alegria e devoção. _______________________________________________gajocosta

gajocosta
Enviado por gajocosta em 30/12/2013
Reeditado em 26/09/2017
Código do texto: T4630234
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