Coincidências
Em resposta ao texto, a garota comentou:
Em setembro de 2013, Jonathan criou um blog e começou a contar as coisas que aconteciam com ele no decorrer do dia. Algumas coisas eram engraçadas e outras nem tanto. Muitas vezes seu blog era invadido por desabafos desconcertantes que ele próprio escrevia e fazia questão de publicar. Bem, esse seu blog nunca tinha sido visitado por nenhum internauta, apenas ele escrevia e publicava seus textos onde a maioria era carregada de tristeza e em alguns textos fazia menção a Dani uma jovem que ele conheceu na internet. A amizade deles era quase perfeita, eles conversavam sobre tudo, a começar pelos sonhos que tiveram, algum aborrecimento, as alegrias, trocavam conselhos e compartilhavam confidências. Na maioria das vezes eles passavam o dia implicando um com o outro, mas sempre se divertindo. Jonathan adorava passar as noites e os fins de semanas na companhia da Dani. Eles ouviam as músicas que compartilhavam, assistiam e indicavam filmes, trocavam livros em pdf e comentavam tudo. Praticamente eles compartilhavam suas vidas de uma maneira bonita e diferente das demais pessoas. O único problema era que eles nunca tiveram contato físico, apenas se conheciam pela internet. Jonathan morava em Paris e Dani morava na Ilha da Madeira. Jonathan cursava Matemática e Dani estudava Psicologia e pretendia fazer residência no último ano da faculdade na Espanha. A distância não era problema para os dois, pois eles sempre se falavam pela internet, mas nunca chegaram a ligar a webcan ou trocar números de telefones celulares, apenas a única comunicação que existia entre eles era via “chat”.
Um dia Jonathan decidiu viajar, comprou as passagens aéreas, preparou as malas e não falou nada para Dani. Ele queria fazer uma surpresa, mas infelizmente tudo deu errado. E o que seguiu depois disso foi apenas um blog criado para desabafar as mágoas anonimamente. E sua última publicação foi a seguinte:
“Saudade de uma certa pessoa
Durante mais ou menos dois anos e meio mantive contato com uma garota numa determinada rede social. Infelizmente, hoje eu não tenho contato com ela. Mas sinto uma falta escomunal dessa garota que me paralisa. Às vezes, pego-me pensando ou sonhando com essa garota, o que mesmo depois de alguns meses sem contato algum, ainda sinto uma saudade doída. Lembro-me das nossas conversas casuais e que eram bastante empolgantes e divertidas. Hoje, as noites são silenciosas, sem diversão e tristes. Minha mente parece não querer desligar a imagem dela sorrindo, sempre é a última coisa que lembro e é a primeira quando acordo.
Nunca imaginei passar um dia se quer sem a companhia dela e hoje faz exatamente dois meses e 18 dias que os nossos contatos cessaram. Sinto uma mistura de saudade, tristeza e vontade de conversar como antigamente. É triste viver e saber que no final do dia não terei para quem contar como foi meu dia. É complicado rir sem achar muita graça. Não esperava que seria tão estranho viver sem tê-la por perto. Às vezes quando acordo, tenho uma leve esperança de que encontrarei alguma mensagem dela no meu correio eletrônico, mas nunca tem nada. Hoje acordei e senti como que se o meu mundo estivesse em pedaços e o mais triste é perceber que antigamente quando eu sentia assim, em cacos, ela adivinhava e enviava alguma mensagem que me fazia sentir inteiro e pleno. Simplesmente ela juntava cada caco meu no início da manhã ou no final do dia. Ela fazia questão de me completar em tudo. Éramos mais do que grandes amigos; éramos confidentes, colegas e parceiros ou como costumávamos dizer... éramos melhores do que irmãos – há quem complete a lista com “apaixonados”. Também poderia arriscar e dizer que talvez a gente fosse mesmo louco um pelo outro, infelizmente as coisas mudam sem que a gente queira.
Um certo dia em uma de nossas brincadeiras ela chegou a dizer que eu seria convidado para ser o padrinho de casamento e quem sabe ser padrinho da filhinha dela também. E na mesma hora eu falei que possivelmente eu raptaria e casaria com ela... bons tempos e que hoje ficou só na lembrança! É, talvez seja ironia desse tal “tempo” que a gente dizia ser eterno e que acabou por nos separar. Hoje eu não sei onde está aquela que um dia chamei de melhor amiga. Fico a me questionar – onde está aquela irmãzinha, mesmo não sendo do mesmo sangue, que sempre aparecia e trazia alegria na minha vida, que estava sempre preocupada comigo e se fez presente durante esses 2 anos e meio? Onde foi parar aquela garota que protagonizava os meus sonhos? Nós deveríamos ter trocado os números dos celulares. E quem sabe, hoje eu poderia ligar, pedir perdão e dizer que a amo muito e que a proposta que fiz, ainda continua de pé: aquela que eu disse que você jamais seria substituída! E para que não reste dúvidas... eu continuo cumprindo.”
Alguns meses após sua última publicação, enfim seu blog foi visitado.
Ao digitar a frase no Google: “éramos melhores do que irmãos” uma garota foi levada a abrir um blog e pela primeira vez, em muito tempo, o blog de Jonathan recebeu uma visita e um comentário ao texto “Saudade de uma certa pessoa”.
Um dia Jonathan decidiu viajar, comprou as passagens aéreas, preparou as malas e não falou nada para Dani. Ele queria fazer uma surpresa, mas infelizmente tudo deu errado. E o que seguiu depois disso foi apenas um blog criado para desabafar as mágoas anonimamente. E sua última publicação foi a seguinte:
“Saudade de uma certa pessoa
Durante mais ou menos dois anos e meio mantive contato com uma garota numa determinada rede social. Infelizmente, hoje eu não tenho contato com ela. Mas sinto uma falta escomunal dessa garota que me paralisa. Às vezes, pego-me pensando ou sonhando com essa garota, o que mesmo depois de alguns meses sem contato algum, ainda sinto uma saudade doída. Lembro-me das nossas conversas casuais e que eram bastante empolgantes e divertidas. Hoje, as noites são silenciosas, sem diversão e tristes. Minha mente parece não querer desligar a imagem dela sorrindo, sempre é a última coisa que lembro e é a primeira quando acordo.
Nunca imaginei passar um dia se quer sem a companhia dela e hoje faz exatamente dois meses e 18 dias que os nossos contatos cessaram. Sinto uma mistura de saudade, tristeza e vontade de conversar como antigamente. É triste viver e saber que no final do dia não terei para quem contar como foi meu dia. É complicado rir sem achar muita graça. Não esperava que seria tão estranho viver sem tê-la por perto. Às vezes quando acordo, tenho uma leve esperança de que encontrarei alguma mensagem dela no meu correio eletrônico, mas nunca tem nada. Hoje acordei e senti como que se o meu mundo estivesse em pedaços e o mais triste é perceber que antigamente quando eu sentia assim, em cacos, ela adivinhava e enviava alguma mensagem que me fazia sentir inteiro e pleno. Simplesmente ela juntava cada caco meu no início da manhã ou no final do dia. Ela fazia questão de me completar em tudo. Éramos mais do que grandes amigos; éramos confidentes, colegas e parceiros ou como costumávamos dizer... éramos melhores do que irmãos – há quem complete a lista com “apaixonados”. Também poderia arriscar e dizer que talvez a gente fosse mesmo louco um pelo outro, infelizmente as coisas mudam sem que a gente queira.
Um certo dia em uma de nossas brincadeiras ela chegou a dizer que eu seria convidado para ser o padrinho de casamento e quem sabe ser padrinho da filhinha dela também. E na mesma hora eu falei que possivelmente eu raptaria e casaria com ela... bons tempos e que hoje ficou só na lembrança! É, talvez seja ironia desse tal “tempo” que a gente dizia ser eterno e que acabou por nos separar. Hoje eu não sei onde está aquela que um dia chamei de melhor amiga. Fico a me questionar – onde está aquela irmãzinha, mesmo não sendo do mesmo sangue, que sempre aparecia e trazia alegria na minha vida, que estava sempre preocupada comigo e se fez presente durante esses 2 anos e meio? Onde foi parar aquela garota que protagonizava os meus sonhos? Nós deveríamos ter trocado os números dos celulares. E quem sabe, hoje eu poderia ligar, pedir perdão e dizer que a amo muito e que a proposta que fiz, ainda continua de pé: aquela que eu disse que você jamais seria substituída! E para que não reste dúvidas... eu continuo cumprindo.”
Alguns meses após sua última publicação, enfim seu blog foi visitado.
Ao digitar a frase no Google: “éramos melhores do que irmãos” uma garota foi levada a abrir um blog e pela primeira vez, em muito tempo, o blog de Jonathan recebeu uma visita e um comentário ao texto “Saudade de uma certa pessoa”.
Em resposta ao texto, a garota comentou:
“Sentir saudades de quem amamos é a saudade mais dolorida de todas. A maneira como você descreveu fez-me lembrar alguém que conheci em circunstância parecida e que também não tenho mais contato. Eu não te conheço, mas percebi que você foi bem sincero e espero que você consiga entrar em contato com essa sua “amiga”.
Sei como você se sente, e vou descrever tudo o que passei, não porque eu necessito de respostas, mas porque eu preciso falar. Isso é apenas uma oportunidade na qual estou agarrando para tentar desgrudar da garganta o que está sufocando-me.
Até bem pouco tempo atrás deixei de falar com um rapaz que conheci na net e mesmo gostando muito dele... eu ainda não consegui perdoá-lo, mas assim como você, eu sinto muito a falta dele. Eu, simplesmente o deletei da minha vida. E comecei por excluir o único elo de ligação que tinha com ele que foi o Facebook. Nunca falei nada sobre o acontecido com os meus familiares e nem com os meus amigos. Apesar de tudo, nunca toco no assunto e quando alguém pergunta, eu falo que a gente se cansou da amizade.
Às vezes, sinto um nó grande na garganta e uma vontade de chorar. Só de pensar que eu dei um espaço pequeno, da minha vida pra ele, e o desgraçado queria um espaço maior, bem maior do que eu poderia oferecer. Ele não só ganhou mais espaço como também ganhou minha confiança. Não vou negar, mas estava gostando do efeito que ele me causava. Estava gostando porque as coisas quase nunca me agrada. E o fato dele não ficar perguntando sobre o meu passado ou quem eu era, isso agradava-me. Eu me sentia bem quando estava com ele. E durante todo esse tempo em que permanecemos em contato, posso dizer que construímos algo belo, algo só nosso, como um castelo! Porém como eu não conhecia nada sobre ele, apenas o que ele contava... infelizmente esse tipo de construção aparentemente bonita foi feita sem uma base sólida e o alicerce foi aos poucos ruindo e virando uma areia movediça na qual encontro-me hoje.
Ele mostrou-me um mundo diferente do qual eu não estava acostumada a ver... era um mundo alegre, vibrante e menos egoísta. Ela adoçava a minha vida e me aceitava como eu era, quase sempre me aconselhando e não tentava calar os monstros que haviam em mim. E por não tentar, ele calava. Ele me tinha de uma maneira simples e sincera que nenhuma outra pessoa me teve. E relembrar tudo isso que vivi, dói e dói tão absurdamente que deixou-me anestesiada. Eu me sinto incapaz por não conseguir referir-me a mim sem lembrar que um dia eu referi-me a ele também enquanto fazia. A ausência dele ainda me assusta, ele me fez sentir o que meu coração não estava acostumado a suportar... ele me esgotou! Mas mesmo assim eu adoraria revê-lo. Bem, sei que o que eu acabei de escrever, não é problema seu! Peço-me desculpas pelo incômodo, mas a minha intenção era falar. Então só agradeço pelo espaço oferecido.
Cada um faz da vida o que quer e só de pensar que de uma hora pra outra você pode perder a amizade de um “melhor amigo” dá um aperto tão grande no coração e a pessoa sente um frio esquisito e inexplicável. A vontade é de nunca deixar que o tempo apague as lembranças e quando aquela nostalgia absurda te dominar é hora de você perder o orgulho e correr atrás daquilo que te faz se sentir bem. Talvez essa sua amiga esteja esperando um recado seu, por e-mail, um “oi” qualquer e despretensioso. Hoje revendo tudo o que passei... eu adoraria receber esse “oi” e tentaria reconstruir a amizade. Mas não sei como encontrá-lo, pois eu desfiz a amizade e ele excluiu o Facebook.”
Dani
Sei como você se sente, e vou descrever tudo o que passei, não porque eu necessito de respostas, mas porque eu preciso falar. Isso é apenas uma oportunidade na qual estou agarrando para tentar desgrudar da garganta o que está sufocando-me.
Até bem pouco tempo atrás deixei de falar com um rapaz que conheci na net e mesmo gostando muito dele... eu ainda não consegui perdoá-lo, mas assim como você, eu sinto muito a falta dele. Eu, simplesmente o deletei da minha vida. E comecei por excluir o único elo de ligação que tinha com ele que foi o Facebook. Nunca falei nada sobre o acontecido com os meus familiares e nem com os meus amigos. Apesar de tudo, nunca toco no assunto e quando alguém pergunta, eu falo que a gente se cansou da amizade.
Às vezes, sinto um nó grande na garganta e uma vontade de chorar. Só de pensar que eu dei um espaço pequeno, da minha vida pra ele, e o desgraçado queria um espaço maior, bem maior do que eu poderia oferecer. Ele não só ganhou mais espaço como também ganhou minha confiança. Não vou negar, mas estava gostando do efeito que ele me causava. Estava gostando porque as coisas quase nunca me agrada. E o fato dele não ficar perguntando sobre o meu passado ou quem eu era, isso agradava-me. Eu me sentia bem quando estava com ele. E durante todo esse tempo em que permanecemos em contato, posso dizer que construímos algo belo, algo só nosso, como um castelo! Porém como eu não conhecia nada sobre ele, apenas o que ele contava... infelizmente esse tipo de construção aparentemente bonita foi feita sem uma base sólida e o alicerce foi aos poucos ruindo e virando uma areia movediça na qual encontro-me hoje.
Ele mostrou-me um mundo diferente do qual eu não estava acostumada a ver... era um mundo alegre, vibrante e menos egoísta. Ela adoçava a minha vida e me aceitava como eu era, quase sempre me aconselhando e não tentava calar os monstros que haviam em mim. E por não tentar, ele calava. Ele me tinha de uma maneira simples e sincera que nenhuma outra pessoa me teve. E relembrar tudo isso que vivi, dói e dói tão absurdamente que deixou-me anestesiada. Eu me sinto incapaz por não conseguir referir-me a mim sem lembrar que um dia eu referi-me a ele também enquanto fazia. A ausência dele ainda me assusta, ele me fez sentir o que meu coração não estava acostumado a suportar... ele me esgotou! Mas mesmo assim eu adoraria revê-lo. Bem, sei que o que eu acabei de escrever, não é problema seu! Peço-me desculpas pelo incômodo, mas a minha intenção era falar. Então só agradeço pelo espaço oferecido.
Cada um faz da vida o que quer e só de pensar que de uma hora pra outra você pode perder a amizade de um “melhor amigo” dá um aperto tão grande no coração e a pessoa sente um frio esquisito e inexplicável. A vontade é de nunca deixar que o tempo apague as lembranças e quando aquela nostalgia absurda te dominar é hora de você perder o orgulho e correr atrás daquilo que te faz se sentir bem. Talvez essa sua amiga esteja esperando um recado seu, por e-mail, um “oi” qualquer e despretensioso. Hoje revendo tudo o que passei... eu adoraria receber esse “oi” e tentaria reconstruir a amizade. Mas não sei como encontrá-lo, pois eu desfiz a amizade e ele excluiu o Facebook.”
Dani