** À medida que Amandinha se aproximava do local, que ela deduzia ser a fábrica de Papai Noel, a pequena garota percebia surpresa o quanto tudo estava tão deserto.
Com um semblante triste ela viu surgir um homem alto e sem barba.
_ Olá, Amandinha! Algo te preocupa, minha querida?
_ Quem é você, moço?
_ Eu posso garantir que não sou o Papai Noel.
_ Isso eu já sabia.
O homem sorriu.
_ Moço, cadê os operários da fábrica? Eu não estou vendo ninguém, amanhã é Natal, como as crianças vão ficar sem os brinquedos que pediram? Será que vocês não receberam nossas cartas?
Amandinha começou a chorar.
O homem comovido falou:
_ Calma, minha flor! Não fique triste. Nós recebemos todas as cartas. Inclusive sabemos que você pediu uma boneca grande, não foi?
Enxugando as lágrimas, Amandinha respondeu:
_ Foi!
_ Os operários estão prontos para retomar as atividades da fábrica, mas houve um imprevisto. Precisamos da sua ajuda!
_ Da minha ajuda?
_ Sim! Para a fabrica voltar a funcionar e o Natal das crianças ficar garantido, você vai ter que fazer um milagre acontecer.
Amandinha confusa questionou:
_ Milagre? O que é milagre, moço?
_ Milagre é algo magico, incrível, muito difícil de acontecer.
_ Se é difícil de acontecer, como eu vou fazer?
_ Esse é o desafio, querida! Você precisa conseguir. Nós confiamos demais em você.
_ Se eu não conseguir?
_ As crianças ficarão sem brinquedos, os operários não voltarão.
O homem desapareceu, Amandinha sentada voltou a chorar.
* Na cama do quarto, a mãe de Amandinha, Dona Joana, encontrou a filha chorando.
_ O que aconteceu, Amandinha? Por que você está chorando?
_ Mãe, eu sonhei com a fabrica do Papai Noel. Ela estava parada, sem ninguém, o moço disse que eu preciso fazer algo muito difícil para os operários voltarem. Se eu não fizer, não vai ter brinquedo...
Dona Joana interrompeu abraçando Amandinha carinhosamente.
_ Filha, que bobagem é essa? Sabe o que nós vamos fazer agora?
_ O quê?
_ Nós vamos orar, pois eu já te disse que a primeira ação, depois de despertar, é falar com Deus.
_ Eu esqueci porque fiquei preocupada com o sonho.
_ Não pode esquecer.
Dona Joana ajudou Amandinha a realizar a oração matinal.
Após a lição preciosa, Amandinha escovou os dentes, tomou um banho, foi forçada a comer um pão e um bolo, bebendo um pouco de café com leite. Ela disse estar sem apetite, mas sua mãe não aceitou a desculpa.
O pai de Joana, Antônio, curtindo o feriado, propôs passear.
Amandinha esqueceu a complicada missão que recebeu.
* À tarde Amandinha estava na varanda observando a rua conforme gostava de fazer.
De repente ela viu Ritinha solitária.
Amandinha não viu o cachorrinho, inseparável amigo de Ritinha.
A observadora notou que Ritinha parecia estar chorando.
Amandinha, confirmando que os pais descansavam, saiu, atravessou a rua e foi conversar com a vizinha.
Desde nova os pais aconselhavam não conversar com Ritinha.
Antônio “herdou” uma discussão dos seus pais, avós de Amandinha, com Seu João, pai de Ritinha, militar reformado, viúvo, homem rigoroso e solitário.
Ritinha e Amandinha nunca ligaram, só obedeciam, mas quebravam a regra imbecil se ninguém estava vendo.
_ Olá, Ritinha! Você está triste?
_ Estou, Amandinha. Danoninho não quer brincar, eu acho que ele está doente. Ele nunca foi preguiçoso.
_ Danoninho?
_ Danoninho é o meu cachorro. Você não sabia?
_ Você nunca me apresentou ele, eu gostei do nome. O que Danoninho está sentindo?
_ Ele está sonolento, só quer ficar no cantinho.
_ Meu pai pode ajudar (Antônio era veterinário). Ele entende de animais, mas você vai ter que conversar com ele. Topa?
_ Será que ele vai brigar comigo?
_ Não briga, não! Eu não deixo. Venha!
Amandinha tocou a campainha.
Quando Dona Joana abriu a porta, viu a filha e Ritinha segurando o cachorrinho.
_ Por que você tocou a campainha, filha?
Amandinha explicou a situação, Antônio apareceu, não gostou de ver Ritinha ali, porém tentou disfarçar.
Havia um animal doente, o veterinário não podia ignorar o fato.
Antônio descobriu uma espécie de ferida numa das patas, passou uma pomada, garantindo a Ritinha que, se ela repetisse corretamente, o cachorro ficaria logo recuperado.
* No começo da noite, a campainha voltou a tocar.
Antônio abriu a porta e viu surpreso Seu João.
_ Oi! Eu soube do que aconteceu, vim agradecer seu auxílio. Eu não vi quando Ritinha saiu escondida...
_ Foi um grande prazer!
Dona Joana, ao lado de Amandinha sorridente, resolveu convidar Seu João para a ceia natalina.
Seu João, tocado pela ação de Antônio e inspirado pelo clima de Natal, aceitou o convite. Ele e Ritinha nunca saíam. A menina só brincava com Danoninho. Era uma chance de ver a filha brincando com outra criança.
Além disso, a briga com os avós de Amandinha (falecidos), que Antônio e Dona Joana “compraram” quando vieram morar na casa dos antigos donos, já sumia na poeira do tempo.
À noite Amandinha e Ritinha puderam conversar oficialmente.
As meninas aproveitaram bastante.
Escutando as doze badaladas, Amandinha recordou o sonho, a fábrica vazia, a tarefa de realizar um milagre e resolveu comentar com Ritinha:
_ Ritinha, e se Papai Noel não puder visitar nossas casas?
_ O que impediria ele, Amandinha?
_ Eu tive um sonho, a fábrica estava vazia, um moço me disse que eu precisava fazer algo difícil acontecer.
Ritinha deu risada, sem compreender o drama de Amandinha.
As duas retomaram a animação das brincadeiras, Amandinha preferiu não pensar no assunto.
Os adultos, os donos da casa, Seu João e uma prima de Dona Joana seguiam papeando bem à vontade.
Seu João apagou toda a formalidade do militarismo e resolveu contar alguns causos engraçados. A alegria envolveu demais o ambiente.
Na madrugada eles verificaram as menininhas dormindo no sofá e perceberam, então, o horário avançado.
** À medida que Amandinha se aproximava da mesma fábrica do sonho matinal, ela dessa vez viu vários trabalhadores apressados, num ritmo intenso, animados e ativos.
O homem alto e sem barba surgiu novamente.
_ Você conseguiu, Amandinha! Parabéns!
_ Eu consegui? O que eu fiz?
_ Você uniu seus pais com Seu João. Agora você pode brincar bastante com sua amiguinha e o cachorro Danoninho, que também contribuiu muito para garantir mais um Natal com as crianças ganhando os brinquedos.
_ Cadê Papai Noel?
_ Ele está distribuindo os presentes. São muitos. As primeiras remessas ele já levou. O trabalho não pára, Amandinha.
_ Quer dizer que Danoninho, Ritinha e eu salvamos o Natal?
O moço silenciou, apenas sorrindo e abraçando a cativante garotinha.
* Na denominada realidade, Dona Joana cobria a filha tão querida e, constatando o semblante alegre de Amandinha, indagou com um ar ressaltando ironia:
“Será que a fábrica voltou a funcionar?”
Colocando uma enorme boneca no canto da cama de Amandinha, Dona Joana pegou um livrinho caído no chão o qual não havia notado.
Era um livro com pequenos contos natalinos.
Amandinha adorava essas historinhas.
Dona Joana apagou a luz do quarto e discretamente fechou a porta.
* Foi assim, queridos leitores! Acreditem!
Desse jeito o amor que une, estimula o perdão e incentiva a renovação tornou fácil demais o milagre acontecer.
Um abraço!
Com um semblante triste ela viu surgir um homem alto e sem barba.
_ Olá, Amandinha! Algo te preocupa, minha querida?
_ Quem é você, moço?
_ Eu posso garantir que não sou o Papai Noel.
_ Isso eu já sabia.
O homem sorriu.
_ Moço, cadê os operários da fábrica? Eu não estou vendo ninguém, amanhã é Natal, como as crianças vão ficar sem os brinquedos que pediram? Será que vocês não receberam nossas cartas?
Amandinha começou a chorar.
O homem comovido falou:
_ Calma, minha flor! Não fique triste. Nós recebemos todas as cartas. Inclusive sabemos que você pediu uma boneca grande, não foi?
Enxugando as lágrimas, Amandinha respondeu:
_ Foi!
_ Os operários estão prontos para retomar as atividades da fábrica, mas houve um imprevisto. Precisamos da sua ajuda!
_ Da minha ajuda?
_ Sim! Para a fabrica voltar a funcionar e o Natal das crianças ficar garantido, você vai ter que fazer um milagre acontecer.
Amandinha confusa questionou:
_ Milagre? O que é milagre, moço?
_ Milagre é algo magico, incrível, muito difícil de acontecer.
_ Se é difícil de acontecer, como eu vou fazer?
_ Esse é o desafio, querida! Você precisa conseguir. Nós confiamos demais em você.
_ Se eu não conseguir?
_ As crianças ficarão sem brinquedos, os operários não voltarão.
O homem desapareceu, Amandinha sentada voltou a chorar.
* Na cama do quarto, a mãe de Amandinha, Dona Joana, encontrou a filha chorando.
_ O que aconteceu, Amandinha? Por que você está chorando?
_ Mãe, eu sonhei com a fabrica do Papai Noel. Ela estava parada, sem ninguém, o moço disse que eu preciso fazer algo muito difícil para os operários voltarem. Se eu não fizer, não vai ter brinquedo...
Dona Joana interrompeu abraçando Amandinha carinhosamente.
_ Filha, que bobagem é essa? Sabe o que nós vamos fazer agora?
_ O quê?
_ Nós vamos orar, pois eu já te disse que a primeira ação, depois de despertar, é falar com Deus.
_ Eu esqueci porque fiquei preocupada com o sonho.
_ Não pode esquecer.
Dona Joana ajudou Amandinha a realizar a oração matinal.
Após a lição preciosa, Amandinha escovou os dentes, tomou um banho, foi forçada a comer um pão e um bolo, bebendo um pouco de café com leite. Ela disse estar sem apetite, mas sua mãe não aceitou a desculpa.
O pai de Joana, Antônio, curtindo o feriado, propôs passear.
Amandinha esqueceu a complicada missão que recebeu.
* À tarde Amandinha estava na varanda observando a rua conforme gostava de fazer.
De repente ela viu Ritinha solitária.
Amandinha não viu o cachorrinho, inseparável amigo de Ritinha.
A observadora notou que Ritinha parecia estar chorando.
Amandinha, confirmando que os pais descansavam, saiu, atravessou a rua e foi conversar com a vizinha.
Desde nova os pais aconselhavam não conversar com Ritinha.
Antônio “herdou” uma discussão dos seus pais, avós de Amandinha, com Seu João, pai de Ritinha, militar reformado, viúvo, homem rigoroso e solitário.
Ritinha e Amandinha nunca ligaram, só obedeciam, mas quebravam a regra imbecil se ninguém estava vendo.
_ Olá, Ritinha! Você está triste?
_ Estou, Amandinha. Danoninho não quer brincar, eu acho que ele está doente. Ele nunca foi preguiçoso.
_ Danoninho?
_ Danoninho é o meu cachorro. Você não sabia?
_ Você nunca me apresentou ele, eu gostei do nome. O que Danoninho está sentindo?
_ Ele está sonolento, só quer ficar no cantinho.
_ Meu pai pode ajudar (Antônio era veterinário). Ele entende de animais, mas você vai ter que conversar com ele. Topa?
_ Será que ele vai brigar comigo?
_ Não briga, não! Eu não deixo. Venha!
Amandinha tocou a campainha.
Quando Dona Joana abriu a porta, viu a filha e Ritinha segurando o cachorrinho.
_ Por que você tocou a campainha, filha?
Amandinha explicou a situação, Antônio apareceu, não gostou de ver Ritinha ali, porém tentou disfarçar.
Havia um animal doente, o veterinário não podia ignorar o fato.
Antônio descobriu uma espécie de ferida numa das patas, passou uma pomada, garantindo a Ritinha que, se ela repetisse corretamente, o cachorro ficaria logo recuperado.
* No começo da noite, a campainha voltou a tocar.
Antônio abriu a porta e viu surpreso Seu João.
_ Oi! Eu soube do que aconteceu, vim agradecer seu auxílio. Eu não vi quando Ritinha saiu escondida...
_ Foi um grande prazer!
Dona Joana, ao lado de Amandinha sorridente, resolveu convidar Seu João para a ceia natalina.
Seu João, tocado pela ação de Antônio e inspirado pelo clima de Natal, aceitou o convite. Ele e Ritinha nunca saíam. A menina só brincava com Danoninho. Era uma chance de ver a filha brincando com outra criança.
Além disso, a briga com os avós de Amandinha (falecidos), que Antônio e Dona Joana “compraram” quando vieram morar na casa dos antigos donos, já sumia na poeira do tempo.
À noite Amandinha e Ritinha puderam conversar oficialmente.
As meninas aproveitaram bastante.
Escutando as doze badaladas, Amandinha recordou o sonho, a fábrica vazia, a tarefa de realizar um milagre e resolveu comentar com Ritinha:
_ Ritinha, e se Papai Noel não puder visitar nossas casas?
_ O que impediria ele, Amandinha?
_ Eu tive um sonho, a fábrica estava vazia, um moço me disse que eu precisava fazer algo difícil acontecer.
Ritinha deu risada, sem compreender o drama de Amandinha.
As duas retomaram a animação das brincadeiras, Amandinha preferiu não pensar no assunto.
Os adultos, os donos da casa, Seu João e uma prima de Dona Joana seguiam papeando bem à vontade.
Seu João apagou toda a formalidade do militarismo e resolveu contar alguns causos engraçados. A alegria envolveu demais o ambiente.
Na madrugada eles verificaram as menininhas dormindo no sofá e perceberam, então, o horário avançado.
** À medida que Amandinha se aproximava da mesma fábrica do sonho matinal, ela dessa vez viu vários trabalhadores apressados, num ritmo intenso, animados e ativos.
O homem alto e sem barba surgiu novamente.
_ Você conseguiu, Amandinha! Parabéns!
_ Eu consegui? O que eu fiz?
_ Você uniu seus pais com Seu João. Agora você pode brincar bastante com sua amiguinha e o cachorro Danoninho, que também contribuiu muito para garantir mais um Natal com as crianças ganhando os brinquedos.
_ Cadê Papai Noel?
_ Ele está distribuindo os presentes. São muitos. As primeiras remessas ele já levou. O trabalho não pára, Amandinha.
_ Quer dizer que Danoninho, Ritinha e eu salvamos o Natal?
O moço silenciou, apenas sorrindo e abraçando a cativante garotinha.
* Na denominada realidade, Dona Joana cobria a filha tão querida e, constatando o semblante alegre de Amandinha, indagou com um ar ressaltando ironia:
“Será que a fábrica voltou a funcionar?”
Colocando uma enorme boneca no canto da cama de Amandinha, Dona Joana pegou um livrinho caído no chão o qual não havia notado.
Era um livro com pequenos contos natalinos.
Amandinha adorava essas historinhas.
Dona Joana apagou a luz do quarto e discretamente fechou a porta.
* Foi assim, queridos leitores! Acreditem!
Desse jeito o amor que une, estimula o perdão e incentiva a renovação tornou fácil demais o milagre acontecer.
Um abraço!