Tulipa Vermelha
Paris, 31 de agosto de 1997.
Era um domingo diferente e algo estava prestes a acontecer e que mudaria de uma hora pra oura a vida da família Joubert.
Thierry acordou muito cedo, tomou um longo banho, colocou um tênis, se vestiu confortavelmente e foi pra cozinha preparar o café da manhã. Depois de comer algo ele foi até o jardim, pegou uma tulipa vermelha bem bonita, entrou novamente à casa e passou primeiro no quarto das crianças deu um beijo em cada uma delas e seguiu para o quarto do casal onde entrou, ajoelhou e deu um beijo na testa de sua esposa que dormia tranquilamente. Deixou a tulipa vermelha com um bilhete dizendo:
“— Jô, meu amor, deixei o café pronto. Vou comprar comida para os cachorros e dá uma passada rápida na casa de meus pais... ver como eles estão.
Sabe, casei com a melhor pessoa do mundo...
Você faz bem para o meu coração.
Deixo essa tulipa vermelha!
Como prova do meu único
Amor, verdadeiro e eterno,
Jô, te amo muito!!!
Thierry”
Era um ritual que ele fazia todo domingo, acordar cedo, preparar o café, deixar um bilhete acompanhado de um tulipa vermelha, caminhar e voltar correndo para os braços de sua amada. Jô acordou, sentou e ainda na cama, cheirou a tulipa lendo o bilhete com um belo sorriso no rosto, depois colocou o bilhete de volta no criado-mudo. Ela levantou, pegou a tulipa e colocou no jarro próximo a janela do quarto. Foi até a cozinha tomou café, pegou o celular e conversou com o marido por um bom e longo tempo. Depois acordou as crianças, preparou o café deles e falou para eles aproveitarem bem o último dia de férias. O dia estava apenas começado e fazia um calor fora do normal. As crianças aproveitaram a manhã ensolarada e foram tomar banho de piscina.
Jô estava na cozinha preparando o almoço e pressentiu que algo terrível estava prestes a acontecer, mas não deu ouvidos e tentou espantar aquele sentimento ruim. Então, ligou a TV no telejornal e tomou conhecimento da morte da Princesa Diana. Ela estava bastante comovida com a morte repentina da Princesa e ficou parada atônica assistindo a reportagem. Por alguns segundos sentiu a presença de seu marido parado à porta e teve um tremendo susto, mas quando olhou novamente ele tinha desaparecido. Ela ficou muito assustada com aquela aparição, pois sabia que era impossível Thierry estar ali parado e imediatamente ela correu até a sala para pegar o telefone e ligar para ele. Assim que Jô se aproxima da sala, Jonathan estava com o telefone na mão. Ela se aproximou e Jonathan falou que era seu avô, Sr. Henri, então aquela súbita sensação ruim a fez gelar. Jô pegou o telefone e o seu sogro estava chorando quase em estado de choque. As notícias que se seguiram não foram nada agradáveis. Seu marido havia sofrido uma parada cardíaca e seu estado não era muito bom.
Após o telefonema, Jô deixou as crianças com a sogra que mora a dois quarteirões de sua casa e foi imediatamente para o hospital. Entrou no hospital e encontrou alguns familiares aguardando o médico para saber as reais notícias. O cardiologista de plantão foi bem direto e disse que o quadro dele inspira cuidados e permitiu a entrada de apenas um parente na UTI para vê-lo. Jô, apesar de nervosa, queria ver o marido. A caminho da UTI um turbilhão de emoções passou por sua cabeça e ela tentava manter a calma, pois não sabia ao certo o que fazer ou falar quando entrasse na UTI. Depois da breve visita ela precisou ser amparada pelo médico e saiu daquele local. Jô estava bastante transtornada em vê-lo entubado daquele jeito. Após algumas horas, Thierry começou a piorar e o médico precisou chamar um neurologista com urgência. O quadro dele havia piorado e além da parada cardíaca Thierry teve um AVC por falta de oxigenação no cérebro. Infelizmente, 6 horas após Thierry ter dado entrada no hospital ele veio a óbito.
Despedir-se de quem ama é difícil e daquele dia em diante os dias seriam diferentes e jô precisava ser forte para seguir em frente e cuidar dos filhos.
Após o velório e ainda muito abalada com o ocorrido, Jô foi pra casa com os filhos. Eles entraram e ela preparou algo para eles comerem. A noite se aproximava e era inevitável o contato com o quarto do casal. Então ela chegou bem em frente a porta do quarto, suplicou força e coragem a Deus para entrar e tentar dormir um pouco. Após alguns segundos, ela entrou com lágrimas nos olhos e de cabeça baixa. Quando sentou na cama e se virou encontrou o último bilhete escrito por seu marido e que ela tinha deixado no criado-mudo. Então, ela pegou e pensou: “Thierry, meu amor... eu queria apenas ter você aqui ao meu lado, sentir mais uma vez teu corpo tocar o meu, te beijar e sentir teu abraço pela última vez... naquele momento uma dúvida corroía seu ser... será que eu fazia bem para o coração dele, como ele dizia?” com isso vieram as lágrimas e as lembranças de uma vida repleta de amor e que agora ficou a dor e a saudade.
E antes de dormir, pela primeira vez sem a presença de seu marido, com o quarto vazio e no silêncio da noite, ela rezou e fez sua despedida através de uma oração simples, mas cheia de amor e ternura. A oração foi como bálsamo tirando toda dor e a angústia de seu coração e ela conseguiu dormir em paz.
Paris, 31 de agosto de 1997.
Era um domingo diferente e algo estava prestes a acontecer e que mudaria de uma hora pra oura a vida da família Joubert.
Thierry acordou muito cedo, tomou um longo banho, colocou um tênis, se vestiu confortavelmente e foi pra cozinha preparar o café da manhã. Depois de comer algo ele foi até o jardim, pegou uma tulipa vermelha bem bonita, entrou novamente à casa e passou primeiro no quarto das crianças deu um beijo em cada uma delas e seguiu para o quarto do casal onde entrou, ajoelhou e deu um beijo na testa de sua esposa que dormia tranquilamente. Deixou a tulipa vermelha com um bilhete dizendo:
“— Jô, meu amor, deixei o café pronto. Vou comprar comida para os cachorros e dá uma passada rápida na casa de meus pais... ver como eles estão.
Sabe, casei com a melhor pessoa do mundo...
Você faz bem para o meu coração.
Deixo essa tulipa vermelha!
Como prova do meu único
Amor, verdadeiro e eterno,
Jô, te amo muito!!!
Thierry”
Era um ritual que ele fazia todo domingo, acordar cedo, preparar o café, deixar um bilhete acompanhado de um tulipa vermelha, caminhar e voltar correndo para os braços de sua amada. Jô acordou, sentou e ainda na cama, cheirou a tulipa lendo o bilhete com um belo sorriso no rosto, depois colocou o bilhete de volta no criado-mudo. Ela levantou, pegou a tulipa e colocou no jarro próximo a janela do quarto. Foi até a cozinha tomou café, pegou o celular e conversou com o marido por um bom e longo tempo. Depois acordou as crianças, preparou o café deles e falou para eles aproveitarem bem o último dia de férias. O dia estava apenas começado e fazia um calor fora do normal. As crianças aproveitaram a manhã ensolarada e foram tomar banho de piscina.
Jô estava na cozinha preparando o almoço e pressentiu que algo terrível estava prestes a acontecer, mas não deu ouvidos e tentou espantar aquele sentimento ruim. Então, ligou a TV no telejornal e tomou conhecimento da morte da Princesa Diana. Ela estava bastante comovida com a morte repentina da Princesa e ficou parada atônica assistindo a reportagem. Por alguns segundos sentiu a presença de seu marido parado à porta e teve um tremendo susto, mas quando olhou novamente ele tinha desaparecido. Ela ficou muito assustada com aquela aparição, pois sabia que era impossível Thierry estar ali parado e imediatamente ela correu até a sala para pegar o telefone e ligar para ele. Assim que Jô se aproxima da sala, Jonathan estava com o telefone na mão. Ela se aproximou e Jonathan falou que era seu avô, Sr. Henri, então aquela súbita sensação ruim a fez gelar. Jô pegou o telefone e o seu sogro estava chorando quase em estado de choque. As notícias que se seguiram não foram nada agradáveis. Seu marido havia sofrido uma parada cardíaca e seu estado não era muito bom.
Após o telefonema, Jô deixou as crianças com a sogra que mora a dois quarteirões de sua casa e foi imediatamente para o hospital. Entrou no hospital e encontrou alguns familiares aguardando o médico para saber as reais notícias. O cardiologista de plantão foi bem direto e disse que o quadro dele inspira cuidados e permitiu a entrada de apenas um parente na UTI para vê-lo. Jô, apesar de nervosa, queria ver o marido. A caminho da UTI um turbilhão de emoções passou por sua cabeça e ela tentava manter a calma, pois não sabia ao certo o que fazer ou falar quando entrasse na UTI. Depois da breve visita ela precisou ser amparada pelo médico e saiu daquele local. Jô estava bastante transtornada em vê-lo entubado daquele jeito. Após algumas horas, Thierry começou a piorar e o médico precisou chamar um neurologista com urgência. O quadro dele havia piorado e além da parada cardíaca Thierry teve um AVC por falta de oxigenação no cérebro. Infelizmente, 6 horas após Thierry ter dado entrada no hospital ele veio a óbito.
Despedir-se de quem ama é difícil e daquele dia em diante os dias seriam diferentes e jô precisava ser forte para seguir em frente e cuidar dos filhos.
Após o velório e ainda muito abalada com o ocorrido, Jô foi pra casa com os filhos. Eles entraram e ela preparou algo para eles comerem. A noite se aproximava e era inevitável o contato com o quarto do casal. Então ela chegou bem em frente a porta do quarto, suplicou força e coragem a Deus para entrar e tentar dormir um pouco. Após alguns segundos, ela entrou com lágrimas nos olhos e de cabeça baixa. Quando sentou na cama e se virou encontrou o último bilhete escrito por seu marido e que ela tinha deixado no criado-mudo. Então, ela pegou e pensou: “Thierry, meu amor... eu queria apenas ter você aqui ao meu lado, sentir mais uma vez teu corpo tocar o meu, te beijar e sentir teu abraço pela última vez... naquele momento uma dúvida corroía seu ser... será que eu fazia bem para o coração dele, como ele dizia?” com isso vieram as lágrimas e as lembranças de uma vida repleta de amor e que agora ficou a dor e a saudade.
E antes de dormir, pela primeira vez sem a presença de seu marido, com o quarto vazio e no silêncio da noite, ela rezou e fez sua despedida através de uma oração simples, mas cheia de amor e ternura. A oração foi como bálsamo tirando toda dor e a angústia de seu coração e ela conseguiu dormir em paz.
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A morte pode ser um tabu para muita gente e a maioria não gosta de falar, mas ela é provavelmente a única coisa certa na vida. Tudo acontece rápido, sem tempo para despedidas, simplesmente acontece. A morte é assim ela chega sem avisar e quando você se dá conta... já era!
Precisamos amar e demonstrar esse amor às pessoas. Porque quando a morte aparece na nossa vida, a única coisa que podemos sentir de verdade é a saudade daquele que partiu. E não, um sentimento de culpa, culpa por não ter tido tempo de falar ou demonstrar o que sentia.
Vamos aproveitar bem os nossos dias.
Precisamos amar e demonstrar esse amor às pessoas. Porque quando a morte aparece na nossa vida, a única coisa que podemos sentir de verdade é a saudade daquele que partiu. E não, um sentimento de culpa, culpa por não ter tido tempo de falar ou demonstrar o que sentia.
Vamos aproveitar bem os nossos dias.
“Carpe diem”