GAÚCHO EXPERTO

A Patroa tava escangalhada e foi fazer uma baita operação no Rio. Esse Taura foi pra ajudar pois a escada do avião era ereta e trepei com ela no colo.Durante a viajada serviram a canjica e ela puxou uma palha. Apeamos no Galeão e a colocaram em cadeira de rodas na caminhonete. Indo pela faixa bombeei uma pechada de autos na sinaleira,os cerros,as malocas,o balneário e a piazada soltando pandorgas à beira do banhado. Lá chegando providenciei os assuntos burocráticos e baixaram a Prenda. Para o meu pouso procurei uma Guria de anágua grená chamada Gorete. Dei algumas voltas e não achei a chinoca;a enfermeira disse:Ela está ali. Tinha no mínimo seus 50 anos de idade a tal rapariga chamada de moça. De manhã cedito serviam um Café com leite e um cacetinho com chimia. No almoço e janta às 17hs a bóia era arroz,moranga,uma asa de galinha ou um naco de salsichão e o Xiru ficava varado de bucho vazio de noite. Na manhã encontrei um bolicho e comprei bergamotas,bolachas e mumu. Fazia um mormaço e eu assoleado pedi uma Polar mas não tinha e voltei lonqueado de tanto calor e ainda bem que tinha um Ar fresco no quarto. Outro dia fui chamado ao Caudilho na chegada do correio de um pacote com erva mate vinda do Pampa;olhei dois brigadianos armados na porta. Fez algumas perguntas,pediu um bocado de erva e entregou aos milicos Convidei o Patrão a sorver um mate com um grupo de Gaudérios que se reuniam à tardinha no jardim e depois chamavam de Praça dos Gaúchos. Eu ia pro necrotério até às 22hs para pitar e auxiliar no despachamento. Um bugre da gema queria saber qual era o meu time e escola de samba. Falei que não mexia com essas coisas.Com a feição do Capeta ele disse: Aproveita o hospital mané e faz um tratamento pra cabeça;é ruim hein? Meio sestroso concordei em sair com o balaquero.Vesti a Fatiota,peguei meu berro e uns cobres na guaiaca e fomos de trem cheio de Chinelãos para um fandango de chinaredo na baixada,cheirando a amor pampeano. Bebi uma branquinha e tirei uma china pra dançar mas ela me deu carão. Quis saber a razão e um albino oitavado no canto da sala me desacatou por eu andar acolherado com aquele mulato sarará com fama de Fronha. Foi um entrevero, fiquei meio atarentado e quase tomei aquela sumanta. Voltei meio estropiado cheirando a carbureto louco por um chá de boldo. Na véspera da cirurgia acordei com um médico a examinando.No que me viu falou em sotaque alemão:"Podes voltar a dormir pois sairá tudo bem" Estranhei pois ali eram só médicos militares e ele era velho e Gadelhudo. Ele espalmou a mão em minha direção e eu voltei a dormir.Seis horas da manhã vieram buscá-la e eu comentei sobre o médico com a enfermeira. Não sei quem era e olhei na bancada da cardiologia um livro aberto com uma foto desenho e reconheci:É este o homem que eu vi de madrugada. Ela disse:"Impossível,é o Dr.Adolf Fritz,um médico alemão morto há anos" Me falou em auto sugestão mas eu era ateu e desconhecia o espiritismo. Fiquei meses aquerenciado na cidade maravilhosa e fiz alguns cupinchas. Aceito comentários

Bronquinha
Enviado por Bronquinha em 06/12/2013
Reeditado em 20/01/2014
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