Reencontro

Reencontro

Mais de um ano se passou, as boas lembranças inundam minha mente, momentos que refletiam, o melhor de todos os meus sonhos, vividos com a intensidade do amor único, aquele que se vivido apenas por um minuto já vale por toda uma vida.

Uma noite dessas sai de encontro ao mar, encontrei a lua e as estrelas e uma solidão que preenchia meu coração inundado apenas de lembranças e de uma falsa esperança que insiste em dizer que tudo ainda pode ser diferente.

O som do mar é mesmo uma canção que se canta ao pé do ouvido, é como Nana cantando com voz rouca as belezas do mundo Cayme. Meus pés nus acariciados pela areia, sentem a vibração e os batimentos do coração do mundo, cada onda que se quebra traz à areia fragmentos de vidas despedaçadas pelo tempo, pedaços de mim na areia...

Ouvindo os sons que o mundo diz em voz alta convenço-me de minha surdez, e permito-me um reencontro com meu interior, busco entender que o mundo em minha volta está tão vivo que negar minha existência e negar o próprio universo em sua infinidade.

Não preciso de esperança, preciso apenas a aprender a ouvir.

Canta mar, canta com voz de Nana aos meus ouvidos...