Memórias Mortas De Um Psicopata Romântico
"A tequila que eu tinha ingerido estava fazendo meus miolos dançarem salsa dentro da minha cabeça. Uma desilusão amorosa e um revólver. Era disso que eu precisava para matar alguém. O ‘alguém’ poderia minha ex-namorada que me traiu com meu irmão. Deus como eu estava com ódio. Mas eu não ia matar meu irmão. Vou matar a mulher que me fez assim tão monstruoso.
Como a minha cabeça estava esquisita! Nem lembrava onde minha ex morava. Deus do céu eu lembrei! Santa Maria eu estou louco!
A casa dela era tão linda quanto à moça que morava lá. Com certeza ela estava cortando cenoura. Estou até imaginando: eu entro, ela enfia a faca na minha barriga. Errei. A porta estava aberta e eu entrei. Ela estava lavando os pratos e eu abracei-a por trás. A moça virou e gritou. Segurei-a pelo braço e levei-a para sala. Ela sentou no cantinho. Eu saquei a arma e ela começou a chorar.
Seus olhos caramelados pediam pela vida. Posso até parecer cruel, mas era o certo a fazer. Não me peça para explicar o que eu acabei de dizer. Nem eu mesmo sei o que estou fazendo.
Os olhos dela refletiam a cor esverdeada dos meus. Seus eram inesquecíveis. Olhos que nunca nunca mais se abririam.
Eu segurava firmemente a arma na direção do peito dela. A moça chorava desesperadamente. Não tive pena. Disparei. Ela gritou.
Não sei o que me levou a fazer isso. Eu realmente a amava. Por esse motivo peguei a arma e usei a última bala para me livrar do mundo escroto onde eu nasci. O tiro foi no coração. A causa da morte da mulher que eu sempre amei, e que reencontrei no purgatório."