Depois da Escuridão
Prólogo...
Mente Nebulosa.
[...] E quando chegou à hora de levá-lo embora, ela não teve coragem de fazê-lo, capturar a alma de alguém era um crime horrível e ela ainda podia se lembrar de como havia lutado por sua vida até a última célula do seu corpo se desligar completamente. Tessa aceitou a proposta que fizera a si mesma, não pode evitar sua consciência, ouviu-a gritar para que não cometesse tal ato hediondo, e esperando que esta estivesse certa decidiu trocar a alma dele por outra.
_ Mas estarei entregando uma alma de qualquer forma. – Gritou para si.
Sentiu sua cabeça doer quando ouvi-a revidar, e seu apelo era em tom agudo e continuo.
_ Ninguém sentirá falta desta, esta alma é má, provocou isso, não seja fraca!
_ Ela não teve escolha.
_ Estava destinada a isso no momento em que nasceu. Não seja tola.
_ Odeio o destino.
_ Colha a alma dele agora antes que a ceifadora venha colher pessoalmente. Não pense mais!
Tessa não aguentava mais lutar contra si mesma, então, ergueu o invólucro e capturou a alma.
O duelo a esgotara e por isso ela resolveu que ficaria ali alguns segundos para descansar, olhou para o garoto uma última vez, alguém precisava encontra-lo logo, do contrário de nada adiantaria seu sacrifício. Ela beijou seu rosto e depois partiu para entregar o invólucro à ceifadora. Esperava que não fosse descoberta. Ninguém nunca havia tentado enganá-la e Tessa sabia que nada garantia o seu plano, restava apenas contar com a sorte e isso era assustador pois ela nunca estava do seu lado.
_ Ceifadora? − Tessa percebeu que sua voz estava embargada, o que entregava seu nervosismo, e ela precisava de um timbre mais firme, não era hora de vacilar, não havia mais como voltar atrás.
_ Entregue-me a alma. − A voz sombria ecoou pelo espaço.
Tessa sentira a densidade de seu corpo aumentar cada vez mais, ela queria correr agora, aquela voz nunca havia lhe perturbado tanto, mas, não podia mais fugir, mesmo que quisesse, seu corpo não a obedeceria. Então, quando a ceifadora se materializou, ela sentiu sua visão turvar até as sombras tomarem-na por completo.
C O N T I N U A . . .