a namorada

Já fazia umas duas horas que estava esperando. Impaciente, fumava um cigarro atrás do outro. já havia ligado na casa dela , não se encontrava, "já deve ter saindo", pensou...não a conhecia pessoalmente, apenas o retrato na mão, que colocava no bolso e de vez em quando retirava e olhava. trezentas pilas, tomara que valha a pena . dizem que não beijam na boca. impaciente, entrou no bar da esquina, olhava a rua,

jaqueta jean e calça preta, essa era a roupa, foi assim que ela falou, roupa discreta, rosto bonito, cara de menina, vinte anos. o carro

na esquina pronto. estava na dúvida. levava na casa, ou num hotel.

a casa não impressionava muito e hotel gastaria mais uma grana. pediu uma cerveja. qual? perguntou o rapaz franzino, traz uma coca mesmo,

ei, atalhou, põe um pouquinho de cachaça, pouco, só pra dar uma dic

quando virava o copo, ela apareceu, puta merda, bonita mesmo, nem parece aquelas meninas metidas do trabalho, que delicia, pensou. aproximou dela, nada lhe veio a cabeça, somente a vontade de acabar logo com aquilo. ela riu e ele gentilmente a pegou pelo braço, levou até o carro. ela parecia sair um comercial de perfume. a cabeça dele não parava, não vinha uma palavras. só imaginava como tinha feito a coisa certa. valeu cada centava, a bunda, que bunda bonita, o seio, a cara, tudo nela parecia boa vida. no carro, olhou pra ela, ela riu, só fazia rir,

leve como uma pluma, uma puta tão leve, pensava, uma puta e leve

desse jeito, isso lhe dava um arrepio, dentes que parecia de brinquedo

de tão bem feito...

- o que você gosta de comer?

- prefiro que sejamos objetivos

-claro,

- é que não gosto de criar intimidade,

- entendo,

- só um negócio, compreende?

- a gente já está chegando,

No hotel, ela foi bem prática. enquanto trocava de roupa, ele foi ao banheiro, abriu sua carteira e viu quanto tinha, pensou que seria o bastante, nunca tinha transado com uma prostitura, e agora essa, tão bonita e tão fria. não pareceu uma boa idéia, voltou ao quarto, ela

estava de sinta liga, com uma correia de couro passando entre as pernas, de modo que ficava um buraco no meio da pernas,

- vem logo, porque já gastamos uma hora, e você só tem duas horas,

esqueceu?

a raiva lhe veio a boca, deu vontade de bater na cara dela. mas pensou na grana e o acordo falava de uma foto beijando na boca, queria mostrar

para os amigos, que esteve com uma mulher, não qualquer uma, mas a mulher,

- acho melhor a gente apenas tirar a foto

- não vai querer transar,

-creio que não consigo, seu jeito me assusta...

- então vamos logo, pega a máquina,

os dois com rostinho colada, beicinhos com beicinhos,

deixou ela no lugar onde deixou,

no outro dia foi uma festa na repartição, fez um porta retrato e colocou

sobre a mesa e dizia pra todo mundo que aquela era sua namorada,

que estava querendo terminar, porque não saia de seu pé...

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 05/09/2013
Reeditado em 05/09/2013
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