O Sábio e o Pássaro
Conta-se que certa feita um jovem maldoso e inconseqüente resolveu pregar urna peça em idoso e experiente mestre, famoso por sua sabedoria.
—Quero ver se esse velho é realmente sábio, como dizem — pensou — Vou esconder um passarinho em minhas mãos. Depois, em presença de seus discípulos, vou perguntar-lhe se está vivo ou morto. Se ele disser que está vivo, eu o esmagarei e o apresentarei morto. Se ele falar que está morto eu abrirei a mão e o pássaro voará.
Realmente, uma armadilha infalível, como só a maldade pode conceber.
Aos olhos de quem presenciasse o encontro, qualquer que fosse a sua resposta, o sábio estaria incorrendo em erro.
E lá se foi o jovem mal-intencionado com sua armadilha perfeita.
Diante do ancião acompanhado dos aprendizes, fez a pergunta fatal:
—Mestre, este passarinho que tenho preso em minhas mãos, está vivo ou morro?
O sábio olhou bem fundo em seus olhos, como se examinasse os recônditos de sua alma, e respondeu:
—Meu filho, o destino desse pássaro está em suas mãos.
A ilha deserta