Qual o melhor texto sobre as MAES?pq

Já dizia Machado de Assis: " Existem muitos jeitos de começar uma crônica por uma trivialidade, como : Que calor ! " . É certo que estamos diante de um dos mais altivos escritores da humanidade; ouso discordar do magnífico Machado. Sim, crônica se trata de trivialidade, se trata do comum; porém a crônica é especial; ainda mais uma crônica especial que fala do especial. Metalinguagem. Mãe.

Especulam de ponta a ponta do planeta fatores especiais. A economia, o futuro da sociedade, o amor, entre tantos e tantos... discordo. O mundo fala pouco, fala muito, fala pouco do que se deveria falar muito, se cala, é medíocre em um ponto. Mãe.

Vocês devem estare confusos por eu começar uma crônica falando desta, da Machadiana, da metalinguagem, de especulações; terminar ela com Mãe, em substantivo próprio, pois é honrada. Confusão faz parte, mas não é especial. Especial há ela, aquela que convive diariamente com o esplendor. Ela é uma fonte de energia e revive a cada manhã; ela tem fé. Ela é bela ainda que não seja. Os povos, desde os primórdios da humanidade, até os mais atuais Incas, ainda que sejam antigos, deveriam louvá-la.

Nasceu, cresceu, viveu, morreu, nasceu, cresceu, viveu, morreu... Ela é assim também, com um tom diferente. Ela nasce de um jeito banal, porém logo diz ao mundo: - Vou mudá-lo, senhor mundo.- e cai em uma tremenda água dolorosa, mas sensacional. Aí ela cresce, como uma árvore ela vinga. Mas lá vem o diferente, como é diferente. O seu tom de falar é diferente, o seu tom de crescer é diferente; sublime. Vive! Como todos ela vive, porém por onde passa, deixa amor, compaixão, serenidade, travessura, carinho; mais e mais. Morre, aí que vem o mal dela, a crueldade dela! Como ela ousou morrer! Por sua morte muitos chorarão, nações entraram em guerra, o mundo verá de perto o Armagedon! Morreu a maior de suas belezas, ficou apenas sua cria; filho. Por onde ela passou deixou saudades, deixou esperança. Com seu ar de criança eterna, seu peito que jorra uma perspectiva de vida, em um só coração, ela, a mais magnífica de todas, a criatura mais feita à imagem de DEUS, ela mostrou a união. Uma concupiscência de gozar das diversões, sem a maldade do substantivo. Ela veio para dar amor. Mãe

Ou

Pessoalmente, não gosto de escrever sobre ‘datas especiais’ porque sempre me pergunto quem foi que inventou esses ‘dias de’ e baseado em que. É que apesar de eventuais evidências, eu me recuso a crer que essa ‘mágica’ idéia resiste ao tempo, à modernidade, às novas gerações, fincada apenas no foco de atiçar as vendas do quase-sempre-em-crise mercado comercial – digo ‘quase’ porque todas as vezes que vou ao shopping, em qualquer dia da semana, assombro-me com o movimento constante. Daí não tenho certeza de entender bem a base dos números e imagino sempre que é porque as estimativas são ousadas e otimistas demais, muito acima do poder aquisitivo da população média.

Seja como for, se me proponho a abordar o tema do momento – o ‘Dia das Mães’ - prefiro direcioná-lo à figura materna diretamente, para quem, certamente, tal dia é apenas uma vírgula no traçado de sua (árdua) trajetória. Não sou Mãe – que fique claro; portanto, para dedilhar (vagamente) sobre elas, vou me basear na minha, nas mães alheias, nas amigas mães.

Quase – e o ‘quase’ aqui novamente é por conta de que nenhuma generalização procede - todas elas são pessoas encantadas e encaixam-se com perfeição na metáfora da poeta Cecília Meireles: aprender com as primaveras a deixar-se cortar e voltar sempre inteira.

Mães são aqueles seres que nos conhecem profundamente: nos atormentam e salvam. Sabem, através de um rápido olhar, se estamos bem ou se algo está errado; identificam no nosso tom de voz a melancolia e a alegria e são capazes de sentir nossas sensações a quilômetros de distância.

Mães são os personagens que traduzem, literalmente, o significado de amor incondicional: AMAM – contudo, todavia, portanto, além e apesar de. São a irradiação profunda do sentimento supremo, do aconchego, daquele tipo de paz e segurança que moram em nossa memória infantil e que, não raro, tentamos resgatar para a busca do equilíbrio cotidiano.

Mães têm humildade, esperanças, paciência, sabedoria, compaixão. São virtuosas, algumas vezes excêntricas, eventualmente exageradas. Entendem de perdão como ninguém e o praticam por antecipação. Suas lembranças são sempre vívidas e dentro delas somos eternas crianças.

Mães, curiosamente, guardam muitos segredos e um poder de superação que resiste ao revés com coragem e determinação imbatíveis - pois detêm uma força que elas próprias, muitas vezes, desconhecem.

Mães são senhoras da beleza de um jeito especial e único. Mulheres puras na imperfeição – porque têm, em primeira mão, a remissão do que chamam divino. Afinal, são Mães - as nossas.

E a elas nossa gratidão, o respeito, todo amor. Todos os dias.

Gabriel Malheiros
Enviado por Gabriel Malheiros em 14/08/2013
Código do texto: T4434243
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