DIA MACABRO

Eu não queria ir à festa, no entanto, meu irmão tanto me chateou que fui emburrado para a maldita festa. Lá estava muito frio e a banda tocava alto demais, motivo que me fez sair do salão para repirar melhor. O ambiente era muito bom, porém prá quem não queria vir a danada desta festa tudo era super- chato.

Atravessei ligeiro a pista de dança e saí. O pátio estava silencioso. Isto me deu alívio, pois o barulho daquela música no salão me fazia doer a cabeça.

Respirei aliviado sentado em um banco debaixo da árvore, mas um apito chamou minha atenção. O som era alto e...fiquei espantado, pois duas vezes tom breve e uma agudo. Com certeza era um sinal. Escondi-me atrás da árvore e esperei. Novamente ouvi o som do apito.

Tive vontade de entrar, mas não deu nem tempo de sair de trás daquela árvore, quando cinco homens mascarados desceram de um carro que chegara em alta velocidade pela frente do salão.

Não me viram, pois estava escuro. Ouvi gritos e tiroteio por mais ou menos dez minutos. Eu tremia e suava muito.

Alguém passou correndo por mim e percebi algo brilhando no pescoço. Era um apito. Pensei rapidamente. Foi este o informante.

Não conseguia pensar em nada. Percebi algumas pessoas correndo e ...lembrei do meu irmão.

_Meu Deus! O que terá acontecido?

Uma mulher saiu chorando sendo empurrado por um dos mascarados. Logo em seguida, mais quatro pessoas estavam sendo arrastadas pelos outros assaltantes que ligaram o carro e jogaram os reféns no chão, acelerando o carro para irem embora.

Gritei alto :

_Márcio! Márcio!

O cenário era de horror. Algumas pessoas feridas e outras desmaiadas.

Senti uma mão no meu ombro.

_Vamos embora meu irmão. Está muito escuro. Eu estou cego ou Deus te salvou?

Respondi com calma:

_ Eu estou bem, mas não vou embora enquanto não ajudar estas pessoas.

_Está bem. Esta noite macabra me deu uma lição. Nunca mais vou insistir com alguém para ir para festa.