"DOIS VALES DE TRANSPORTES" Conto de: Flávio Cavalcante
DOIS VALES DE TRANSPORTE
Conto de;
Flávio Cavalcante
A grande sacanagem na vida de Renato foi de uma forma inesperada. Uma aventura sem esperar grande coisa na bela orla de Maceió. Era uma noite de fim de semana como qualquer outra. Renato costumava sair com seu primo Lúcio na tentava de bater um bom papo e tomar umas loiras geladas para um descanso mental depois de uma semana esgotante de muito trabalho. Isso era praxe dos dois primos e amigos saírem.
E numa rotineira sexta-feira de muito calor, ambos marcaram de se encontrar no determinado ponto de encontro de todas as semanas. Era por voltas das 21:00 h quando se encontraram. Dessa vez eles resolveram dar uma passada até a orla para sair um pouco da rotina e escutar uma música ao vivo, comendo algumas porções de ovos de codornas ao molho rose, além das iguarias de vários tipos de caldos que a maioria das cabanas da beira-mar da orla de Maceió oferece. Realmente uma delícia indescritível.
Papo vai e papo vem, conversa aqui e conversa ali. Em determinado momento, depois de algumas cervejas, os amigos já estavam á ponto de chamar urubu de meu louro.
Na mesa ao lado, Renato paquerava uma garota que não parava de olhar freneticamente para ele. Na mesa estavam duas garotas e uma senhora. Depois de muitos olhares as duas garotas e a senhora acabaram vindo para a mesa dos meninos. E mais cerveja para alegrar ainda mais a noitada que parecia estar apenas começando.
Já passava da meia noite e Renato perguntou a garota qual era o nome dela e a mesma respondeu que era Cida, aliás, coincidentemente a amiga dela também se chamava Cida. A senhora disse que estava apertada e precisava ir ao banheiro e só bastou deixar a senhora sair, para Renato jogar aquela bela cantada em cima das garotas, ás convidando para ir ao seu apartamento num bairro próximo á cidade. Mas que elas tinham que despachar a velha, o que disseram não ter problemas. Bastávamos deixar a dita em casa e seguirem para curtir o resto da noite com as duas amigas de posse do mesmo nome.
Lúcio já estava mais afoito pelo efeito do álcool e ria sem parar. Eles deixaram a velha em sua casa e seguiram viagem para o ap do Renato. Chegaram ao local e o mesmo pôs o carro na garagem e entraram no ap que era modesto, mas aconchegante. Renato pediu que Lúcio ficasse á vontade com uma das Cidas e levou a outra Cida para pegar cerveja num bar que estava aberto na esquina próxima ao seu ap.
Lúcio sob efeito do álcool e com o tesão aflorado, acabou transando com a garota, mesmo antes do amigo chegar com as cervejas. Assim que o Renato chegou, Lúcio e Cida já estavam no banheiro tomando aquele gostoso banho e segundo ele se preparando para o segundo tempo. Renato pôs as cervejas na geladeira e arrastou a outra Cida para o seu quarto. Chagando lá a mulher não queria transar o que era da intenção do Renato, ter uma noite de prazer nada mais do que aquilo. Cida falou pra ele que tinha gostado dele e queria namorar sério. Renato, ficou furioso com a conversa de seca - Lourenço da moça, que só falava em namorar, casar e ter filhos. Era isso que ela queria pra vida dela e não ia transar com ele, porque ela não era uma mulher tão fácil como ele estava imaginando.
Começou uma discussão entre os dois e a tal Cida já estava se sentindo a namorada do Renato. Fez o maior drama dentro do quarto. Renato as convidou para ir embora. Entraram no carro e todos saíram. Percebia-se na cara de Renato o grau do seu ódio.
Da residência de Renato para a praia era uma grande viagem e movido pela raiva, Renato parou no primeiro ponto de ônibus deixando as duas Cidas, entregando pra elas dois vales de transportes.
VAI NOS DEIXAR AQUI? (Disse uma das Cidas).
UÉ! SE QUISEREM ECONOMIZAR OS VALES, VÃO Á PÉ! (Retrucou o Renato, que acelerou o carro e saiu). Deixou o Lúcio em casa e voltou pra casa com cara de que a noite não valeu á pena.
Flávio Cavalcante