O MONGE RESMUNGÃO
Na Ordem de São Bruno, também conhecida por Ordem dos Cartuxos existe uma regra de estrito silêncio, o qual é mantido pelos seus membros como meio de chegar a Deus.
Há uma antiga lenda sobre essa Ordem que diz que uma das tradições mantidas em alguns de seus monastérios é a de que aqueles que quiserem, de fato, se tornar um verdadeiro monge “cartuxo” só deve falar duas palavras de dez em dez anos.
Conta-se que um noviço, desejando tornar-se um desses monges "de verdade", depois de viver durante dez anos a vida dura, solitária e ascética em um mosteiro, dormindo no chão, comendo nada mais que pão e água, trabalhando e rezando das 3 hs. da manhã até ás 8 hs. da noite, sem dizer uma única palavra, teve finalmente, permissão para dizer suas duas palavras. Se elas fossem do agrado do Abade, ele receberia o seu hábito e se tornaria um verdadeiro monge cartuxo.
E ele, depois de pensar durante alguns minutos, disse: “Cama dura.”
O Abade, olhando para ele, impassivelmente, mandou-o de volta ao mosteiro ordenando-lhe que continuasse a sua rotina. E assim ele passou mais dez anos, rezando e trabalhando das 3hs da manhã até ás 8hs da noite, dormindo na sua esfarrapada esteira estendida no chão duro e comendo nada mais que pão e água, sempre mudo como uma porta. Durante dez anos cumpriu a dura rotina, e ao fim desse período, voltou á presença do Abade para dizer suas duas palavras para, finalmente, receber o seu hábito.
Depois de pensar por uns cinco minutos, ele disse: “Comida horrível”. Novamente, o Abade olhou para ele impassivelmente e ordenou que voltasse á sua rotina.
Desconsolado, mas ainda esperançoso, o noviço voltou á dura rotina do convento. Levantar ás 3 hs da manhã e rezar até as 6 hs. Trabalhar na horta, na carpintaria, na cozinha e na biblioteca, copiando velhos pergaminhos, todos os dias, até ás 8 hs da noite. Depois dormir na esteira dura e carcomida, infectada de pulgas e percevejos. E sempre em estrito silêncio.
Finalmente, depois de dez anos, lá foi ele perante o Abade dizer suas duas palavras. Tinha certeza de que desta vez conseguiria o seu hábito. E ele, depois de pensar durante mais de dez minutos, disse: “Estou cansado”.
O Abade, impassivelmente, ordenou-lhe que voltasse á velha rotina no mosteiro. Então, o agora já quase velho noviço, levantando-se abruptamente, disse: “Eu desisto.”
O Abade, suspirando, respondeu: “Faz muito bem! Pois tudo que você aprendeu até agora foi reclamar."
Na Ordem de São Bruno, também conhecida por Ordem dos Cartuxos existe uma regra de estrito silêncio, o qual é mantido pelos seus membros como meio de chegar a Deus.
Há uma antiga lenda sobre essa Ordem que diz que uma das tradições mantidas em alguns de seus monastérios é a de que aqueles que quiserem, de fato, se tornar um verdadeiro monge “cartuxo” só deve falar duas palavras de dez em dez anos.
Conta-se que um noviço, desejando tornar-se um desses monges "de verdade", depois de viver durante dez anos a vida dura, solitária e ascética em um mosteiro, dormindo no chão, comendo nada mais que pão e água, trabalhando e rezando das 3 hs. da manhã até ás 8 hs. da noite, sem dizer uma única palavra, teve finalmente, permissão para dizer suas duas palavras. Se elas fossem do agrado do Abade, ele receberia o seu hábito e se tornaria um verdadeiro monge cartuxo.
E ele, depois de pensar durante alguns minutos, disse: “Cama dura.”
O Abade, olhando para ele, impassivelmente, mandou-o de volta ao mosteiro ordenando-lhe que continuasse a sua rotina. E assim ele passou mais dez anos, rezando e trabalhando das 3hs da manhã até ás 8hs da noite, dormindo na sua esfarrapada esteira estendida no chão duro e comendo nada mais que pão e água, sempre mudo como uma porta. Durante dez anos cumpriu a dura rotina, e ao fim desse período, voltou á presença do Abade para dizer suas duas palavras para, finalmente, receber o seu hábito.
Depois de pensar por uns cinco minutos, ele disse: “Comida horrível”. Novamente, o Abade olhou para ele impassivelmente e ordenou que voltasse á sua rotina.
Desconsolado, mas ainda esperançoso, o noviço voltou á dura rotina do convento. Levantar ás 3 hs da manhã e rezar até as 6 hs. Trabalhar na horta, na carpintaria, na cozinha e na biblioteca, copiando velhos pergaminhos, todos os dias, até ás 8 hs da noite. Depois dormir na esteira dura e carcomida, infectada de pulgas e percevejos. E sempre em estrito silêncio.
Finalmente, depois de dez anos, lá foi ele perante o Abade dizer suas duas palavras. Tinha certeza de que desta vez conseguiria o seu hábito. E ele, depois de pensar durante mais de dez minutos, disse: “Estou cansado”.
O Abade, impassivelmente, ordenou-lhe que voltasse á velha rotina no mosteiro. Então, o agora já quase velho noviço, levantando-se abruptamente, disse: “Eu desisto.”
O Abade, suspirando, respondeu: “Faz muito bem! Pois tudo que você aprendeu até agora foi reclamar."