Amor sem dor
Ela teve um amor.
Daqueles que a gente sente, viaja e fantasia.
Aquele amor dos quinze anos.
Do tipo príncipe encantado.
Onde a fantasia corre solta.
Um amor platônico.
Só de sonhos e desejos não realizados.
Não houve encontro nem houve dor de amor.
Foi indolor
Os caminhos foram outros.
Passou.
Passaram-se os anos e houve um novo encontro.
Os dois já maduros, alguns fios brancos na cabeça, marcas suaves no corpo e no rosto.
Herança da história vivida.
Foi num salão de baile.
Era mais mulher agora.
Mais bonita talvez, mais segura, sensual.
Dançava e era acompanhada pelo olhar quase que malicioso daquele homem.
Também mais bonito, mais homem.
Ficou assim a noite toda.
Apenas olhando, com olhar de saudade, de vontade.
Não se falaram, nem perto chegaram.
O reencontro mexeu com os dois,pouco mais com ela talvez.
Novamente se encontraram.
Agora houve um pequeno toque, uma voz.
Aconteceu a conversa, a dança, a brincadeira.
Sorrisos de amor, brincadeiras de criança, sem dor.
Aconteceu o amor.
Viveu um amor bonito, sentido, inteiro.
Amor brincalhão, de criança e de sonho.
Amor dos quarenta, não dos quinze.
Amor vivido, não apenas sonhado.
Amor que tinha história para lembrar.
Cumplicidade, tesão e paixão.
Viveu um amor.
Sem dor.
Passou.