A Arte Da Intriga.
Trinta e dois dias, e a empresa estrangeira entregava uma fachada respeitável, que convidava os dispostos à um negócio interessante!
-Seu segredo mais íntimo por um cheque gordo!
- Isso com o sigilo garantido por contrato, e certeza de amparo legal!
E a oferta se propagava através de promotores atraentes, de retórica profissional, e autenticados pelo sucesso de grifes famosas.
A curiosidade porém, era mais afrodisíaca do que vestidos curtos, e perfume masculino; e seduziu discretamente os mais ousados, sem contudo poupar os mais quietos!
E houveram filas, e discussões; mas a sala só acomodava uma alma por vez!
Diziam, os quais negociaram primeiro, que o tal segredo era consultado por um polígrafo, e valia tanto quanto a possibilidade de comprometimento futuro, e uma vez assentido, se assinava a papelada, e era recebido o montante.
Uns poucos desistiram e mantiveram um soturno silêncio; mas a maioria, carente de rendas, deixou o estabelecimento estampando sorriso largo e convincente!
À boca pequena se dizia que todos os tantos pagamentos eram de valor médio, nada formidável, mas o riso era mero disfarce competitivo com relação aos anteriores; e que ao entrar no lugar de consulta, uma máquina já os havia scaneado todos absurdos pessoais, sendo a chantagem entregue junto aos cheques, mas em simpáticas entrelinhas!
A empresa captou o que lhe aprouve, e deixou a cidade logo que a desconfiança começou à ebulir!
Uns diziam saber, outros já evitavam contato, e o clima geral era de acusação!
Fora tão fácil e barato consumir toda uma cidade!
-Um experimento bem sucedido!Mais alguns ajustes e podemos partir para as metrópoles!
Anderson Dias Cardoso.
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