Sons nos trilhos da vida
Ela estava na entrada de um Shopping, aguardando um taxi, quando ouviu gritar: Tia! Olhou em todas as direções até que reconheceu Marco, um garoto de uns 10 anos, que sempre a visitava e do qual ela gosta muito, Criado com a avó, filho de pais separados e desempregados, afeiçoou-se a ela. Correu ao seu encontro e começaram um papo:
-Tia, olhando uma foto antiga de uma estação de ferro, tenho umas perguntas que quero saber. - Só se for agora, manda! - mandar para onde, tia? - era assim que a gente falava quando estava querendo saber ou fazer logo, ansiosamente, alguma coisa. -ah, então segura aí!
-Para que serve uma linha de ferro, tia? Onde eu posso ver uma? Aqui já teve alguma? Será que ainda a podemos encontrar para eu ver?
- Vamos por partes: uma linha de ferro, apesar de as pessoas dizerem “tem uma linha de ferro perto daqui”, não é assim. São duas, ou mais linhas de ferro, o correto é trilhos que compõem uma estrada de ferro. Elas servem, para o trem andar por cima, claro.
-Claro, né? Trem não tem pneu, isto eu sei. Você me contou que aqui tinha uma estação onde os trens paravam, ainda lembra dela?
-Há coisas simples, Marco, que muitos podem pensar nada de bom ter, ou nada se aproveitar daquilo, mas cuja história sustenta, valida comove, cria, ajuda e inspira uma vida.
- Danou-se! Tudo isto? Tudo isto e muito mais aprendemos com pessoas e coisas simples, muito simples mesmo, Vai guardando aí no cofre mental.
Na sua escola já ensinaram que o transporte que sustentava esse país era o trem? Não deve ter nem tocado no assunto, acertei? – Na mosca! Quer dizer que o meio de transporte mais importante era o trem, mesmo andando feito tartaruga?
- Filho, outra informação para você, útil em todos os casos da vida: nem sempre o maior é o melhor; nem sempre o pequenino chega por último. Entendeu? – não, por quê? – Porque não há por que. As coisas são como são e tudo é muito perfeito, entende? Tudo é perfeito -Perfeitamente, tia!
- Você conhece Arembepe? Uma praia perto de Salvador onde há uma instituição que cuida das tartarugas desde que elas estão com os ovinhos dentro delas até que os deixem escondidos e vão para o mar?
- Conheço não, já ouvi falar, mas não sabia disso. Um dia você me leva lá? - Talvez Marco, vamos ver. Você é menor, depois veremos isto. Vamos falar das tartarugas, porque estamos falando de trens e cada assunto tem sua vez, embora nada esteja separado, entende? mais ou menos.Pode falar.
Então, quando as tartaruguinhas um pouco maior que sua mão ou talvez menor, querem “guardar” seus ovos, elas todas vão para um lugar previamente escolhido por elas, à noite, cavam, cavam, bem fundo (elas sabem se o mar vai ou não descobrir os buracos e ele nunca descobre, porque a Natureza tem seus pactos e suas leis). Verdade, tia, a gente nem presta atenção, mas "está tudo combinado", não é? Ísto! Rapidamente elas viram a traseira em direção ao buraco que fizeram e soltam seus ovos.
- Sério, tia? E depois? - Sério! Depois, mais rápido ainda, elas cobrem tudinho e vão para o mar. Lá embaixo da terra, tempos depois, as bichinhas começam a bater nos ovos, para ver o mundo; quebram, afastam a terra e saem para a vida pela primeira vez. Você um dia vai ver a velocidade delas para chegar ao mar, parece um monte de bolas de gode rolando praia abaixo, correm mais que você.
Então, o trem tem a locomotiva, a parte mais pesada, que puxa os vagões de passageiros e outros com diversos materiais e até animais. Imaginando uma tartaruguinha e um bichão do tamanho de um trem elas correm bem mais, entendeu? Entendi. Quero que me leve até um lugar onde haja um trem, leva? – vamos ver... Aqui por onde moramos não sei... Mas tenha calma. Vou lhe contar algumas coisas e mostrar outras, se puder.
A Estação Ferroviária de Feira de Santana foi inaugurada no século 19, em 1876,antes da abolição dos escravos, como uma ponta do ramal que partia de Cachoeira, cidade que fica aqui perto, pela Estrada de Ferro Central da Bahia, capital do estado..
Era operada pela Estrada de Ferro Central da Bahia (1876-1911), Cia. Chemins de Fer Federaux du L'Est Brésilien (1911-1935), e Viação Férrea Federal Leste Brasileiro (1935-1958).
A primeira Estação Ferroviária da cidade ficava atrás da então Igreja Matriz, que era o ponto limítrofe entre a zona urbana e a zona rural. Limi...o quê? Era como um poste como uma placa e dua s setas: cidade em uma e campo em outra, sacou?. - Saquei.
Em 1958, essa estação foi desativada e uma nova estação foi construída em ponto mais afastado do centro. A velha estação passou a servir de depósito da Prefeitura e depois foi abandonada. Era uma construção com três prédios aos fundos da Igreja de Santana, no centro da cidade. No final dos anos 60, a estação velha foi demolida e no seu lugar se construiu a Praça Presidente Médici, hoje chamada de Feiraguai, onde fica boa parte do comércio popular da cidade. -Quer diaer que uma feira de produtos importados de baixa qualidade ,mudou o ponto limítrofe de novo, certo? certíssimo, Marco.
Bom, vários trechos foram abertos, outros remodelados outros passaram a Estação, como os trecho entre Cachoeira e Feira de Santana, o primeiro trecho aberto pela Estrada de Ferro Central da Bahia, no ano de 1876. Em outra região, a remodelação do trecho entre Conceição de Feira e Feira de Santana que foi 16 maio de 1975, De Feira os trens partiam para Conceição , para Cachoeira e Salvador. A linha de trem saia de Feira e passava nas localidades de Tapera, Magalhães, Jacaré, São Gonçalo dos Campos, Conceição da Feira e outros locais até chegar à estação da Calçada na cidade baixa, em Salvador. Era uma longa viagem, mas divertida e gostosa.
Os trilhos dos ramais foram retirados. Mas até hoje existem, que eu saiba, estações de ferro no interior da Bahia lembrando aos mais velos os sonhos de juventude e trilhos ainda em seus lugares, expostos ao sol, vento, chuva, e pés de crianças e namorados que passeiam ainda por lá.Gostava de fazer isto. De mãos dadas, para ver quem perdia p equilíbrio primeiro.
- E por que os governos não agilizam um recomeço para esse transporte, com mais recursos, mais moderno e mais barato?
- Meu filho, é uma excelente pergunta. O Brasil era cortado por estradas de ferro, Cada uma com uma vista mais linda que a outra. Quantos operários morreram nessas construções... O estado de Minas Gerais, rico em pedras preciosas, também tinha linha s de ferro correndo feito camaleão pelas estradas do Brasil. Nem é bom recordar. Talvez não seja o meio de transporte que dê mais lucro... ou talves o carvão para alimentar a máquina acabasse com as florestas. Veja os pedágios... Os combustíveis, o petróleo, tudo envolve uma dinheirama danada e tem o tal do progresso...- É uma teia de aranha enorme que vai encolindo tudo, não é tia? mas quando eles querem, sempre tem um jeitinho... que não tem nada a ver com a beleza e com o lado romântico e paisagístico. de uma viagem de trem. Não é tia?
- Certamente, Marco, certamente.
- Se um dia soubermos de uma estação de trem desativada, vou falar com a turma da escola, quem sabe a gente faz um bom movimento cultural e popular?
- Quem sabe? Pense nisto. Pelo menos para passeio, vale a pena,
Tem tanta coisa que quero saber... ontem ouvi a vizinha dizendo para Adriana: - Cuidado, não vai sair dos trilhos, senão seu pai lhe manda para o roça e nunca mais namoro! O que significa isso?
- De tudo que há no mundo, pelo mundo e na boca das pessoas mais velhas a gente aprende muita coisa... Falei que as crianças andavam de mãos dadas, uma em cada trilho, escorregou, soltou a mão, saiu do trilho, perdeu a brincadeira. Sim e o que significa? Significa cuidado! Como nas estradas de trem, também há placas: Apite, Curva à direita, Suba devagar, Diminuir a velocidade, Resumindo: Adriana e o namorado estão como que andando sobre o s trilhos, e se algo que não deve acontecer agora... - Já entendi, ela saiu do trilho. - Isso, ou ele. – Ou os dois. Isto mesmo. Assim é na vida. Para tudo há trilhos. Os trens nos deixaram essa placa de ALERTA! . È preciso que todos não escorreguem e andem firmes. Nem os governantes, nem os governados, entendeu? -Entendi tia. Só não entendi umas palavras em estrangeiro que você falou. Mas não esqueça que quero ver os trilhos!
-Sim, e andaremos os dois de mãos dadas, certo: - Certo! E não vamos sair do trilho!.
-Agora, leia este poema que imita os sons de uma viagem de trem, escrito por Manoel Bandeira. - Quem é este? - Aí é outra hostória, Marco,,,
Trem de ferro
Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virgem Maria que foi isto maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Café com pão
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
Oô..
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
De ingazeira
Debruçada
Que vontade
De cantar!
Oô…
Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Ôo…
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matá minha sede
Ôo…
Vou mimbora voou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Ôo…
Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente
*
( Não podia deixar de constar aqui esses tons do nosso poeta Manoel Bandeira, fiel imitação de um trem em movimento e seus sons viajeiros)
Ajuda em (http://estacoesferroviarias.com.br/)
Ela estava na entrada de um Shopping, aguardando um taxi, quando ouviu gritar: Tia! Olhou em todas as direções até que reconheceu Marco, um garoto de uns 10 anos, que sempre a visitava e do qual ela gosta muito, Criado com a avó, filho de pais separados e desempregados, afeiçoou-se a ela. Correu ao seu encontro e começaram um papo:
-Tia, olhando uma foto antiga de uma estação de ferro, tenho umas perguntas que quero saber. - Só se for agora, manda! - mandar para onde, tia? - era assim que a gente falava quando estava querendo saber ou fazer logo, ansiosamente, alguma coisa. -ah, então segura aí!
-Para que serve uma linha de ferro, tia? Onde eu posso ver uma? Aqui já teve alguma? Será que ainda a podemos encontrar para eu ver?
- Vamos por partes: uma linha de ferro, apesar de as pessoas dizerem “tem uma linha de ferro perto daqui”, não é assim. São duas, ou mais linhas de ferro, o correto é trilhos que compõem uma estrada de ferro. Elas servem, para o trem andar por cima, claro.
-Claro, né? Trem não tem pneu, isto eu sei. Você me contou que aqui tinha uma estação onde os trens paravam, ainda lembra dela?
-Há coisas simples, Marco, que muitos podem pensar nada de bom ter, ou nada se aproveitar daquilo, mas cuja história sustenta, valida comove, cria, ajuda e inspira uma vida.
- Danou-se! Tudo isto? Tudo isto e muito mais aprendemos com pessoas e coisas simples, muito simples mesmo, Vai guardando aí no cofre mental.
Na sua escola já ensinaram que o transporte que sustentava esse país era o trem? Não deve ter nem tocado no assunto, acertei? – Na mosca! Quer dizer que o meio de transporte mais importante era o trem, mesmo andando feito tartaruga?
- Filho, outra informação para você, útil em todos os casos da vida: nem sempre o maior é o melhor; nem sempre o pequenino chega por último. Entendeu? – não, por quê? – Porque não há por que. As coisas são como são e tudo é muito perfeito, entende? Tudo é perfeito -Perfeitamente, tia!
- Você conhece Arembepe? Uma praia perto de Salvador onde há uma instituição que cuida das tartarugas desde que elas estão com os ovinhos dentro delas até que os deixem escondidos e vão para o mar?
- Conheço não, já ouvi falar, mas não sabia disso. Um dia você me leva lá? - Talvez Marco, vamos ver. Você é menor, depois veremos isto. Vamos falar das tartarugas, porque estamos falando de trens e cada assunto tem sua vez, embora nada esteja separado, entende? mais ou menos.Pode falar.
Então, quando as tartaruguinhas um pouco maior que sua mão ou talvez menor, querem “guardar” seus ovos, elas todas vão para um lugar previamente escolhido por elas, à noite, cavam, cavam, bem fundo (elas sabem se o mar vai ou não descobrir os buracos e ele nunca descobre, porque a Natureza tem seus pactos e suas leis). Verdade, tia, a gente nem presta atenção, mas "está tudo combinado", não é? Ísto! Rapidamente elas viram a traseira em direção ao buraco que fizeram e soltam seus ovos.
- Sério, tia? E depois? - Sério! Depois, mais rápido ainda, elas cobrem tudinho e vão para o mar. Lá embaixo da terra, tempos depois, as bichinhas começam a bater nos ovos, para ver o mundo; quebram, afastam a terra e saem para a vida pela primeira vez. Você um dia vai ver a velocidade delas para chegar ao mar, parece um monte de bolas de gode rolando praia abaixo, correm mais que você.
Então, o trem tem a locomotiva, a parte mais pesada, que puxa os vagões de passageiros e outros com diversos materiais e até animais. Imaginando uma tartaruguinha e um bichão do tamanho de um trem elas correm bem mais, entendeu? Entendi. Quero que me leve até um lugar onde haja um trem, leva? – vamos ver... Aqui por onde moramos não sei... Mas tenha calma. Vou lhe contar algumas coisas e mostrar outras, se puder.
A Estação Ferroviária de Feira de Santana foi inaugurada no século 19, em 1876,antes da abolição dos escravos, como uma ponta do ramal que partia de Cachoeira, cidade que fica aqui perto, pela Estrada de Ferro Central da Bahia, capital do estado..
Era operada pela Estrada de Ferro Central da Bahia (1876-1911), Cia. Chemins de Fer Federaux du L'Est Brésilien (1911-1935), e Viação Férrea Federal Leste Brasileiro (1935-1958).
A primeira Estação Ferroviária da cidade ficava atrás da então Igreja Matriz, que era o ponto limítrofe entre a zona urbana e a zona rural. Limi...o quê? Era como um poste como uma placa e dua s setas: cidade em uma e campo em outra, sacou?. - Saquei.
Em 1958, essa estação foi desativada e uma nova estação foi construída em ponto mais afastado do centro. A velha estação passou a servir de depósito da Prefeitura e depois foi abandonada. Era uma construção com três prédios aos fundos da Igreja de Santana, no centro da cidade. No final dos anos 60, a estação velha foi demolida e no seu lugar se construiu a Praça Presidente Médici, hoje chamada de Feiraguai, onde fica boa parte do comércio popular da cidade. -Quer diaer que uma feira de produtos importados de baixa qualidade ,mudou o ponto limítrofe de novo, certo? certíssimo, Marco.
Bom, vários trechos foram abertos, outros remodelados outros passaram a Estação, como os trecho entre Cachoeira e Feira de Santana, o primeiro trecho aberto pela Estrada de Ferro Central da Bahia, no ano de 1876. Em outra região, a remodelação do trecho entre Conceição de Feira e Feira de Santana que foi 16 maio de 1975, De Feira os trens partiam para Conceição , para Cachoeira e Salvador. A linha de trem saia de Feira e passava nas localidades de Tapera, Magalhães, Jacaré, São Gonçalo dos Campos, Conceição da Feira e outros locais até chegar à estação da Calçada na cidade baixa, em Salvador. Era uma longa viagem, mas divertida e gostosa.
Os trilhos dos ramais foram retirados. Mas até hoje existem, que eu saiba, estações de ferro no interior da Bahia lembrando aos mais velos os sonhos de juventude e trilhos ainda em seus lugares, expostos ao sol, vento, chuva, e pés de crianças e namorados que passeiam ainda por lá.Gostava de fazer isto. De mãos dadas, para ver quem perdia p equilíbrio primeiro.
- E por que os governos não agilizam um recomeço para esse transporte, com mais recursos, mais moderno e mais barato?
- Meu filho, é uma excelente pergunta. O Brasil era cortado por estradas de ferro, Cada uma com uma vista mais linda que a outra. Quantos operários morreram nessas construções... O estado de Minas Gerais, rico em pedras preciosas, também tinha linha s de ferro correndo feito camaleão pelas estradas do Brasil. Nem é bom recordar. Talvez não seja o meio de transporte que dê mais lucro... ou talves o carvão para alimentar a máquina acabasse com as florestas. Veja os pedágios... Os combustíveis, o petróleo, tudo envolve uma dinheirama danada e tem o tal do progresso...- É uma teia de aranha enorme que vai encolindo tudo, não é tia? mas quando eles querem, sempre tem um jeitinho... que não tem nada a ver com a beleza e com o lado romântico e paisagístico. de uma viagem de trem. Não é tia?
- Certamente, Marco, certamente.
- Se um dia soubermos de uma estação de trem desativada, vou falar com a turma da escola, quem sabe a gente faz um bom movimento cultural e popular?
- Quem sabe? Pense nisto. Pelo menos para passeio, vale a pena,
Tem tanta coisa que quero saber... ontem ouvi a vizinha dizendo para Adriana: - Cuidado, não vai sair dos trilhos, senão seu pai lhe manda para o roça e nunca mais namoro! O que significa isso?
- De tudo que há no mundo, pelo mundo e na boca das pessoas mais velhas a gente aprende muita coisa... Falei que as crianças andavam de mãos dadas, uma em cada trilho, escorregou, soltou a mão, saiu do trilho, perdeu a brincadeira. Sim e o que significa? Significa cuidado! Como nas estradas de trem, também há placas: Apite, Curva à direita, Suba devagar, Diminuir a velocidade, Resumindo: Adriana e o namorado estão como que andando sobre o s trilhos, e se algo que não deve acontecer agora... - Já entendi, ela saiu do trilho. - Isso, ou ele. – Ou os dois. Isto mesmo. Assim é na vida. Para tudo há trilhos. Os trens nos deixaram essa placa de ALERTA! . È preciso que todos não escorreguem e andem firmes. Nem os governantes, nem os governados, entendeu? -Entendi tia. Só não entendi umas palavras em estrangeiro que você falou. Mas não esqueça que quero ver os trilhos!
-Sim, e andaremos os dois de mãos dadas, certo: - Certo! E não vamos sair do trilho!.
-Agora, leia este poema que imita os sons de uma viagem de trem, escrito por Manoel Bandeira. - Quem é este? - Aí é outra hostória, Marco,,,
Trem de ferro
Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virgem Maria que foi isto maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Café com pão
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
Oô..
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
De ingazeira
Debruçada
Que vontade
De cantar!
Oô…
Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Ôo…
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matá minha sede
Ôo…
Vou mimbora voou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Ôo…
Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente
*
( Não podia deixar de constar aqui esses tons do nosso poeta Manoel Bandeira, fiel imitação de um trem em movimento e seus sons viajeiros)
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