Aliste-se
Linhas de frente prontas para o ataque, técnicas de defesa agressivas em meio aos montes de gente que só se aglomera no cinzento concreto já aos pedaços. Carcaças de metal queimado lançadas pela paisagem que já não faz mais sentido. Tropas se organizam para o cumprimento de sua função, sem distinção de quem esta na frente, também fazem parte da mesma espécie, ou ao menos já fizeram um dia. Alguns recebem e cumprem ordens de seres distantes, escondidos em redomas com comunicação segura e palavras de ordem empoderadas por um sistema sem face.
A batalha segue adiante por horas aonde o rosto de seus amigos já se esconde na fumaça daquilo que ataca os sentidos. A vontade é de cair, a sensação física é de uma instabilidade incrível. Mas seguimos em pé, adiante em meio ao grupo. Gritos que podem ser de dor, raiva ou medo. Já é difícil distinguir as coisas e a contagem dos momentos apenas passa. Olhando para o lado, alguns dos colegas já estão detidos, é uma fina linha que nos separa de quem não vai mais voltar para casa. Mas a casa já não mais existe, esta no chão, em ruínas sobre tudo aquilo que nunca se construiu.
trecho do post do ZD: http://zerodesperdicio.wordpress.com/2013/06/12/aliste-se/