** Zeca Silva dos Olhos, após a morte da genitora, resolveu deixar a cidadezinha natal e conhecer a capital.
Na casa da mãe permaneceu o estimado tio Baldino Silva dos Olhos.
O sobrinho pegou um pedaço da herança e seguiu com a esposa rumo à cidade agitada.
Zeca cresceu honrando a memória de Cristóvão Silva dos Olhos, o pai o qual faleceu quando ele completara um aninho.
A família desfrutava imensa credibilidade e influência na região.
A mãe, Rosa Silva dos Olhos, e o tio tocavam os negócios com eficiência.
Filho único bastante carinhoso, o caipira não conseguiu superar a dor de ver a mãezinha realizando a viagem derradeira.
O tio e a esposa dedicada sugeriram que ele viajasse para espairecer as idéias. Caso não se adaptasse, o tio garantiu que ele poderia voltar.
Na capital a esposa de Zeca adoeceu inesperadamente e morreu.
O rapaz ficou desolado, quase retornou para a antiga residência, porém Zeca adquiriu o hábito de apostar.
Os jogos da Caixa o seduziram.
Diariamente gastava horas na lotérica do bairro.
Zeca adorava as filas compridas.
Se a fila estivesse curta, não tinha graça.
Jogava todos os jogos, não usava a “teimosinha”, opção que repete as apostas. Encarava a rotina dos apostadores expressando entusiasmo.
Jamais abandonava uma grande sacola onde colocava o dinheiro que possuía. Zeca nunca guardou dinheiro nos bancos.
Dinheiro, na concepção dele, tinha que ficar próximo.
Um dia Zeca ganhou o prêmio da Mega.
Logo que conferiu o resultado, contou a façanha para Dona Celina, a vizinha que também não saía da lotérica.
Zeca pediu segredo, Dona Celina prometeu não contar a ninguém.
Quem melhor poderia manter sigilo sobre o assunto?
Dona Celina certamente não era essa pessoa.
No dia seguinte, percebeu na rua um barulho exagerado.
Observou toda a vizinhança o cumprimentando sorridente.
Estranhou, porque, excetuando Dona Celina, os outros vizinhos nunca o saudavam.
Brigavam pretendendo acompanhá-lo para ninguém o seqüestrar.
Surgiu uma mulher dizendo que era uma prima distante.
Como?
Uma Silva dos Olhos?
Zeca chateado dispensou a multidão, negou que ganhara, inventou que confundiu os números, fugiu num táxi levando a sua inseparável sacola.
Alugou um quarto num pequeno hotel.
Decidiu pegar o prêmio na semana seguinte.
Após dez dias sem deixar o quarto, ele foi ao banco reivindicar o prêmio milionário. Revelou que queria tirar todo o dinheiro.
O gerente esclareceu os riscos, propôs investimentos, comentou que a atitude era desnecessária.
Zeca não quis saber.
Levou os milhões na sacola gigante.
O rapaz, alto e forte, inspirava um certo temor.
Na estação rodoviária, quando Zeca se preparava para comprar uma passagem que o levaria até a cidadezinha amada, percebeu uma moça olhando para ele.
Foi a primeira vez que Zeca viu Raimunda.
Ah! Raimunda!
Não tinha um rosto bonito, mas realçava sensualidade pra dar e vender.
Conforme o ditado popular, Raimunda era feia de cara e boa de papo.
Zeca desistiu de comprar a passagem.
Dez minutos depois escutava Raimunda tagarelando.
O rapaz não cansava de admirar os atributos físicos dela.
A moça, muito dengosa e faceira, não calava a boca.
Topando a indicação de Raimunda, no início da noite o casal adentrou um famoso motel da capital.
O rapaz perguntou se a parceira fazia 69.
Ela mostrou especial habilidade na arte do 69.
Ensinou também a fazer 70 e perguntou se ele topava fazer 71.
Zeca cansado preferiu adiar a aula.
Na manhã seguinte, Zeca despertou no quarto do motel nu.
Rápido notou que a sacola havia sumido.
Começou a gritar, pois não sabia como ligar para a recepção.
Alguém escutou a aflição do caipira.
Zeca foi parar na delegacia.
Raimunda deixou uma dívida expressiva.
Bebidas, um jantar caprichado, de manhã um gostoso café da manhã.
Segurando a sacola do prêmio, ela pediu que não incomodassem o maridão, que, segundo a ladra, estava refazendo as energias..
Informou que faria um passeio enquanto o esposo recarregava a bateria.
Raimunda não deixou nem sequer a cueca do rapaz.
A gerência do motel não acreditou no humilde rapaz pelado dizendo que tinha sido roubado.
Vocês devem estar perguntando:
E o dinheiro da casa onde Zeca morava ao lado de Dona Celina?
Antes de ir buscar o prêmio da Mega, Zeca vendeu a casa, pegou a grana e colocou na sacola.
Enfim, a herança, o dinheiro da casa e o prêmio foram levados pela provocante Raimunda que falava demais.
Dois dias depois, o tio apareceu e tirou o sobrinho da prisão.
Apesar da experiência carcerária, Zeca sorria lembrando o prazer que Raimunda lhe deu na cama.
O tio reclamou e pediu para ele não perder a razão confiando numa rapariga trambiqueira.
Zeca não ligava.
Deslumbrado ele recordava o 70 que experimentou.
Lastimou ter adiado a lição sobre o 71.
Zeca decidiu voltar e ficar definitivamente ajudando o tio.
A ausência materna ainda incomodava demais, contudo considerou a melhor opção trabalhar ao lado do tio.
O rapaz casou novamente.
Teve dois filhos, dois Silvas dos Olhos saudáveis e sapecas, os futuros donos de todo o patrimônio da família.
** Várias vezes Zeca lembrava as carícias de Raimunda.
Ah! Raimunda!
Feia de cara, mas muito boa de papo!
Ah! Que papo!
O rapaz envelheceu, o bom tio morreu, os filhos cresceram, ele continuou casado, existia companheirismo e amizade, sua mulher era adorável, porém jamais o inocente Zeca esqueceu o papo de Raimunda.
Um abraço!
Na casa da mãe permaneceu o estimado tio Baldino Silva dos Olhos.
O sobrinho pegou um pedaço da herança e seguiu com a esposa rumo à cidade agitada.
Zeca cresceu honrando a memória de Cristóvão Silva dos Olhos, o pai o qual faleceu quando ele completara um aninho.
A família desfrutava imensa credibilidade e influência na região.
A mãe, Rosa Silva dos Olhos, e o tio tocavam os negócios com eficiência.
Filho único bastante carinhoso, o caipira não conseguiu superar a dor de ver a mãezinha realizando a viagem derradeira.
O tio e a esposa dedicada sugeriram que ele viajasse para espairecer as idéias. Caso não se adaptasse, o tio garantiu que ele poderia voltar.
Na capital a esposa de Zeca adoeceu inesperadamente e morreu.
O rapaz ficou desolado, quase retornou para a antiga residência, porém Zeca adquiriu o hábito de apostar.
Os jogos da Caixa o seduziram.
Diariamente gastava horas na lotérica do bairro.
Zeca adorava as filas compridas.
Se a fila estivesse curta, não tinha graça.
Jogava todos os jogos, não usava a “teimosinha”, opção que repete as apostas. Encarava a rotina dos apostadores expressando entusiasmo.
Jamais abandonava uma grande sacola onde colocava o dinheiro que possuía. Zeca nunca guardou dinheiro nos bancos.
Dinheiro, na concepção dele, tinha que ficar próximo.
Um dia Zeca ganhou o prêmio da Mega.
Logo que conferiu o resultado, contou a façanha para Dona Celina, a vizinha que também não saía da lotérica.
Zeca pediu segredo, Dona Celina prometeu não contar a ninguém.
Quem melhor poderia manter sigilo sobre o assunto?
Dona Celina certamente não era essa pessoa.
No dia seguinte, percebeu na rua um barulho exagerado.
Observou toda a vizinhança o cumprimentando sorridente.
Estranhou, porque, excetuando Dona Celina, os outros vizinhos nunca o saudavam.
Brigavam pretendendo acompanhá-lo para ninguém o seqüestrar.
Surgiu uma mulher dizendo que era uma prima distante.
Como?
Uma Silva dos Olhos?
Zeca chateado dispensou a multidão, negou que ganhara, inventou que confundiu os números, fugiu num táxi levando a sua inseparável sacola.
Alugou um quarto num pequeno hotel.
Decidiu pegar o prêmio na semana seguinte.
Após dez dias sem deixar o quarto, ele foi ao banco reivindicar o prêmio milionário. Revelou que queria tirar todo o dinheiro.
O gerente esclareceu os riscos, propôs investimentos, comentou que a atitude era desnecessária.
Zeca não quis saber.
Levou os milhões na sacola gigante.
O rapaz, alto e forte, inspirava um certo temor.
Na estação rodoviária, quando Zeca se preparava para comprar uma passagem que o levaria até a cidadezinha amada, percebeu uma moça olhando para ele.
Foi a primeira vez que Zeca viu Raimunda.
Ah! Raimunda!
Não tinha um rosto bonito, mas realçava sensualidade pra dar e vender.
Conforme o ditado popular, Raimunda era feia de cara e boa de papo.
Zeca desistiu de comprar a passagem.
Dez minutos depois escutava Raimunda tagarelando.
O rapaz não cansava de admirar os atributos físicos dela.
A moça, muito dengosa e faceira, não calava a boca.
Topando a indicação de Raimunda, no início da noite o casal adentrou um famoso motel da capital.
O rapaz perguntou se a parceira fazia 69.
Ela mostrou especial habilidade na arte do 69.
Ensinou também a fazer 70 e perguntou se ele topava fazer 71.
Zeca cansado preferiu adiar a aula.
Na manhã seguinte, Zeca despertou no quarto do motel nu.
Rápido notou que a sacola havia sumido.
Começou a gritar, pois não sabia como ligar para a recepção.
Alguém escutou a aflição do caipira.
Zeca foi parar na delegacia.
Raimunda deixou uma dívida expressiva.
Bebidas, um jantar caprichado, de manhã um gostoso café da manhã.
Segurando a sacola do prêmio, ela pediu que não incomodassem o maridão, que, segundo a ladra, estava refazendo as energias..
Informou que faria um passeio enquanto o esposo recarregava a bateria.
Raimunda não deixou nem sequer a cueca do rapaz.
A gerência do motel não acreditou no humilde rapaz pelado dizendo que tinha sido roubado.
Vocês devem estar perguntando:
E o dinheiro da casa onde Zeca morava ao lado de Dona Celina?
Antes de ir buscar o prêmio da Mega, Zeca vendeu a casa, pegou a grana e colocou na sacola.
Enfim, a herança, o dinheiro da casa e o prêmio foram levados pela provocante Raimunda que falava demais.
Dois dias depois, o tio apareceu e tirou o sobrinho da prisão.
Apesar da experiência carcerária, Zeca sorria lembrando o prazer que Raimunda lhe deu na cama.
O tio reclamou e pediu para ele não perder a razão confiando numa rapariga trambiqueira.
Zeca não ligava.
Deslumbrado ele recordava o 70 que experimentou.
Lastimou ter adiado a lição sobre o 71.
Zeca decidiu voltar e ficar definitivamente ajudando o tio.
A ausência materna ainda incomodava demais, contudo considerou a melhor opção trabalhar ao lado do tio.
O rapaz casou novamente.
Teve dois filhos, dois Silvas dos Olhos saudáveis e sapecas, os futuros donos de todo o patrimônio da família.
** Várias vezes Zeca lembrava as carícias de Raimunda.
Ah! Raimunda!
Feia de cara, mas muito boa de papo!
Ah! Que papo!
O rapaz envelheceu, o bom tio morreu, os filhos cresceram, ele continuou casado, existia companheirismo e amizade, sua mulher era adorável, porém jamais o inocente Zeca esqueceu o papo de Raimunda.
Um abraço!