Folia De Reis

De longe se ouvia, o som da toada na voz dos foliões.

A criançada que seguia, fosse noite ou dia !

O palhaço, como louco desvairado rompia com seus versos o silencio, quando caminhavam.

Assim eram aqueles dias, de uma infância inocente de quem nada temia.Em uma mistura de sonhos, realidades viviam. Começava dezembro, mas precisamente aos vinte e cinco dias. Data em que segundo a história, o nosso Cristo nascia.

O Povo contente preparava-se, com a fortuna a que se dispunham.

De tudo aquilo que colhiam, e durante o tempo guardavam, juntando-se aos seus sonhos, a espera daquele dia.

Era assim aquele tempo, em que toda melancolia jogada fora, dava lugar a alegria, e toda tristeza ia embora !

Para receber com sorriso, em seus braços estendidos, á bandeira da folia, a senhora dona da casa preparava-se com imensa satisfação.Pois; era ela a anfitriã da festa.

As filhas mocinhas encantavam-se com a rapaziada. Pelos cantos escondidas apreciavam, enquanto todos a toada catavam...

Mostravam-se seus dotes tocando seus instrumentos.

Falando desde os momentos difíceis de Maria e José, ao fascínio do nascimento do Cristo menino.

Tudo era canção que dava forma, vida , alegria. Envolviam corações.

Folclore de esperança, por reviver as lembranças daqueles que criam, na pureza de Maria, na coragem de José, da condenação do cristo mesmo antes de nascer.

Aquele que nos orgulha, acalenta e fortalece o âmago.

Quem viveu essa história, se emociona e chora...

Revive as lembranças, não ignora a fé daquela gente.

Homens que ao caminhar noite adentro, levavam em forma de música a fé que professavam.

E todos aqueles que ouviam seus cantos, reviviam a esperança das promessas do Cristo, perseguido mesmo sem ser nascido, hoje ressuscitado.

Gracia Fernandez
Enviado por Gracia Fernandez em 05/06/2013
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