As Rosas Sofridas Cap. XVII

Logo á frente antes da cerca de divisa, havia uma casa de um empregado o (velho Venâncio, meu GURU.)Dizia-se que naquela época ele contava ll8 anos. Ele não trabalhava mais. A casa dele ficava perto da cancela, e era o único serviço dele era abrir quando chegava alguém, isso quando ele via. Ele não era porteiro, apenas morava ali.

Estou dando as características da casa, para veem como era bonita a frente da casa. A entrada da fazenda São Roque pela frente, por que por trás também havia entrada, mas passava pele manga grande que vinha do curral. ( Desculpem) eu estava falando da separação provisória e da divisão dos empregados. Dona Rosa tinha a maioria, ou talvez a unanimidade, dependendo do que se tratasse. Se fosse para prejudicá-la então ela contaria com todos ao seu favor, mas não era isso que ela queria por que amava o marido e não queria que ele fosse desobedecido pelos empregados.

No dia seguinte, Josias foi á cidade para tentar a reconciliação. Dona Rosa expôs as condições e o preveniu sobre a divisão que existia entre os empregados; então ele disse que já havia percebido, e que o aconselhável era transferi-lo para outra fazenda. Fazer um remanejamento dos empregados, mas ela não achou conveniente, por que seria ruim para todos os que já estavam instalados com suas roças, e já moravam na fazenda á muito tempo.

Foi uma maneira de se prevenir, e Josias percebeu isso.

Não Josias, disse Dona Rosa. Desde que nós nos der o respeito, nada acontecerá, e depois eu gosto deles, e não sei por que você quer afastá-lo de lá.

- Porque não fica bem esta divisão.

-Não haverá divisão se nós não a provocarmos. Ou você tem a intenção de continuar agindo como antes?

Pensa! Fica muito mais perigoso, vou perder de certa forma o controle sobre eles. Você não vai querer dar as ordens não é mesmo?

- Não Josias. E você sabe disso. Apenas quero ser respeitada como esposa e senhora daquela casa. Não quero está sendo escorraçada, perseguida e ameaçada de morte todas as vezes que você beber.

-Você sabe que eu não faço isso de caso pensado, não é?

- Não, não sei! Eu não tenho mais certeza. Só sei que quando bebe tudo se repete. Você sabendo que isso acontece, por que exagera?

- Mas eu não bebo para me embriagar!

- É o que dar para pensar que você faz as coisas de caso pensado, e consciente, o que é pior. Se escondendo atrás da bebedeira para praticar terrorismo contra a esposa, filhos e empregados. Todas as vezes que você quer brigar, você bebe!

Josias não disse mais nada. Passou a noite e no dia seguinte voltou para a fazenda, e ficou um mês sem da notícia. Dona Rosa mandou Genézio na fazenda buscar provisões, mas o intuito era saber como estavam as coisas por lá.

Josias preparou tudo, enviou o Licínio com uma embarcação, com todos os provimentos pedidos pela Dona Rosa e com um pedido que ela voltasse para a fazenda.

- Ela pensou muito e terminou por ceder. Afinal esta situação não poderia continuar por muito tempo, teria que ter uma definição, e não era longe que ia resolver. Seria tudo ou nada. Se a situação não melhorasse, se separariam de uma vez! Mas um fato veio alterar a vida do casal. Uma das crianças ficou muito mal, e foi necessária a presença de Josias com urgência. O menino foi levado para a capital, mas nada pode ser feito, a criança morreu. Isso abalou muito os dois. Talvez tenha sido o meio para a reconciliação. Nesta altura eles não estavam mais dispostos a tentar mais filhos, e nem era necessário, pois este era o oitavo parto. Mas não ficaram nestes. Mais tarde vieram outros, e faleceu mais um, o último! Com a perda desta criança, Dona Rosa ficou muito abatida. Voltou para a fazenda, e deixou que Josias montasse o seu império!...

Dona Rosa não se importou mais com nada. Os filhos foram crescendo, e por singular que fato pareça chegaram também os filhos da Delzita que felizmente não sobreviveram nenhum dos dois, porém eu tenho as minhas dúvidas.

Perguntar de quem eram os filhos dela, com quem? Seria uma ingenuidade, por que de quem mais poderia ser, e ela aceitou passivamente, e que remédio, ela não estava mais disposta a brigar, a se desentender, se prejudicar, a troco de que, de aborrecimentos? Assim eles viveram assim por muitos anos. Creio que Delzita ficou morando com eles quinze anos. Dona Rosa até batizou as crianças.

Mas não ficou só nisso, apareceu outros filhos por fora. Até uma das filhas dele foi morar com eles tempos depois, até começar dar problemas.

Ele mandou para casa de parentes.

Meu Deus como deve ter sofrido esta mulher!...

Mas as coisas não ficaram só nisso!... Até parece história de terror, não é mesmo? Mas infelizmente não se trata de história, e sim de fato que poderá ser constatado sua veracidade a qualquer hora, mesmo por que tem gente que gostaria hoje de contar a fim de desmoralizar a família, o que não contaria na íntegra, mas aumentando e falando coisa que não era verdade. Mas como eu disse que as coisas não pararam naquilo, porque aconteceram muitas coisas!

Depois de uns quinze anos que Delzita viveu embaixo do mesmo teto que Dona Rosa, mesmo por que ela gostava muito da irmã apesar de tudo, mas como as crianças começaram entender, eles viram que não era possível continuar aquela situação, então eles resolveram mudar-se para um arraial mais perto da cidade, mesmo porque as crianças estavam sendo sacrificadas para irem a escola, e já estavam ficando moços, e aquele sofrimento da Dona Rosa já estava sendo observado e entendido por eles, e não demoraria ser defendida por eles, muito embora Dona Rosa não se importasse mais com aquela situação. Também seria compreendido por eles que até então achavam normal por que não entediam nada e eles

sabiam que Delzita era tia deles, e nada de mal havia morarem juntos, afinal ela era solteira e nesta altura com bastante idade. Mas o filho mais velho já estava com mais ou menos quinze anos, alguma coisa precisava ser feito, então Josias juntamente com Dona Rosa resolveram montar uma casa para Delza. Dona Rosa preparou a casa como se estivesse preparando uma casa para uma

filha que ia se casar! Desde os móveis de quarto, cozinha, utensílios de cozinha, e tudo o que era necessário para uma casa. Delza não teve nem trabalho para arrumar a casa. Até empregada foi providenciado, e o pior é que mandou um dos filhos morar com ela para lhe fazer companhia, com ciúmes é claro.

Os pais da Dona Rosa já haviam falecido como também os de Josias, mas sofreram muito moralmente.

A fortuna que eles possuíam já não era tão grande coisa. Aquela fortuna que veio de herança de Dona Rosa. Josias quando se casou, só tinha algumas pequenas fazendas espalhadas por alí, mas sem nenhuma importância. Ao contrário dela que herdou se não me engano quatro fazendas as maiores da redondeza, com gado de primeira linha. Mas uns pontos podem somar a favor do Josia, ele soube fazer progredir todas elas valorizando muito depois que ele começou a administrá-las. E é por isso que ele se achava no direito de fazer o que fazia. Mais tarde eles mudaram para a cidade, e Delzita ficou naquele arraial, depois foi morar com um irmão nua cidade muito longe dali. Sabe-se que foi a São Paulo para casa de outro irmão para se tratar, vido falecer prematuramente aos quarenta e oito anos. Isso quer dizer oito anos depois que separou de casa. (pobre rosa como outras Rosas!).

Coitada, pelo jeito ela foi mais uma vítima do destino, não teve culpa de nada, não teve oportunidade de aproveitar a beleza que Deus lhe deu, foi talvez "vitima dela"!

Ela sentiu muito a falta da irmã, mesmo por que vivendo no mesmo teto como segunda mulher do Josias, por força da circunstância.

- Ela amava a irmã, e Dona Rosa também a amava, prova é que ela reconhecia que ela fora uma vítima. Não havia briga entre elas, era como se não tivesse acontecendo aquele triângulo amoroso!

Quem a viu nos dois últimos anos de sua vida, disseram que ela ficara muito magra, quase desfigurada. Perdera o brilho daqueles grandes olhos azuis. Não lhe restou nada daquela moça bonita, deslumbrante que era. Mesmo quando já não era mais uma mocinha ainda conservava sua beleza. Diziam que ela era mais bonita do que antes até ficar doente!

Quanto ao Josias e Dona Rosa; não se sabe ao certo, dizem que mudaram para Teresina, aonde tinha muitos parentes. Os filhos foram um a um por este mundo a fora, não se sabe também o paradeiro deles.

Esta é a história desta família, contada por cima por que tem muito mais acontecimentos... E como tem!...Por exemplo: quando Josias foi tocaiado pelo pai de uma moça que teve um filho com ele; ou melhor, dois filhos; um menino e uma menina.

A dona Rosa sabia de tudo por que ele não fazia mais nada escondido, e esta tocaia foi desfeita pela dona Rosa e uns capangas. Ela soube que este homem havia preparado esta tocaia para o Josias, então ela comandou juntamente com Licínio, Miguel, Genézio, e mais alguns homens, o ataque contra aquela tocaia, e Josias só ficou sabendo quando chegou em casa.

Muito bem meus amigos; principalmente a minha amiga querida que me incentivou contar esta história. Como ela existem muitas outras ROSAS MULHERES que sofrem neste mundo. Principalmente neste meu mundo e não é da época ainda hoje, desgraçadamente!...

Peço desculpas ás pessoas que leram esta história; os erros ortográficos e de concordância; o que eu deveria ter tomado mais cuidado. Mas vocês devem convir comigo que eu não tinha tempo para isso, do contrário correria o risco e perder o fio da meada. Não se esqueçam de que isso aconteceu á mais ou menos 8o anos atrás e tive que escrever esta história que me foi contada por um velho de mais ou menos 100 anos e analfabeto. MEU GURU.

(ESTOU PERDOADO?)

Bem. Agora eu preciso fazer um adendo... A minha querida Rosângela Martins, mais de uma vez falou sobre a morte prematura das crianças talvez fazendo alusão aos acontecimentos ocorridos entre os pais. ROSA E JOSIAS). Mais eu não acredito, e de acordo o que ouvi falar apesar de minha pouca idade foi causa genética; mesmo porque eles tiveram mais filhos sem nenhum problema. Contudo também segundo o que contou-me o Velho Venâncio eles fizeram muitos exames em Terezina.

F I M

Lício Guimarães
Enviado por Lício Guimarães em 28/05/2013
Código do texto: T4313096
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