As Rosas Sofridas Cal VII
nho demais. Preciso de uma amiga, e você será a pessoa indicada para que eu possa depositar toda a minha confiança.
Arriscou outra jogada tentando confundir a moça.
- Mas você naturalmente é uma pessoa de confiança de Josias, não pode ser fiel a duas pessoas ao Antonia me será muito útil só depende de eu saber conquistá-la. Ela sabia que segundo os costumes, as damas de companhia que são preparadas para uma pessoa, são muito fiéis aos seus patrões, e por certo sou a sua patroa, e ela deve a mim, somente a mim obediência total, e o Josias sabe disso. Então não dar para entender, depois do ocorrido de ontem, ele manter aqui uma pessoa que será muito mais fiel a mim do que a ele, pensou:, e isso lhe deu mais alento, e rezou para Nossa Senhora: "Mãe querida, coloco a minha vida em suas mãos, e dessa moça; proteja-me"!
Tocou a sineta e ficou com a respiração presa. A porta se abriu, mas ao invés de entrar a moça, foi Josias que entrou seguido por ela.
- Bom dia, disse ele: Dormiu bem? Ela respondeu que sim, muito embaraçada. A moça sorria e olhava com um olhar de compreensão e carinho, que lhe transmitia confiança. Dona Rosa sorriu para ela, Josias as olhou e disse: - Pelo que vejo vocês já se conhecem!
- Não senhor; não fomos ainda apresentadas, apenas estive aqui me colocando a sua disposição, e transmitindo-lhe o seu recado. Então Josias fez a apresentação: "Esta é Antonia, a pessoa que lhe fará companhia doravante." A moça se inclinou ligeiramente, e Dona Rosa fez um gesto com a cabeça. Então Josias disse: Deixo-as sós. Logo o café estará servido, ou você quer tomá-lo aqui. Você deve estar cansada!
- Não, não estou, disse com ar de desafio, o que ele notou naturalmente.
Josias saiu, e Antonia a ajudou trocar de roupa, e saíram do quarto.
Quando chegaram na sala de jantar, estavam ali perfilados todos os empregados. Desde a cozinheira, até o empregado de confiança de Josias, o Joaquim, e Miguel, filho de Joana gorda. Antonia fez as apresentações, por que o Josias já havia apresentado a ela toda a criadagem. No terreiro estavam; o capataz, os vaqueiros e os agregados, inclu1sive o velho Pedro Vieira e sua mulher Joana gorda. Apresentou o Miguel que juntamente com Antonia que serviriam a ela diretamente. Enquanto isso Josias tomava outras providências. Só depois é que Dona Rosa compreendeu o motivo.
Ela esperou que Josias viesse tomar café com ela, mas se enganou. Então ela convidou Antonia para lhe fazer companhia o que ela aceitou sem cerimônia, por que já era preparada e acostumada com isso.
Dona Rosa pensou: preciso colocar em ação o meu plano, terei que conquistá-la, apesar de saber que não seria fácil, mas teria que tentar. Primeiro a Antonia, depois o Miguel. Os outros será mais fácil.
Antonia assentou-se a mesa, e ela tentou o diálogo, mas esta era interrompida por criados que vinham procurá-la, por que com a presença da patroa todos estavam perdidos, não sabiam o que fazer. Antonia percebendo que ela estava ficando nervosa com tanta interrupção pediu licença e foi até a cozinha e falou com a Marina á cozinheira que doravante tomasse todas as iniciativas sem pedir-lhe opinião, seguisse o costume da casa, sem nenhuma alteração, que depois ela conversaria. Voltou para a mesa onde estava a Dona Rosa e pediu-lhe desculpas, afirmando-lhe que tudo estava resolvido. Dona Rosa gostou, e iniciou um diálogo com ela: Fez uma pergunta sobre ela:
- E você, quais os seus planos para o futuro? Tem noivo, namorado, pretendente?
- Não senhora; não tive tempo para isso. Antonia falou com vós velada. Então Dona Rosa entendeu que seria por ali o caminho certo. Mas você é uma moça muito bonita, e não é necessário procurar ou ter tempo, apenas se interessar por alguém, e tenho certeza de que não resistirão. Terá muitos pretendentes é só querer... Você já se olhou no espelho; naturalmente que sim, mas não é só se olhar simplesmente! É olhar e se analisar. Você sabe se vestir; tem o gosto das damas da corte, e conhece melhor de que qualquer uma de nós burguesa, sem nenhuma classe das mulheres européias, apesar de sermos educadas em colégios caríssimos. Mas é só isso! Não nos dá a classe e o conhecimento das damas da corte! Eu sei que você não foi educada na Europa, mas por pessoas que tinham o costume europeu, e é uma das primeiras coisas que aquela gente aprende é se vestir.
- Realmente Dona Rosa, os europeus são mestres por excelência no mundo da moda. É primordial para eles saber se vestir e com baixo custo, pode se apresentar em qualquer lugar com um traje barato, fazer uma boa presença, e a senhora pode acreditar que a maioria das damas como a senhora frisou, usam roupas de grade presença, mas de baixo custo. Para quem não conhece se engana completamente!
Dona Rosa viu que podia travar um bom diálogo com Antonia, e por que não dizer aprender muito com ela!
- Pois bem Antonia, vamos fazer um trato: Você me ensina a arte de vestir, e eu custeio as despesas para nós duas, apesar de que eu não sei o que vai acontecer comigo doravante. É obvio que você sabe o que se passou aqui ontem, não sabe?
- Não. Não sei de nada. Estou chegando hoje. Bem sei que deveria ter ido para á fazendo do seu pai no dia do casamento, e de lá viria com a senhora para aqui e ficar até a senhora voltar da lua de mel, mas tudo foi mudado. Recebi ordem de esperá-la em Teresina. Depois do casamento a senhora deveria ir para lá, então eu viria com a senhora para a fazenda, ou para a cidade de Barreiras, mas estes planos também foram mudados. A última ordem foi para que estivesse aqui hoje pela manhã. A senhora não imagina quanta correria. Creia que foi quase impossível chegar aqui hoje. Cheguei ontem na cidade, e nem deu tempo para passar na fazenda, por que deveria estar hoje aqui, nem que para isso tivesse que matar os cavalos, ou trocá-los em qualquer fazenda por aí se eles não agüentassem. Consegui chegar ás duas horas da madrugada.
- Para que tudo isso?
- Não sei. Apenas recebi ordem, e a senhora sabe como são estas ordens. Eu nem sabia que o casamento tinha sido realizado ontem. Só fiquei sabendo quando cheguei aqui, então entendi por que desta viagem tão corrida.
- Está explicado os acontecimentos de ontem, pensou dona Rosa, mas existe ainda algo inexplicável. Não consigo entender, mas vou descobrir, custe o que custar, e tenho certeza de que aí tem dedo de papai. Ele estava muito calmo ontem quando saímos, mesmo antes de começar a festa. Mas se foi isso, eles vão me pagar, eu juro que vão!
- Dona Rosa, o que está se passando?
Á senhora não está se sentindo bem? De repente ficou pálida!
- Não é nada Antonia, eu estou bem, muito bem! Mas tem gente que não vai ficar muito bem quando eu descobrir algo que passou pela minha cabeça. Se for confirmado as minhas suspeitas!...
- Bem, Dona rosa, eu não estou entendendo nada, e por sinal eu não entendi nada desde o início, e acho melhor não tentar entender, mesmo por que isso é assunto de patrões.
- Não Antonia, eu não a quero como uma simples acompanhante. Arriscou aí uma cartada, e essa era definitiva. Sentiu que o momento era propício, então confirmou o que havia falado.
Eu não preciso de uma empregada, estas eu já as mesmo tempo. Ou você trairia a confiança dele ou a minha... É pena, por que eu nunca tive uma amiga, uma irmã, uma pessoa que eu pudesse desabafar, sem que essa não estivesse pensando em recompensa. Para ser mais franca, amizade comprada ou por dever. Então como se pode confiar em pessoas assim?
- A senhora tem razão, não se pode confiar inteiramente nas pessoas. Amizade sincera e desinteressada é muito difícil, mas creia Dona Rosa, eu poderei ser esta pessoa de sua confiança; não digo amiga por que de qualquer maneira eu não passo de uma empregada, mas a senhora poderá contar comigo para tudo, se isso lhe convier
e se acreditar que poderá confiar em mim.
- Claro que posso e desejo, apenas não sei como você irá se entender com o Josias, por que ele deverá confiar em você, por que mandou buscá-la especialmente para isso.
- Não, Dona Rosa, a senhora se engana, eu não devo nenhuma obediência especial ao senhor Josias; eu fui preparada para ser dama de companhia da senhora, e ele conhece bem os costumes, sabe que as damas de companhia tenho demais. Preciso de uma amiga, e você será a pessoa indicada para que eu possa depositar toda a minha confiança.
Arriscou outra jogada tentando confundir a moça.
- Mas você naturalmente é uma pessoa de confiança de Josias, não pode ser fiel a duas pessoas ao Antonia me será muito útil só depende de eu saber conquistá-la. Ela sabia que segundo os costumes, as damas de companhia que são preparadas para uma pessoa, são muito fiéis aos seus patrões, e por certo sou a sua patroa, e ela deve a mim, somente a mim obediência total, e o Josias sabe disso. Então não dar para entender, depois do ocorrido de ontem, ele manter aqui uma pessoa que será muito mais fiel a mim do que a ele, pensou:, e isso lhe deu mais alento, e rezou para Nossa Senhora: "Mãe querida, coloco a minha vida em suas mãos, e dessa moça; proteja-me"!
Tocou a sineta e ficou com a respiração presa. A porta se abriu, mas ao invés de entrar a moça, foi Josias que entrou seguido por ela.
- Bom dia, disse ele: Dormiu bem? Ela respondeu que sim, muito embaraçada. A moça sorria e olhava com um olhar de compreensão e carinho, que lhe transmitia confiança. Dona Rosa sorriu para ela, Josias as olhou e disse: - Pelo que vejo vocês já se conhecem!
- Não senhor; não fomos ainda apresentadas, apenas estive aqui me colocando a sua disposição, e transmitindo-lhe o seu recado. Então Josias fez a apresentação: "Esta é Antonia, a pessoa que lhe fará companhia doravante." A moça se inclinou ligeiramente, e Dona Rosa fez um gesto com a cabeça. Então Josias disse: Deixo-as sós. Logo o café estará servido, ou você quer tomá-lo aqui. Você deve estar cansada!
- Não, não estou, disse com ar de desafio, o que ele notou naturalmente.
Josias saiu, e Antonia a ajudou trocar de roupa, e saíram do quarto.
Quando chegaram na sala de jantar, estavam ali perfilados todos os empregados. Desde a cozinheira, até o empregado de confiança de Josias, o Joaquim, e Miguel, filho de Joana gorda. Antonia fez as apresentações, por que o Josias já havia apresentado a ela toda a criadagem. No terreiro estavam; o capataz, os vaqueiros e os agregados, inclu1sive o velho Pedro Vieira e sua mulher Joana gorda. Apresentou o Miguel que juntamente com Antonia que serviriam a ela diretamente. Enquanto isso Josias tomava outras providências. Só depois é que Dona Rosa compreendeu o motivo.
Ela esperou que Josias viesse tomar café com ela, mas se enganou. Então ela convidou Antonia para lhe fazer companhia o que ela aceitou sem cerimônia, por que já era preparada e acostumada com isso.
Dona Rosa pensou: preciso colocar em ação o meu plano, terei que conquistá-la, apesar de saber que não seria fácil, mas teria que tentar. Primeiro a Antonia, depois o Miguel. Os outros será mais fácil.
Antonia assentou-se a mesa, e ela tentou o diálogo, mas esta era interrompida por criados que vinham procurá-la, por que com a presença da patroa todos estavam perdidos, não sabiam o que fazer. Antonia percebendo que ela estava ficando nervosa com tanta interrupção pediu licença e foi até a cozinha e falou com a Marina á cozinheira que doravante tomasse todas as iniciativas sem pedir-lhe opinião, seguisse o costume da casa, sem nenhuma alteração, que depois ela conversaria. Voltou para a mesa onde estava a Dona Rosa e pediu-lhe desculpas, afirmando-lhe que tudo estava resolvido. Dona Rosa gostou, e iniciou um diálogo com ela: Fez uma pergunta sobre ela:
- E você, quais os seus planos para o futuro? Tem noivo, namorado, pretendente?
- Não senhora; não tive tempo para isso. Antonia falou com vós velada. Então Dona Rosa entendeu que seria por ali o caminho certo. Mas você é uma moça muito bonita, e não é necessário procurar ou ter tempo, apenas se interessar por alguém, e tenho certeza de que não resistirão. Terá muitos pretendentes é só querer... Você já se olhou no espelho; naturalmente que sim, mas não é só se olhar simplesmente! É olhar e se analisar. Você sabe se vestir; tem o gosto das damas da corte, e conhece melhor de que qualquer uma de nós burguesa, sem nenhuma classe das mulheres européias, apesar de sermos educadas em colégios caríssimos. Mas é só isso! Não nos dá a classe e o conhecimento das damas da corte! Eu sei que você não foi educada na Europa, mas por pessoas que tinham o costume europeu, e é uma das primeiras coisas que aquela gente aprende é se vestir.
- Realmente Dona Rosa, os europeus são mestres por excelência no mundo da moda. É primordial para eles saber se vestir e com baixo custo, pode se apresentar em qualquer lugar com um traje barato, fazer uma boa presença, e a senhora pode acreditar que a maioria das damas como a senhora frisou, usam roupas de grade presença, mas de baixo custo. Para quem não conhece se engana completamente!
Dona Rosa viu que podia travar um bom diálogo com Antonia, e por que não dizer aprender muito com ela!
- Pois bem Antonia, vamos fazer um trato: Você me ensina a arte de vestir, e eu custeio as despesas para nós duas, apesar de que eu não sei o que vai acontecer comigo doravante. É obvio que você sabe o que se passou aqui ontem, não sabe?
- Não. Não sei de nada. Estou chegando hoje. Bem sei que deveria ter ido para á fazendo do seu pai no dia do casamento, e de lá viria com a senhora para aqui e ficar até a senhora voltar da lua de mel, mas tudo foi mudado. Recebi ordem de esperá-la em Teresina. Depois do casamento a senhora deveria ir para lá, então eu viria com a senhora para a fazenda, ou para a cidade de Barreiras, mas estes planos também foram mudados. A última ordem foi para que estivesse aqui hoje pela manhã. A senhora não imagina quanta correria. Creia que foi quase impossível chegar aqui hoje. Cheguei ontem na cidade, e nem deu tempo para passar na fazenda, por que deveria estar hoje aqui, nem que para isso tivesse que matar os cavalos, ou trocá-los em qualquer fazenda por aí se eles não agüentassem. Consegui chegar ás duas horas da madrugada.
- Para que tudo isso?
- Não sei. Apenas recebi ordem, e a senhora sabe como são estas ordens. Eu nem sabia que o casamento tinha sido realizado ontem. Só fiquei sabendo quando cheguei aqui, então entendi por que desta viagem tão corrida.
- Está explicado os acontecimentos de ontem, pensou dona Rosa, mas existe ainda algo inexplicável. Não consigo entender, mas vou descobrir, custe o que custar, e tenho certeza de que aí tem dedo de papai. Ele estava muito calmo ontem quando saímos, mesmo antes de começar a festa. Mas se foi isso, eles vão me pagar, eu juro que vão!
- Dona Rosa, o que está se passando?
Á senhora não está se sentindo bem? De repente ficou pálida!
- Não é nada Antonia, eu estou bem, muito bem! Mas tem gente que não vai ficar muito bem quando eu descobrir algo que passou pela minha cabeça. Se for confirmado as minhas suspeitas!...
- Bem, Dona rosa, eu não estou entendendo nada, e por sinal eu não entendi nada desde o início, e acho melhor não tentar entender, mesmo por que isso é assunto de patrões.
- Não Antonia, eu não a quero como uma simples acompanhante. Arriscou aí uma cartada, e essa era definitiva. Sentiu que o momento era propício, então confirmou o que havia falado.
Eu não preciso de uma empregada, estas eu já as mesmo tempo. Ou você trairia a confiança dele ou a minha... É pena, por que eu nunca tive uma amiga, uma irmã, uma pessoa que eu pudesse desabafar, sem que essa não estivesse pensando em recompensa. Para ser mais franca, amizade comprada ou por dever. Então como se pode confiar em pessoas assim?
- A senhora tem razão, não se pode confiar inteiramente nas pessoas. Amizade sincera e desinteressada é muito difícil, mas creia Dona Rosa, eu poderei ser esta pessoa de sua confiança; não digo amiga por que de qualquer maneira eu não passo de uma empregada, mas a senhora poderá contar comigo para tudo, se isso lhe convier
e se acreditar que poderá confiar em mim.
- Claro que posso e desejo, apenas não sei como você irá se entender com o Josias, por que ele deverá confiar em você, por que mandou buscá-la especialmente para isso.
- Não, Dona Rosa, a senhora se engana, eu não devo nenhuma obediência especial ao senhor Josias; eu fui preparada para ser dama de companhia da senhora, e ele conhece bem os costumes, sabe que as damas de companhia são educadas e preparadas também para isso. Ser fiel aos costumes. Eu a tenho senhora e como tal estou aqui. Por isso creia que a senhora tem todos os direitos de exigir de mim fidelidade e dedicação até as últimas consequência se for necessário, com a minha própria integridade física.
- Mas não é isso que desejo, eu quero uma amiga e não uma criada obediente que seja capaz de tudo pela patroa. Criadas as teremos quantas quisermos. Pagamos bem e as teremos, mas amigas não se compra, não se acha, nem mesmo se conquista. Uma verdadeira amiga ou amiga é uma dádiva de Deus, quando nós faremos por merecer. E eu acredito que fui agraciada por este Deus que foi generoso comigo, por que sei que ganhei uma amiga, que posso confiar inteiramente em você.
- Dona Rosa a senhora me encabula, eu não tenho a pretensão de ser sua amiga, mas uma pessoa de sua inteira confiança. Mas se a senhora quiser mesmo a minha amizade modesta, eu juro diante de Deus que a terá, até mesmo com o sacrifício da minha