" O salvador"
Era uma manhã de domingo, Nina sempre ia visitar a vovó Tita antes do almoço, ela estava esperando na beira da rua com seu ursinho de pelúcia rosado de nome Biu. Com seus olhinhos brilhantes que encantavam qualquer adulto, sua graciosidade infantil conquistava corações.
Ela usava um vestidinho vermelho de bolinhas pretas com rendas e um laço vermelho lindamente enfeitado na cabeça, prendendo seus loiros cachinhos.
O sol daquele domingo estava alto, o dia estava quente. Ela olhou para o lado, para os outros pedestres que esperavam os carros passarem.
Ao seu lado estava um moço alto, com um envelope amarelo de correspondência na mão. Ele sorri para Nina. Encantou-se logo com a garotinha segurando aquele ursinho de pelúcia na calçada.
- Quer ajuda para atravessar a rua? - Ele perguntou gentilmente.
Delicadamente ela respondeu:
- não tio eu vou sozinha - respondeu naquela fala infantil tão melosa de uma menina de 8 aninhos. Ela deu um sorrisinho vergonhoso e endireitou o laço na cabeça.
Apareceu uma brecha, ela se decidiu e pisou na rua. Os outros pedestres passavam apressados, trompando e empurrando uns aos outros, não perceberam o desastre iminente.
O ursinho Biu caiu ao chão. Nina ficou para trás para pegá-lo, se abaixa na rua. O sinal abre. Os pedestres abandonam a faixa e a garotinha se prepara para correr até a calçada. Um caminhão se aproxima, distraído o motorista não percebe a garotinha. O caminhão se aproxima ainda mais, quando Nina ameaça de correr, eis que o nó do sapato, aquele nó tão bem feito que a mãe de Nina demorara a fazer naquela manhã, se desmancha. A garota tenta correr em rumo à calçada para sair do caminho dos carros.
O mesmo nó se enrosca cruelmente nos sapatinhos brilhantes da garotinha que tropeça e cai no meio da rua, o sinal continua aberto.
Nesse mesmo instante o motorista do caminhão avista Nina, percebe que não vai conseguir parar. .
Há algumas quadras da li, o moço que estava ao lado de Nina na calçada percebe que deixou seu envelope cair. Ele volta à procura do envelope que deixou cair na calçada e vê Nina em apuros e no mesmo instante corre e pega a menina no colo em questões de segundos o caminhão atravessa a faixa, o vento que a velocidade do caminhão provoca desarruma os cachinhos dourados de Nina.
O moço respira fundo e desce Nina ao chão e pergunta se esta tudo bem?
Em meio ao susto Nina responde:
- acho que sim tio! Não ia conseguir atravessar sozinha, obrigada – Nina responde com um sorriso radiante de gratidão.
O moço abaixa para refazer o nó do sapatinho de Nina e pergunta aonde ela ia sozinha?
- A casa da Vovó bem aqui, essa azul de muros amarelos – Nina aponta com o dedo para a casa atrás deles.
O moço ao terminar de amarrar os sapatos de Nina, acompanha a garotinha até o portão da casa da vovó...
-Esta entregue, procure não andar sozinha é muito perigoso para uma criança, nem sempre terá alguém por perto para lhe ajudar. – aconselhou o moço.
- obrigada tio. Responde Nina carinhosamente.
Nina abre o portão e corre em direção à casa da vovó, entra na casa e conta tudo que aconteceu para sua avó.
Vovó Tita coloca Nina em seu colo e diz que foi muita sorte ter um anjo perto dela para salvá-la e as duas combinam que a avó ira buscar ela todos os domingos de manhã.
O moço alto seguiu seu caminho, com o susto esqueceu-se de continuar a procurar o envelope. Nina nunca mais viu seu salvador e continuou a visitar a casa da vovó Tita todos os domingos de manhã.