As Rosas Sofridas Cap.II
Mas você tem razão, ele não poderia fazer isso com o seu padrinho e sogro que o estima tanto, quando ele voltar vou chamá-lo as falas!
- Chega Nicolau, eu já começo ver o dedo de alguém nesta história.
- Se tem! Disse a Babá de Dona Rosa. Isso está mal contado, e eu vou lá e é agora, quero saber o que está acontecendo com a minha menina, e ai dele que a faça sofrer.
- Não Dulce, disse o senhor Nicolau; não se intrometa nas coisas deles. Deixe-os começarem as suas vidas sem intromissão de ninguém. Eles estão casados, não estão? E assim sendo, são donos dos seus atos, e depois não me pareceu que ela estava precisando de ajuda não é mesmo Amarante?
- É disse Dulce sem se conformar totalmente, e saiu resmungando como sempre.
Enquanto eles estavam procurando uma explicação, para o ocorrido, algo muito estranho estava se passando com os noivos.
Na terra deles naquela época a condução era cavalo, e eles saíram cada um no seu para a fazenda que eles ganharam de dote.
Por sinal, o comentário foi grande sobre o cavalo da Dona Rosa, era uma destas peças raras. Era a coisa mais linda que podia existir em questão de animal; uma verdadeira obra prima da natureza.
"Era ele preto com algumas pintas brancas que até parecia serem pintadas; a crina longa e negra e com alguns fios brancos perdidos naquele negrume, que caia como um último retoque de uma ornamentação. Era gordo que parecia redondo, O seu nome era JAÚ.”
O que ocasionou estranheza é que não houve cortejo.
Por que isso era de costume uma grande cavalhada aonde acompanhava os noivos até aonde deveriam passar a noite, e daí eles partiam para a lua de mel.
Mas isso não aconteceu, eles foram sozinhos para descontentamento e decepção de todos, mesmo por que isso era a coisa mais esperada por toda a cidade, e cidades vizinhas que tinham amizade com eles, o cortejo era o ponto alto do casamento, por que todos queriam exibir os seus cavalos. Muitos até compravam lindos e caríssimos cavalos para estes eventos. Então podem imaginar o que foi esta atitude das pessoas; quiçá mais importante da redondeza.
Da fazenda do senhor Nicolau, pais da Dona Rosa, aonde eles iam morar, era mais ou menos duas horas de viagem a cavalo, principalmente com os cavalos que eles tinham. Ou seja, duas léguas. Eles haviam viajado mais ou menos uma légua e meia, quando o cavalo dela empacou. Apesar de que ela era uma ótima amazona, não conseguiu fazê-lo andar, mesmo usando toda sua habilidade. Quanto mais ela batia, mas ele recuava. Josias continuou andando como se nada tivesse acontecendo. Então ela gritou:- Josias o cavala não quer andar.
- Muito me admira disse Josias com ironia. A hábil amazona não conseguir dominar um cavalo tão manso... Nesse momento Dona Rosa deu uma verdadeira demonstração de habilidade, como são poucos os cavaleiros da redondeza, até peões seriam capazes de fazer.
Mesmo assim o cavalo não ia para frente. Ele ficou com o vazio retalhado pelas esporas, mas não adiantou. Não conseguindo, ela falou: não adianta ele não vai mesmo. Então Josias disse simplesmente: Desce e puxe-o...
Dona Rosa não entendeu a atitude do marido, não estava acreditando no que estava ouvindo, devo estar enganada pensou ela. Oras atrais ele seria capaz de matar um animal ou uma pessoa que fizesse algo que a aborrecesse, e agora ele está mandando ela descer do cavalo e puxá-lo.
Então ela propôs que trocasse de cavalo, quem sabe ele o obedeceria!
Não, disse ele: este aí é o seu cavalo; e este aqui é o meu!
Foi um choque tão grande que ela não teve nem reação de discutir, ou melhor, falar nada. Para Dona Rosa aquele homem que estava ali, não era o mesmo que havia desposado a umas três horas atrais. Ela olhava para ele atônita, não queria acreditar no que estava vendo e ouvindo. Parecia um pesadelo, até mesmo o seu casamento agora parecia um sonho, um sonho mau, não é possível que isso possa estar acontecendo na realidade. E se é um sonho, ela precisava acordar antes que ficasse louca. Então começou a se lembrar.
Josias tentava adivinhar os seus pensamentos para servi-la e agora agir desta maneira! Se negar de trocar de cavalo com ela; afinal ele é o seu dono. Por mais hábil que ela fosse não passava de uma mulher, e os cavalos sabem disso. Eles sentem a força e a presença do homem.
Dona rosa não podia imaginar uma atitude desta vindo de Josias, seu marido, antes tão solícito, tão amigo, tão apaixonado. Se é que eu poss chamar este homem de marido. Por que não é este aí que eu recebi como esposo. Não é este aí o meu Josias tão gentil e tão querido. Ela não disse mais nada; desceu, puxou o cavalo pelo cabresto e ele obedeceu como um cordeirinho.
Andou uns duzentos metros puxando-o. Quando ela viu que o cavalo a obedecia ela montou. Quem sabe pensou ela: ele agora ande. Mas ela estava enganada, o cavalo empacou novamente. Tentou, mais foi inútil. Alisou o pescoço dele, conversou, fez-lhe carinho, nada.
Decididamente ele tinha resolvido fazê-la andar a pé.
Nesta altura, Josias já estava quase fora de alcance da sua vista. Teve medo e gritou. Ele parou, mas ficou onde estava. Esperou que ela se aproximasse, e quando ela chegou onde ele estava parado, ele perguntou: Você não conseguiu fazê-lo andar?
Que pena, ainda está tão longe, e continuou andando como se fosse uma coisa mais natural do mundo.
Dona Rosa continuou puxando o cavalo, e ele a obedecia. Então ela o xingou: miserável, só anda se puxar!
Josias andava sem olhar para traz. Ás vezes ela tinha até que correr para não perdê-lo de vista. O mais interessante, é que o cavalo a obedecia até quando ela corria, mas se montasse ele parava. Dona Rosa já estava cansada, não se importava mais em perder o marido de vista. Apesar de tudo ela começou a gostar do cavalo, pelo menos ele estava ali perto dela. Nem percebeu que havia soltado o cabresto e o cavalo continuava seguindo-a. Então ela pensou: se não anda comigo montada, também não vou puxá-lo: ele que fique por aí que vá embora, vá para os diabos. Então ela correu para