Lar.
Ele buscava inspiração. Em absolutamente tudo, no céu, na terra, nas imagens de seu dia-a-dia, em livros, filmes, mas acima de tudo, buscava inspiração nela. Ela sua maior musa, seu maior trunfo. E ele a tinha. Ela era tudo que ele queria. Era tudo que ele precisava. Ele vivia por ela, respirava e aguentava.
Aguentava os problemas do mundo, os problemas da sua vida, aguentava até mesmo quando pensava que não ia mais aguentar. Mas era ela, ela que brotava em seu pensamento no momento em que ele achava que ia desistir, que ia jogar tudo para o alto e se jogar também, em direção ao abismo. Abismo no qual, uma vez já estivera. E ela o tirou. Ela foi sua força, alegria, esperança e paz e continua sendo. Sem ela, ele não seria ele. Sem ela, ele não existiria. Ele a amava, com toda a força em seu coração. Sentia em cada parte de seu corpo que ele deveria ser dela, assim como ela deveria ser dele.
E eles eram. Eram um só. Sua maior inspiração era seu amor. Morria de amor por ela e permanecia vivo. Sentia seu coração parar a cada momento que ela o tocava, a cada respiração perto o bastante de seu corpo, a cada beijo rápido e a cada beijo demorado. Mas o seu coração não parava, ao contrário, batia. E batia só por ela. Seu bem mais precioso. Passava o dia a observando. Seu rosto bagunçado ao acordar, o modo como ela odiava que ele a visse daquela forma, o modo como ela caminhava, parecendo pairar sobre o ar, numa delicadeza que ele não sabia colocar em palavras, o modo com ela ficava infinitamente melhor usando suas roupas do que ele mesmo, o modo com ela encostava o rosto em seu peito e ele tinha certeza de que era certo. Que aquele ali era o lugar dela. E desejava que ela nunca tivesse que sair de lá.
Ele vivia por ela e morreria por ela. E ela também. E isso era tudo que eles precisavam saber.