As Rosas Sofridas Cap I
Eu vou contar esta história, a pedido da minha amiga Rosângela Martins; contudo espero que as pessoas que leram as minhas crônicas, poesias e principalmente a história da JESSIKA, leiam também, porque como eu disse á Rosângela que essas são histórias reais e vivenciada por mim, e até com participação indireta, porque conheci as pessoas. Não só as conheci como convivi com elas. A pesar de que elas aconteceram á mais de oitenta anos, mas estas histórias aconteceram nesta época, não contando com os absurdos que aconteceram na época vergonhosa da escravidão onde os senhores de engenhos donos de escravos, depois o coronelato (Os feudais) praticavam estes absurdos como se fossem os donos do mundo e (eram)porque era apoiados pelas leis.
Eu vou contar em capítulos porque é muito longa e eu vou escrevê-la agora. É claro que poderá haver alguma coisa que poderá não ficar bem esclarecido porque já faz muitos anos como já disse. Para qualquer esclarecimento estarei ás ordens para esclarecer.
CAPÍTULO I
Quando se fala sobre uma rosa, sempre vem em nossa mente duas figuras: Á de uma mulher, ou de uma flor, a própria rosa. Lembramos o seu perfume, a beleza das suas pétalas, a sua cor, por que, embora a chamamos de Rosa, mas nem sempre tem a mesma cor, o mesmo perfume, o mesmo formato, e ganham um pré-nome. Por exemplo: Rosa de Santa Terezinha; Príncipe Negro; Rosa de São Benedito; com a sua exuberante cor amarelo. E diversas cores: Branca, lilás, a Rosa de penca, Rosa Trepadeira, e a Mine - rosa.
E a mulher: Rosa Maria; Maria Rosa; Rozita; Ana Rosa; ou simplesmente Rosa.
Bem, eu nem sei por que estou falando sobre isso, mas creio que é para falar de uma Rosa especial "Rosa Mariani"!
Moça de finíssimos tratos, educada em colégio de alto requinte. Mimada como todas as moças da sua extirpe, mas com uma diferença, ela era uma "Mariani"! E as mulheres dos Marianis primavam por entre outras coisas, a fibra. Ah! Isso era uma marca registrada; adquirida pêlos seus próprios atos, e conquistaram também esta fama pelo poderio, que tinham. Donos da própria cidade que moravam e serem os fundadores.
Talvez por isso tenha repercutido de uma maneira bombadesca os acontecimentos na vida da "Senhora Rosa".Cuja história tentarei contar na íntegra, mas só aquilo que sei de verdade; mesmo porque eu era muito criança, mas me lembro perfeitamente. Contudo, vou contar alguns acontecimentos que posso garantir a sua veracidade, por que foram - me contados por alguém que de certa forma também merece toda credibilidade. (MEU GURU) O velho Venâncio!
Mas como disse: eu os presenciei, apesar da minha idade; mas é de fontes seguras como ás demais coisas que vou contar, por que estas eu dou fé e assino.
Dona Rosa: mãe Rosa, Madrinha, Senhora, esses eram os nomes como a tratavam aquela gente que testemunharam os seus sofrimentos. Muitos filhos... perda de alguns, por que os primeiros morreram, e alguns depois dos primeiros, e por fim o último.
Sempre foi uma mulher altiva, de vida transparente, não se envergonhava dos acontecimentos, estava sempre de cabeça erguida, e dizia sempre: nada tenho a me envergonhar por que não é eu quem faz as coisas erradas.
Dona Rosa tina tudo; empregada para tudo. Ama de leite, e até uma dama de companhia de costumes européia, por que naquela época existiam estas moças que se preparavam para ser este tipo de emprego. Mas o que importava tudo isso se o principal não tinha; o respeito do marido. Este tipo serviçal, era para todas as moças que se casavam, era de costume levar uma moça assim.
Sabe, o dinheiro em mãos erradas nem sempre traz felicidade, muita vez tem que se pagar um preço muito alto. Dona Rosa tinha posição social, o respeito de todo o povo de Vanderlei, lugar aonde foi palco desta história. Este mesmo povo que a respeitava e a admirava, conhecia as humilhações por que passava... Quem não ficou sabendo de tudo na época? Apesar de que ela não escondia, porque ela era demais superior para se deixar abater pela indignidade do marido. Para Dona Rosa com a fibra que tinha, com a personalidade que possuía.
Não considerava aquilo uma humilhação para ela, ao contrário, ela era sempre "A senhora, a mãe branca para os negros."
A história do seu casamento foi um tanto romântico, porém animal o que o Jozias fez.
No dia do casamento ele preparou tudo para mostrar logo no princípio quem mandava na casa!
Sabendo-se como Dona Rosa fora criada. Pais poderosos, tanto quanto os pais do Josias.
- E eles também eram poderosos, o que não era necessário á sombra do Pai. Filha única de uma família que a adotou, cheia de dengues e vontades. Mas falaram em boca pequena que foi o próprio pai que preveniu o Josias a respeito da filha, a ponto de não ver com bons olhos aquele casamento, pelo fato da grande amizade que existia entre eles os pais e as famílias que poderiam ficar estremecidas, pelo desastre que poderia ser este casamento.
Algo estranho aconteceu no dia do casamento. Estava tudo bem, muita alegria entre os parentes; mas um fato abalou esta alegria, pegando todos de surpresa: Os noivos se retiraram da festa antes mesmo desta começar. E como sabe, as festa de casamento de pessoas como eles durava pelo menos três dias!
Foi um escândalo, todos ficaram preocupados, queriam saber se havia acontecido alguma coisa. Os pais acalmavam a todos explicando que isso já era decidido por eles.
E que tinham plano de viagem naquela noite mesmo, e dispensavam o cortejo de costume. Mas na realidade os pais deles não estavam entendendo nada também. Só o pai dela, o velho Nicolau desconfiava e estava tranqüilo, o que chamou á
atenção do amigo, o pai do Josias.
Será que o Nicolau está sabendo de alguma coisa?... Ele está muito calmo, aceitando uma situação desta sem berrar como costuma quando acontece alguma coisa que não é de seu gosto. Isso não é de seu feitio, aqui tem coisa pensou, e vou tirar a limpo disse o pai de Josias.
Então perguntou ao amigo: - O que está acontecendo, por que Josias tomou esta decisão, principalmente sem falar comigo? Você sabe de alguma coisa?
- Você como pai dele deve estar a par de tudo, e vem perguntar a mim? Ao contrário, você deve-me uma explicação.
- Você não me engana, está calmo demais, aceitando esta situação sem berrar como de costume.
Isso não é normal, tratando-se de você.
- Realmente você tem razão, e se não o fiz foi exatamente em consideração a você.
O que você quer? Que eu faça um escândalo? Meu caro, seu filho deve estar sabendo o que está fazendo, ele me conhece e sabe que vai me dar uma explicação plausível quando voltar de visagem.
- Quando voltar?! Convenhamos Nicolau, eu não o estou reconhecendo; ou você está acobertando, ou eu não o conheço mais... Mas aí tem coisa, ora se trem!
- Claro que tem. Seu filho faz uma desfeita desta para mim, para os nossos convidados, e você ainda tem dúvida que tem coisa? Não é por que eles são adultos que nós não poderemos interferir na vida deles. Mas... Se eles resolveram assim, o que fazer, afinal eles agora são donos dos seus narizes, você não concorda comigo?